Corticorten Para Que Serve?
Contents
- 1 Quais os efeitos do Corticorten?
- 2 Como devo usar o medicamento Corticorten?
- 3 Pode tomar Corticorten para inflamação?
- 4 Quando não devo tomar Corticorten?
- 5 Pode tomar corticoide para dor de garganta?
- 6 Faz mal tomar Corticorten?
- 7 Quanto tempo uma pessoa pode tomar corticoide?
- 8 Como tomar corticoide 20 mg?
Para que é indicado o uso do Corticorten?
Corticorten é indicado para o tratamento de doenças endócrinas (doenças das glândulas); doenças osteomusculares (doenças dos ossos e músculos); distúrbios do colágeno (doenças que afetam vários órgãos e tem causa autoimune); doenças dermatológicas (doenças da pele); doenças alérgicas; doenças oftálmicas (doenças dos
O que é e para que serve corticóide?
Os corticoides são substâncias utilizadas para reduzir inflamações ou atividade do sistema imunológico do corpo. Dessa forma, os efeitos do corticoide alteram a ação do hormônio cortisol, influenciando no funcionamento de células da pele, tecido gorduroso ou ossos.
O uso do corticoide está relacionado a problemas de saúde como artrite reumatoide, asma, doença pulmonar obstrutiva crônica, síndrome do intestino irritável, e mesmo no tratamento de reações alérgicas graves ou anafiláticas. Os efeitos do corticoide podem ser leves, reversíveis e irreversíveis. Por esse motivo, é muito importante entender que o medicamento deve ser utilizado somente com prescrição médica, seguindo a orientação de um profissional.
A seguir, conheça mais sobre essa substância, sua indicação, riscos e efeitos do corticoide!
Quais os efeitos do Corticorten?
REAÇÕES ADVERSAS – As reações adversas mais relatadas com o uso do Corticorten, são as seguintes: distúrbios líquidos e eletrolíticos, retenção de sódio, retenção de líquidos, insuficiência cardíaca congestiva em pacientes suscetíveis, perda de potássio, alcalose hipocalêmica e hipertensão.
Como devo usar o medicamento Corticorten?
Corticorten pode ser administrado em regime de dias alternados a pacientes que necessitem de terapia prolongada, de acordo com o julgamento do médico. Após tratamento prolongado, em caso de descontinuação da droga, esta deve ser feita de modo a reduzir gradativamente a dose até a supressão total.
Pode tomar Corticorten para inflamação?
Corticorten® contém prednisona, uma substância que proporciona potente efeito anti-inflamatório, antirreumático e antialérgico no tratamento de doenças que respondem a corticosteroides.
Quem não pode usar corticoide?
Corticoides e gravidez – Não é recomendado o uso de corticoides, Isso porque as alterações hormonais causadas pelo remédio podem pôr o bebê e a mãe em risco. Caso a grávida precise fazer uso do medicamento para alguma doença específica, o tratamento só poderá ser feito sob orientação e supervisão do obstetra, quando os benefícios forem maiores que o risco.
- Além das grávidas, pessoas com hipertensão, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, osteoporose, epilepsia, úlcera gastroduodenal, glaucoma, psicose, obesidade ou diabetes não devem fazer uso de corticoides.
- Apenas a orientação médica poderá liberar para uso.
- O uso também é estritamente contraindicado para pessoas alérgicas à substância e outros componentes que estejam presentes no medicamento, assim como para pessoas com infecções fúngicas sistêmicas ou infecções não controladas.
Lembramos que, mesmo que você não faça parte dos grupos citados acima, o uso de qualquer medicamento deve ser controlado e deve receber a indicação de um especialista. O uso contínuo de medicamentos sem orientação médica pode levar a uma séria de problemas, incluindo a medicamentosa.
Quando não devo tomar Corticorten?
CONTRA-INDICAÇÕES – CORTICORTEN É CONTRA-INDICADO PARA PACIENTES COM INFECÇÕES SISTÊMICAS POR FUNGOS, HIPERSENSIBILIDADE À PREDNISONA, A OUTROS CORTICOSTERÓIDES, OU A QUAISQUER COMPONENTES DA FÓRMULA. NA OCORRÊNCIA DE GRAVIDEZ OU LACTAÇÃO.
Quantas vezes pode tomar o Corticorten?
Corticorten 20mg 20 Comprimidos O Corticorten é indicado como adjuvante no tratamento de distúrbios reumáticos, como artrite gotosa aguda, artrite psoriática, artrite reumatóide (inclusive artrite reumatóide juvenil), bursite aguda e subaguda, epicondilite, espondilite anquilosante, osteoartrose, tenossinovite inespecífica aguda.
- Tratamento de insuficiência adrenocortical aguda, crônica ou secundária.
- Tratamento de distúrbios alérgicos, do colágeno, dermatológicos, gastrintestinais, hematológicos, oftálmicos, orais e respiratórios.
- Tratamento de doenças neurológicas.
- Tratamento de inflamações não-reumáticas.
- Tratamento de síndrome nefrótica.
-Tratamento de tireoidite não-supurativa. -Tratamento de triquinose com envolvimento neurológico ou do miocárdio. -Tratamento de tumores císticos de um tendão ou aponeurose. -Adjuvante no tratamento de neoplasias. -Profilaxia da síndrome do desconforto respiratório agudo do recém-nascido.
Profilaxia e tratamento de rejeição de órgãos em transplante. CONTRA-INDICAÇÕES – CORTICORTEN É CONTRA-INDICADO PARA PACIENTES COM INFECÇÕES SISTÊMICAS POR FUNGOS, HIPERSENSIBILIDADE À PREDNISONA, A OUTROS CORTICOSTERÓIDES, OU A QUAISQUER COMPONENTES DAFÓRMULA. NAOCORRÊNCIADE GRAVIDEZ OU LACTAÇÃO. EM PACIENTES COM ESOFAGITE, GASTRITE, INSUFICIÊNCIA CARDÍACA OU RENAL, HIPERTENSÃO, GLAUCOMA DE ÂNGULO ABERTO, INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA, OSTEOPOROSE E SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIAADQUIRIDA(AIDS OU SIDA).
POSOLOGIA As necessidades posológicas são variáveis e devem ser individualizadas, tendo por base a gravidade da doença e a resposta do paciente ao tratamento. Adultos: A dose inicial pode variar de 5 a 60 mg diários, dependendo da doença em tratamento.
Em situações de menor gravidade, doses mais baixas deverão ser suficientes, enquanto que determinados pacientes necessitam de doses iniciais elevadas. A dose inicial deve ser mantida ou ajustada até que se observe resposta clínica favorável. Se após um período de tratamento não ocorrer resposta clínica satisfatória, Corticorten deve ser descontinuado e instituída outra terapia adequada.
Crianças: Adose pediátrica inicial pode variar de 0,14 a 2,0 mg/kg de peso por dia, ou de 4 a 60 mg/m de superfície corporal/dia. Posologias para recém-nascidos e crianças devem ser orientadas segundo as mesmas considerações feitas para adultos, ao invés de se adotar rigidez estrita aos índices indicados para a idade ou peso corporal.
Após observação de resposta favorável, deve-se determinar a dose adequada de manutenção, mediante a diminuição da dose inicial, realizado por pequenos decréscimos a intervalos de tempo apropriados, até que a menor dose para manter uma resposta clínica adequada seja mantida. Corticorten pode ser administrado em regime de dias alternados a pacientes que necessitem de terapia prolongada, de acordo com o julgamento do médico.
Após tratamento prolongado, em caso de descontinuação da droga, esta deve ser feita de modo a reduzir gradativamente a dose até a supressão total.
Tipo do medicamento | Similar Equivalente |
Bula | |
Registro MS | 1558400780045 |
Princípio Ativo | Prednisona |
Receita | Sim, Branca Comum |
Corticorten 20mg 20 Comprimidos
Pode tomar corticoide para dor de garganta?
Autor: Lucas Santos Zambon Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
- Última revisão: 20/11/2017 Comentários de assinantes: 0 Contexto Clínico A dor de garganta é uma das queixas mais comuns em departamentos de emergência e de atendimento ambulatorial.
- É a causa de 5% das visitas médicas em crianças e de 2% de todas as visitas ambulatoriais em adultos.
- A causa mais comum de dor de garganta é a faringite aguda causada por infecções virais autolimitadas.
O manejo da dor com paracetamol, dipirona ou anti-inflamatórios não esteroides (AINHs), portanto, representa o principal suporte. Essas medicações oferecem alívio da dor limitado, mas, às vezes, causam sérios danos. O tratamento da dor de garganta com antibióticos também proporciona um benefício modesto na redução de sintomas e febre quando a infecção é bacteriana, e seu uso inadequado pode contribuir para a resistência aos antibióticos.
- Os corticosteroides representam uma opção terapêutica adicional para o alívio dos sintomas.
- O Estudo Foram realizadas uma revisão sistemática e uma metanálise de ensaios clínicos randomizados, considerando adição de corticosteroides ao atendimento clínico padrão para pacientes com idade igual ou superior a 5 anos em atendimento de emergência e cuidados primários com sinais clínicos de amigdalite aguda, faringite ou síndrome clínica de dor de garganta.
Os ensaios foram incluídos independentemente do idioma ou status de publicação. Foram selecionados 10 estudos somando 1.426 indivíduos. Os pacientes que receberam corticosteroides de baixa dose (a intervenção mais comum foi a dexametasona oral com uma dose máxima de 10mg) tiveram duas vezes mais chance de sofrer alívio da dor após 24 horas (risco relativo 2,2; IC 95%, 1,2 a 4,3; diferença de risco 12,4%; evidência de qualidade moderada) e 1,5 vezes mais probabilidades de não ter dor com 48 horas (RR 1,5; IC 95%, 1,3 a 1,8; diferença de risco 18,3%; evidência de alta qualidade).
O tempo médio para o início do alívio da dor em pacientes tratados com corticosteroides foi de 4,8 horas antes (IC 95%, -1,9 a -7,8, qualidade moderada) e o tempo médio para completar a resolução da dor foi 11,1 horas antes (-0,4 a -21,8, baixa qualidade) do que aqueles tratados com placebo. A redução absoluta da dor com 24 horas (escala analógica visual 0-10) foi maior em pacientes tratados com corticosteroides (diferença média 1,3; IC 95%, 0,7 a 1,9, qualidade moderada).
Nove dos 10 ensaios buscaram informações sobre eventos adversos. Seis estudos não relataram efeitos adversos, e três relataram poucos eventos adversos, que foram, principalmente, complicações relacionadas à doença, com incidência semelhante em ambos os grupos.
- Aplicação Prática Com base nessa revisão sistemática com metanálise, há evidências de alta qualidade que sugerem que a adição de uma dose de corticosteroides reduz a intensidade e a duração da dor em pacientes com dor de garganta sem aumento de efeitos adversos graves.
- O tempo médio para completar a resolução da dor foi cerca de 11 horas menor com corticosteroides e 18% mais pacientes experimentaram alívio da dor completo com 48 horas.
Pode-se considerar fortemente a adoção dessa prática. Bibliografia Sadeghirad B et al. Corticosteroids for treatment of sore throat: systematic review and meta-analysis of randomised trials. BMJ 2017;358:j3887.
Pode tomar Corticorten à tarde?
‘ O ideal é tomá-los no momento em que, fisiologicamente, a concentração do nosso corticoide natural, o cortisol, esteja mais alta ‘, esclarece a reumatologista.
O que acontece se parar de tomar corticoide de uma vez?
ARTIGO DE REVISÃO Retirada da corticoterapia: recomendações para a prática clínica Crésio Alves I ; Teresa Cristina Vicente Robazzi II ; Milena Mendonça III I Doutor. Professor e Coordenador, Residência em Endocrinologia Pediátrica, Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina, Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA II Mestre. Professora, Departamento de Pediatria, Faculdade de Medicina, UFBA, Salvador, BA. Membro, Departamento Científico de Reumatologia, Sociedade Brasileira de Pediatria III Acadêmica de Medicina, UFBA, Salvador, BA Correspondência Correspondência: Crésio Alves Rua Plínio Moscoso, 222/601 CEP 40157-190 – Salvador, BA Tel.: (71) 9178.4055 Email: [email protected] RESUMO OBJETIVO: Apresentar uma revisão atualizada e prática sobre como efetuar de forma segura a retirada da corticoterapia. FONTES DOS DADOS: Revisão da literatura utilizando os bancos de dados MEDLINE e LILACS (1997-2007), selecionando os artigos mais atuais e representativos do tema. SÍNTESE DOS DADOS: Três situações clínicas podem ocorrer durante a retirada da corticoterapia prolongada: insuficiência adrenal secundária à supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, síndrome de retirada ou deprivação dos corticóides e reativação da doença de base. Embora não exista consenso sobre o melhor esquema para descontinuar a terapia prolongada com corticóides, existe concordância quanto ao fato desta retirada ser gradual. Este artigo atualiza o pediatra quanto ao reconhecimento desses problemas e fornece orientações para a suspensão do tratamento prolongado com corticóide. Uma breve revisão da farmacologia dos corticóides também é descrita. CONCLUSÃO: Não existe teste com bom valor preditivo para antecipar o risco de insuficiência adrenal nos pacientes que receberam terapia crônica com corticóide. São necessários estudos prospectivos para avaliar a real incidência desse problema e assim propor estratégias racionais para sua prevenção. No momento, a menos que a integridade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal esteja estabelecida por testes dinâmicos, recomenda-se a administração de corticóide em situações de estresse nos pacientes que fizeram uso de corticoterapia crônica e/ou em doses elevadas. Palavras-chave: Insuficiência adrenal; síndrome de Cushing; síndrome de retirada dos corticóides; corticóides. Introdução Desde sua introdução na prática clínica, há 60 anos, os corticóides têm sido amplamente utilizados no tratamento de uma grande variedade de doenças, sendo os mais potentes agentes antiinflamatórios conhecidos 1,2, Seu uso reduziu consideravelmente a morbimortalidade de indivíduos portadores de enfermidades graves, como doenças auto-imunes, processos alérgicos, transplantes de órgãos, insuficiência adrenal, hiperplasia adrenal congênita, entre outras 3-5, Entretanto, a terapia prolongada e/ou com altas doses de corticóides, além dos importantes efeitos colaterais associados (síndrome de Cushing), pode causar três complicações quando seu uso é interrompido ou retirado de maneira inadequada: insuficiência adrenal secundária à supressão do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA), síndrome de retirada ou deprivação dos corticóides e reativação da doença de base 1,6, Como o tratamento com corticóides é prescrito para um grande número de pacientes pediátricos, este artigo tem por objetivo apresentar uma revisão atualizada e prática sobre como efetuar de forma segura a suspensão da corticoterapia nos pacientes que a utilizaram por tempo prolongado ou em altas doses. Para isso, realizou-se uma breve revisão da fisiologia e farmacologia dos corticóides, descrevendo as principais síndromes associadas a sua retirada. A revisão da literatura utilizou os bancos de dados MEDLINE e LILACS, selecionando os artigos mais atuais e representativos do tema referentes ao período de 1997 a 2007, bem como livros-textos sobre o assunto. Fisiologia dos corticóides A glândula adrenal é formada por duas unidades funcionais: a medula e o córtex. Na medula, são produzidos os hormônios adrenalina e noradrenalina. O córtex adrenal representa 90% da glândula, envolvendo a parte medular de localização central. Histologicamente, o córtex adrenal é subdividido em três zonas – glomerulosa, fasciculada e reticular – que produzem três classes de hormônios: mineralocorticóides, glicocorticóides e andrógenos 7, A zona fasciculada é responsável pela síntese dos glicocorticóides, sendo o cortisol (hidrocortisona) seu principal representante. A secreção do cortisol está sob controle da corticotrofina ou hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), secretado pela hipófise anterior, que, por sua vez, é regulado por um hormônio hipotalâmico, o fator liberador de corticotrofina (CRH) 8, Ambos – ACTH e CRH – são controlados pelo cortisol através de um mecanismo de retroalimentação, ou seja, quanto maior a concentração plasmática do cortisol, menor será a liberação de ACTH e CRH, e quanto menores os níveis séricos de cortisol, maior será a secreção do ACTH e CRH. O eixo HHA apresenta um ritmo circadiano ou nictemeral. Nos indivíduos com ritmo vigília/sono normal, os níveis máximos de ACTH e cortisol ocorrem, respectivamente, no início da manhã às 6 e às 8 horas, decrescendo pela tarde (50% do nível matinal às 16 horas) e alcançando níveis mínimos em torno da meia-noite 9, Além dos estímulos endócrinos, a secreção do cortisol também é regulada por estímulos neurais provenientes do sistema nervoso central e desencadeados por situações de estresse, o que explica níveis séricos elevados de cortisol nessas situações 8, Uma vez na circulação, 75-80% do cortisol é ligado a uma proteína transportadora, uma alfa-globulina chamada de transcortina ou cortisol binding globulin (CBG). Apenas uma pequena fração (6%) existe como hormônio livre, que atravessa as membranas celulares, ligando-se a receptores plasmáticos específicos 10, O complexo hormônio-receptor entra no núcleo onde irá estimular, deprimir ou influenciar o processo de síntese protéica através de interação com o DNA (ação genômica) ou com proteínas implicadas no processo de transcrição (ação não genômica) 8,11, Um terceiro mecanismo não dependente de ação intranuclear pode explicar a ação rápida de alguns corticóides, o que apóia seu uso nas pulsoterapias 9, O cortisol é metabolizado pelas células hepáticas e seus produtos, mais polares e hidrossolúveis, excretados pelos rins e pelo fígado 7, Pesquisas preliminares relatavam que, em um adulto normal, não submetido a estresse, a adrenal secretava em média 20 mg/dia de cortisol 12, Entretanto, estudos recentes indicam que esta produção é ainda menor, situando-se em torno de 5-7 mg/m 2 /dia, ou aproximadamente 8-15 mg/dia 11,13,14, Esta secreção corresponde a aproximadamente 10-12 mg/m 2 /dia de hidrocortisona administrada por via oral, para compensar a biodisponibilidade incompleta da absorção intestinal e o metabolismo hepático 14-16, Farmacologia dos corticóides Os análogos sintéticos dos corticóides são produzidos a partir de modificações estruturais na sua molécula básica com finalidade de ressaltar determinada atividade farmacológica 17, Os diversos tipos de corticóides e suas preparações farmacológicas variam em sua potência glicocorticóide, mineralocorticóide e antiinflamatória. Porém, a tendência a causar supressão adrenal correlaciona-se com sua atividade glicocorticóide. O cortisol é considerado o referencial para análise da atividade glicocorticóide, sendo atribuído valor igual a 1, e a dexametasona, o mais potente, com um valor igual a 25 com base no mecanismo de ação clássico ou genômico. Assim, se a dose do cortisol (hidrocortisona) for de 20 mg/dia, a da dexametasona será 25 vezes menor ou de 0,8 mg/dia para obter efeitos semelhantes 1, A atividade mineralocorticóide está relacionada à manutenção do equilíbrio eletrolítico do líquido extracelular, determinando, principalmente, retenção de água e sódio, depleção de potássio e alcalose metabólica. Essas ações ocorrem após a ligação dos corticóides a receptores 1 das células renais que, por sua vez, se ligam à aldosterona 17, A dexametasona é o único glicocorticóide desprovido de atividade mineralocorticóide. Os corticóides são divididos em três grupos de acordo com a duração da supressão do ACTH causada por uma dose padrão (equivalente a 50 mg de prednisona): os de ação curta (hidrocortisona, cortisona, deflazacort), que suprimem o ACTH por menos de 36 horas; os de ação intermediária (triancinolona, prednisona, prednisolona, metilprednisolona), que suprimem o ACTH por cerca de 48 horas; e os de ação prolongada (dexametasona, betametasona), que suprimem o ACTH por mais de 48 horas. A variação na duração desse efeito não se correlaciona diretamente com a vida média plasmática do hormônio. Por exemplo, o cortisol e a dexametasona, com vidas médias plasmáticas semelhantes de 90 e 100 minutos, possuem vidas médias biológicas (tissulares) muito diferentes, 8-12 horas para o cortisol e 36-54 horas para a dexametasona. Os efeitos colaterais dos corticóides estão relacionados com o tipo de preparação, horário, dose, duração, via e esquema de administração, idade e sexo, doença de base, associação com medicamentos que interferem na sua ação e o perfil individual de sensibilidade 17, Os efeitos adversos de uma mesma dose de corticóide são heterogêneos entre diferentes indivíduos, provavelmente devido à cinética, a diferentes concentrações plasmáticas das proteínas transportadoras desses medicamentos e a alterações da depuração 18, A diminuição da depuração é observada nas hepatopatias, nefropatias, uso de estrógenos, cetoconazol e antiinflamatórios. Já a aceleração da depuração é encontrada em pacientes que fazem uso de fenitoína, fenobarbital e rifampicina 18, Síndromes associadas à retirada dos corticóides A diminuição rápida ou a retirada abrupta da corticoterapia prolongada ou em altas doses pode causar três problemas: insuficiência adrenal secundária (supressão do eixo HHA), síndrome de retirada ou deprivação dos corticóides e reativação da doença de base para a qual eles foram introduzidos 5,18-20, A Tabela 1 mostra os principais fatores de risco relacionados ao desenvolvimento das síndromes associadas à retirada dos corticóides. Insuficiência adrenal secundária (supressão do eixo HHA) A complicação mais temida, quando da retirada abrupta da corticoterapia prolongada ou em altas doses, é a ocorrência de supressão do eixo HHA, a qual leva à insuficiência adrenal secundária 16,21, A supressão pode ser parcial ou total, como resultado de atrofia das glândulas adrenais 6, Como existe uma grande variabilidade individual na susceptibilidade para supressão do eixo HHA após o uso exógeno de corticóides, não se pode predizer com segurança quais pacientes irão desenvolvê-la, até mesmo quando se levam em conta fatores como dose e duração da corticoterapia 22-24, Portanto, sua real prevalência permanece desconhecida. Alguns estudos a consideram como pouco freqüente pelo fato de os médicos serem educados a reduzir gradualmente a dose dos corticóides, permitindo assim a recuperação da atividade do eixo HHA 22-25, Entretanto, relatos recentes apontam a retirada inadequada de corticóides em pacientes que fazem uso prolongado dos mesmos como a principal causa de crise adrenal e insuficiência adrenal secundária 26,27, A sintomatologia da insuficiência adrenal crônica é caracterizada por anorexia, náusea, vômito, dor abdominal, fraqueza, cansaço, astenia, prostração, mialgia, artralgia, perda de peso, hipotensão postural, sonolência e depressão 14, A hiperpigmentação de pele e de mucosas, típica da doença de Adisson, não está presente, uma vez que a secreção hipofisária de ACTH está inibida 1,14,28, Alguns pacientes podem apresentar hipoglicemia. Hiponatremia e hiperpotassemia são incomuns porque a supressão do ACTH tem mínimos efeitos sobre a secreção da aldosterona 11,29, Nos casos graves, pode ocorrer a crise adrenal aguda (vômito, diarréia, febre ou hipotermia, desidratação aguda, hipotensão, hipoglicemia, choque e coma), situação ameaçadora à vida. O tratamento da insuficiência adrenal aguda é feito com a reposição de volume, se em choque, e administração de hidrocortisona na dose de 50-200 mg/m 2 /dia, via endovenosa, de 6/6 horas. Síndrome de retirada ou deprivação dos corticóides Quando o paciente não consegue tolerar a retirada do glicocorticóide, na ausência de reagudização da doença subjacente e na ausência de supressão do eixo HHA, ele é considerado como tendo a síndrome de retirada dos corticóides 18,19,30, O quadro clínico é caracterizado por dependência física ou psíquica 31, A dependência física se caracteriza por anorexia, náusea, vômito, perda de peso, astenia, cefaléia, mialgia, artralgia, hipotensão postural, taquicardia, febre e descamação da pele 5,18,30,32, A dependência psicológica pode se manifestar por graus variáveis de efeitos psicológicos adversos. Mudanças do humor e labilidade emocional são as manifestações mais comuns, seguidas por delírio e estados psicóticos. Crianças e adolescentes também estão vulneráveis aos efeitos da síndrome da retirada dos corticóides, a qual pode ocorrer mesmo quando a dose do medicamento ainda está em níveis suprafisiológicos 6,33,34, Os mecanismos responsáveis pela síndrome de retirada dos corticóides ainda são incertos. Entretanto, acredita-se que vários mediadores estejam envolvidos, dentre os quais CRH, vasopressina, proopiomelanocortina, citocinas (interleucina 1 e 6, fator de necrose tumoral alfa) prostaglandinas (fosfolipase A2) e modificações nos sistemas noradrenérgico e dopaminérgico 19,30, O diagnóstico é estabelecido pela demonstração da integridade do eixo HHA na presença de sintomas que sugerem insuficiência adrenal 6, Esta síndrome é autolimitada, com duração variável de 6-10 meses e facilmente tratada com um aumento temporário na dose do corticóide, seguido por uma retirada lenta do mesmo 19, Reativação da doença de base O recrudescimento da doença de base é diagnosticado pelo reaparecimento das manifestações da enfermidade que estava sendo tratada com os corticóides. Tomando como exemplo a artrite idiopática juvenil, a retirada da corticoterapia deve ser gradual, estando-se alerta para os sinais e sintomas que indiquem reativação da doença, como sinais inflamatórios articulares, febre, hepatoesplenomegalia, adenomegalia e aumento das provas de atividades inflamatórias, as quais, se surgirem no processo de retirada dos corticóides, podem indicar a necessidade de aumento de suas doses 17,35,36, Avaliação da recuperação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal A identificação dos indivíduos com supressão do eixo HHA causada pela corticoterapia é fundamental, porque esta condição pode levar ao desenvolvimento de insuficiência adrenal quando o paciente for submetido a situações de estresse. Uma vez que a sintomatologia da insuficiência adrenal não é específica, torna-se necessária a sua documentação laboratorial 6,37, Graber et al.38, em 1965, estudando a recuperação do eixo HHA em usuários crônicos de corticóides, mostraram que o primeiro parâmetro a se normalizar foi o ACTH basal (após 2-5 meses), seguido do cortisol sérico basal (após 6-9 meses) e finalmente do cortisol pós-estímulo com ACTH (após 9 meses) ( Tabela 2 ). Testes não provocativos, como a medida do ACTH, cortisol sérico e salivar matinal e a dosagem de cortisol livre na urina, têm sensibilidade limitada para diagnosticar insuficiência adrenal secundária, mas podem ser realizados antes de se solicitar os testes de estímulo para verificar se seus níveis basais já retornaram à normalidade – primeiro o ACTH, depois o cortisol 21, A medida do ACTH sérico matinal não é muito útil para avaliar insuficiência adrenal porque a precisão dos ensaios é limitada para valores inferiores e porque os níveis séricos do ACTH matinais em crianças são menores do que os de adultos (5-20 versus 20-80 pg/mL), dificultando a diferenciação entre os valores normalmente baixos daqueles verdadeiramente diminuídos no caso de supressão do eixo HHA 28, A determinação do cortisol sérico matinal basal (antes das 9 horas da manhã) sugere insuficiência adrenal induzida pela corticoterapia quando seus valores são inferiores a 3-5 mcg/dL e função adrenal normal se os valores forem maiores que 20 mcg/dL 6,32, Valores intermediários indicam a necessidade de outra forma de avaliação, uma vez que variáveis fisiológicas como alterações da concentração da transcortina, puberdade, exercício e até mesmo estresses emocionais, tão discretos quanto a antecipação da punção venosa, podem influenciar seus resultados 28, Ou seja, o teste só é útil quando os valores obtidos estão nos extremos da normalidade 32, É importante que a dosagem do cortisol sérico (basal ou pós-estímulo) seja realizada após a suspensão da corticoterapia, ou pelo menos 24-48 horas após a última dose, uma vez que, com exceção da dexametasona, os outros corticóides interferem com sua dosagem 6,39, A medida do cortisol livre na saliva, método não-invasivo e de fácil obtenção, ainda não está validada para avaliar o eixo HHA devido a dificuldades técnicas dos ensaios e necessidade de controle das variáveis que interferem nos resultados (por exemplo, ingestão alimentar, medicamentos) 40,41, Recentemente, Silva et al. utilizaram esse método para avaliar o eixo HHA em crianças brasileiras de 45 dias a 36 meses, estabelecendo valores de referência úteis para futuros estudos que o utilizem na investigação de insuficiência adrenal 42, A dosagem do cortisol livre na urina de 24 horas não é indicada para avaliar a hipofunção do eixo HHA pelo fato de menos de 1% do cortisol livre ser excretado na urina 28, Por isso, esse teste é mais utilizado na avaliação do hipercortisolismo, situação na qual ocorre a saturação da transcortina, permitindo assim uma maior excreção de cortisol livre pela urina. Por essas razões, a inibição e recuperação do eixo HHA é melhor avaliada por testes provocativos (insulina, metirapona, CRH, ACTH) ou, em alguns casos, durante situações de estresse clínico, como cirurgia, trauma ou infecções graves 5,6,10,32, Apesar da dificuldade de interpretação dos testes que avaliam a função do eixo HHA devido à incapacidade de se relacionar evidência bioquímica da supressão com seu significado clínico, tais testes continuam a ser o único dado objetivo disponível para avaliar a recuperação do eixo HHA e devem ser analisados criteriosamente 32, O teste de tolerância com insulina (0,1-0,15 UI/kg, de insulina regular, via endovenosa, dosando o cortisol sérico e glicemia no tempo zero e aos 60 minutos; resposta normal: cortisol > 18 mcg/dL, assumindo que a glicemia seja < 45 mg/dL ou inferior a 50% do nível basal) que mimetiza um estresse grave tem sido abandonado devido ao risco de convulsão hipoglicêmica e hipocalemia após tratamento com solução glicosada 14,23,43, O teste da metirapona (30 mg/kg, via oral, de metirapona à meia-noite medindo o 11-desoxicortisol e cortisol sérico na manhã seguinte; resposta normal: 11-desoxicortisol > 5 mcg/dL e cortisol > 7 mcg/dL) baseia-se na inibição da 11-beta-hidroxilase, enzima que converte 11-desoxicortisol para cortisol 14,23, Em um individuo normal, haverá elevação do ACTH e do 11-deoxicortisol, ao passo que naqueles com supressão do eixo HHA tal elevação não ocorrerá 28, Apesar de ser um excelente teste, seu uso é limitado pela dificuldade em se obter o medicamento e pelo risco de precipitar uma crise adrenal 14, O teste do CRH (1 mcg/kg, de CRH, via endovenosa rápida, dosando o cortisol sérico basal e após 30 minutos; resposta normal: elevação do cortisol de 3-4 vezes o valor basal) não é muito utilizado devido ao seu alto custo, efeitos colaterais e ausência de superioridade em relação aos outros métodos disponíveis 14,23, Por essas razões, o teste de estímulo com ACTH (Cortrosina ®, Synacthen ® ) realizado com dose baixa (1 mcg) ou alta (250 mcg) é o estudo dinâmico mais utilizado, apesar das controvérsias relacionadas ao fato de que ele avalia apenas a função adrenal, não fornecendo informações sobre a integridade do eixo HHA 39, O teste com baixa dose, “mais fisiológico”, embora relatado como mais sensível que o com dose alta (teste padrão) 14,44, é pouco usado devido à necessidade de diluição e de sua pouca familiaridade entre os médicos 37, O teste de estímulo com alta dose de ACTH é realizado da seguinte maneira: após a suspensão da corticoterapia por pelo menos 24 horas, determina-se o cortisol sérico matinal basal entre 7-8 horas (Valor de referência: 5-25 mcg/dL), administra-se 250 mcg de ACTH sintético via endovenosa e, após 30 e 60 minutos, repete-se a dosagem do cortisol sérico 6,11,44, A resposta normal é aquela em que o cortisol pós-estímulo eleva-se para 20 mcg/dL ou aumenta mais que 10 mcg/dL em relação ao seu valor basal 3,21, O teste é quase sempre positivo no paciente com insuficiência adrenal secundária de maior duração ou gravidade, ao passo que resultados falso-negativos podem ser observados naqueles com doença recente ou leve, pois as adrenais irão responder a doses suprafisiológicas de ACTH 22,44, Assim, testes negativos não afastam a possibilidade de insuficiência adrenal secundária, sendo necessária reavaliação clínica e, se a suspeita persistir, indicar a realização de testes adicionais, geralmente utilizando metirapona ou insulina 21,44, Quando o teste do ACTH for normal, pode-se considerar que a recuperação do eixo HHA está restabelecida 32, Alternativamente, caso não seja possível a realização do teste do ACTH, considera-se que o paciente que fez uso prolongado de corticóide esteja sob risco de insuficiência adrenal até 1 ano após a sua suspensão 1,3,6,37, Planejamento para retirada da corticoterapia A interrupção bem sucedida da corticoterapia seria aquela na qual haveria uma rápida transição de um estado de hipercortisolismo tissular para um de total deprivação dos corticosteróides exógenos sem recrudescimento da doença de base e sem o surgimento de insuficiência adrenal ou dependência do corticóide 1, Infelizmente, os estudos disponíveis são limitados no que se refere à predição de quais pacientes desenvolverão insuficiência adrenal após corticoterapia prolongada. As principais variáveis que interferem nesta análise são: idade, variabilidade individual, doença de base, tipo de corticóide, via de administração e duração do tratamento. Devido a essas limitações, ao se planejar a suspensão da corticoterapia é prudente partir-se do princípio de que o eixo HHA esteja suprimido. Quatro perguntas básicas devem ser respondidas antes de se iniciar a retirada dos corticóides, as quais serão apresentadas a seguir. Qual a doença de base para a qual os corticóides estão sendo usados? A maioria dos pacientes que apresentam dificuldade para retirada da corticoterapia são aqueles portadores de graves doenças hematológicas, inflamatórias ou imunológicas. Portanto, o médico assistente deve conhecer os sinais e sintomas que indiquem recrudescimento da doença subjacente, o que lhe fornecerá informações sobre a velocidade de retirada do corticóide, ou mesmo se incrementos temporários nas doses serão necessários. Se, por outro lado, não houver doença de base a ser tratada, como, por exemplo, nas situações em que o corticóide foi utilizado para tratar uma reação alérgica já resolvida, pode-se reduzir abruptamente sua dose antiinflamatória para uma dose fisiológica sem que haja risco de insuficiência adrenal 9, Quais as razões para se iniciar e interromper a corticoterapia? As razões para se iniciar a terapia com corticóides são as mais variadas em vista dos múltiplos usos terapêuticos desta classe de drogas. Sua retirada é considerada quando seu uso não é mais recomendado ou quando surgem efeitos colaterais importantes. A exacerbação de ceratite herpética é uma das raras contra-indicações à continuação da corticoterapia 1, Outras condições nas quais a retirada da terapia com corticóides deve ser considerada são: diabetes melito de difícil controle, hipertensão severa, osteoporose incapacitante, pseudotumor cerebral, inibição acentuada do crescimento, psicose induzida pelo corticóide e úlcera péptica 1,12,29, A decisão de se interromper os corticóides é o resultado do balanço entre os benefícios de sua continuação e a severidade dos seus efeitos adversos. Não existe uma simples regra que seja aplicável a todos os casos. Qual corticóide está sendo utilizado, por quanto tempo, em qual dose, via de administração e esquema terapêutico? Pacientes que receberam preparações de longa ação, em altas doses, por período prolongado, por via oral ou parenteral, e em uma maior freqüência de administração são aqueles com maior risco de virem a desenvolver complicações associadas à retirada dos glicocorticóides 3, As preparações de longa duração possuem uma vida tissular mais prolongada, a qual induz um estado de hipercortisolismo tissular crônico, favorecendo a supressão do eixo HHA. Em relação à duração da corticoterapia, não existe consenso na definição do que seria uma terapia aguda com corticóides. A literatura registra duração variável de 7-14 dias 3, Em um indivíduo normal, doses fisiológicas de corticóides referem-se à dose de 6-8 mg/m 2 /dia de hidrocortisona, por via endovenosa, ou 10-15 mg/m 2 /dia, por via oral 9, Doses altas diárias são definidas quando a posologia do corticóide, em adultos, é superior a 20-40 mg/dia de prednisona ou equivalente 12,37, Doses alternadas referem-se ao uso do corticóide a cada 48 horas. A administração do corticóide em várias doses ao dia faz com que a inibição do eixo HHA seja mais provável. Do mesmo modo, a prescrição de uma única dose à noite, ao deitar, inibirá o pico de liberação do ACTH nas primeiras horas da madrugada, resultando em uma maior supressão adrenal 1, Sempre que possível, a dose do corticóide de ação intermediária ou prolongada (por exemplo, prednisona, prednisolona e dexametasona) deverá ser tomada em dose única pela manhã. Preparações de ação curta, como hidrocortisona e acetato de cortisona, podem ser tomadas em duas doses, ao acordar e no final da tarde, dividindo a dose total em 2/3 pela manhã e 1/3 à tarde 6, Embora corticóides administrados por via sistêmica, principalmente parenteral, sejam responsáveis por mais complicações, eles não são os únicos a causarem insuficiência adrenal 40, As demais vias (transdérmica, intranasal, inalatória, intra-ocular e intra-articular) também podem causar efeitos sistêmicos, a depender da quantidade da droga que atinge a circulação 14, A corticoterapia dermatológica por tempo prolongado, ou utilizada em uma grande superfície corpórea, pode causar supressão do eixo HHA 3, O mesmo ocorre com o uso prolongado e/ou em altas doses de corticóides intranasais 45, Lima et al. (2002) relataram um paciente no qual a supressão adrenal após uso de dexametasona nasal demorou 15 meses para retornar ao normal 46, Quando da necessidade do uso de corticóides intranasais ou inalatórios, deve-se preferir aqueles com maior inativação hepática e, portanto, menor biodisponibilidade sistêmica. Exemplos destes corticóides em ordem decrescente de potência são: fluticasona = mometasona > budesonida = beclometasona > triancinolona = flunisolida 46,47, O paciente está cushingóide? Pacientes com sintomatologia cushingóide devido à corticoterapia provavelmente apresentam supressão do eixo HHA e atrofia adrenal, requerendo um maior cuidado na retirada do corticóide 1, Esquemas para retirada da corticoterapia Existem vários esquemas para retirada da corticoterapia, não existindo nenhum consenso, diretriz, ou ensaio clínico controlado orientando sobre como proceder a sua retirada. Na prática clínica, a maioria dos médicos que prescrevem corticóides desenvolve seu próprio esquema empírico de retirada 6,22, O que eles têm em comum é que a retirada nunca deve ser abrupta. De modo geral, pacientes submetidos a terapia aguda com corticóides (< 7-14 dias) não desenvolvem supressão do eixo HHA. Por isso, o tratamento pode ser suspenso sem a necessidade de esquema de redução 1,12,48,49, Na terapia crônica, objetiva-se reduzir rapidamente a dose terapêutica para uma dose fisiológica e, em seguida, proceder à retirada mais lenta para permitir a recuperação do eixo HHA. Nessa situação, os pacientes são divididos em dois grupos: com e sem doença de base. Na categoria de terapia crônica com doença de base, encontram-se aqueles indivíduos com doenças graves e que vêm usando altas doses de corticóide por tempo prolongado. Antes de iniciar a suspensão da corticoterapia, recomenda-se obter todas as informações clínicas, bioquímicas e laboratoriais sobre a atividade da doença subjacente a fim de que sinais de reagudização possam ser prontamente identificados e aumentos das doses prescritos, se necessário. Pacientes que utilizaram corticóide por tempo "prolongado" e cuja doença de base está resolvida podem ter sua dose terapêutica reduzida para a dose fisiológica mais rapidamente, pois não há risco de reagudização dos sintomas que motivaram seu uso. Em qualquer dos grupos (terapia crônica com e sem doença de base), se houver surgimento de sintomatologia de retirada dos corticóides ou de insuficiência adrenal, a dose em uso deve ser elevada ou mantida por tempo mais prolongado. Kountz & Clark 3 orientam reduzir o corticóide de modo gradual até atingir a dose de 5 mg/dia de prednisona equivalente. O paciente permanecerá usando essa dose por 4 semanas quando, então, realizará o teste do ACTH. Se a resposta for anormal, a dose deve ser modificada para 5 mg em dias alternados e o teste do ACTH repetido até que ocorra normalização do mesmo. Nesse esquema, as situações de estresse devem ser tratadas com incrementos da dose do corticóide para 25-300 mg/dia de hidrocortisona equivalente 3, A Tabela 3 ilustra o esquema de redução utilizado pelo nosso serviço. É importante estar atento para o fato de que nem todo paciente necessitará de aumento da dose em situações de estresse. Por exemplo, um paciente usando 50 mg/m 2 /dia de hidrocortisona equivalente não necessitará aumentar a dose em uso na presença de estresses mínimos ou leves, uma vez que a dose utilizada já "cobre" a situação de estresse. Por outro lado, um paciente usando doses fisiológicas de hidrocortisona necessitará aumentar a dose em três vezes para estresses leves, cinco vezes para moderados e até 10-15 vezes para estresses graves. Reposição de corticóides em situações de estresse O estresse surge na tentativa do organismo em manter sua homeostase diante de um evento adverso, sendo o eixo HHA e o sistema nervoso simpático os principais mediadores desta resposta. Praticamente todas as formas de estresse, físico ou psicológico, cursam com aumento na secreção de ACTH, que é seguido por uma importante elevação nos níveis sangüíneos de cortisol (3-5 vezes nos quadros moderados e 10-15 vezes nos quadros graves) 12,14, Esta produção aumentada do cortisol é a base teórica para a reposição de corticóides em doses suprafisiológicas nos pacientes com insuficiência adrenal, confirmada ou presumida, submetidos a situações de estresse 39, O valor de cortisol sérico que indica uma resposta adequada ainda é incerto e varia, provavelmente, de acordo com o evento desencadeador do estresse e com a funcionalidade do eixo HHA 7, Existem inúmeros esquemas de reposição de corticóide em situações de estresse. Essas recomendações são geralmente empíricas e não fundamentadas em estudos clínicos controlados 14,40, O único consenso entre eles é que a hidrocortisona é o corticóide de escolha devido a sua ação mineralocorticóide. Como a prednisona necessita ser convertida para prednisolona e o acetato de cortisona convertido para cortisol, através da enzima 11-beta-hidroxilase tipo I no fígado, antes que eles tenham atividade glicocorticóide, eles não são indicados em hepatopatas 11, Embora o esquema ideal (dose, freqüência e duração) seja sujeito a debate, atualmente têm-se recomendado doses menores do que as prescritas no passado, tendo em vista que doses excessivas podem levar a efeitos colaterais, como dificuldade de cicatrização, hiperglicemia, imunossupressão e retenção hídrica 39, Um dos estudos mais citados, uma revisão de Salem et al., de 1994, baseia suas recomendações em diferentes "graus" de estresse cirúrgico, os quais têm sido adaptados para seus equivalentes clínicos em termos de gravidade 50, De acordo com esses autores, adolescentes e adultos deveriam receber 25 mg/dia de hidrocortisona quando submetidos a procedimentos cirúrgicos considerados como estresse leve (herniorrafia inguinal, por exemplo); 50-75 mg/dia quando submetidos a cirurgias de estresse moderado (colecistectomia não laparoscópica, por exemplo); e 100-150 mg/dia quando da realização de cirurgias de estresse elevado (cirurgia cardíaca, por exemplo). A hidrocortisona deve ser administrada de 8/8 horas durante 1-3 dias, suspendendo seu uso ou retornando a dose usual assim que o estresse esteja resolvido 50, Outro esquema orienta, também para indivíduos adultos, dobrar ou triplicar a dose do glicocorticóide durante estresses leves a moderados, utilizando 100-150 mg de hidrocortisona em infusão venosa contínua na presença de estresse grave ou incapacidade de ingestão oral 6,16, Krasner orienta dobrar ou triplicar a dose do corticóide em situações de estresse moderado 6, Apesar de essa recomendação ser útil para pacientes em uso de doses fisiológicas, ela é desnecessária para aqueles em uso de doses antiinflamatórias. Shulman et al., em recente revisão, recomendam o seguinte esquema de suplementação para a população pediátrica: 30-50 mg/m 2 /dia de hidrocortisona, via endovenosa, 6/6 horas para estresses moderados e até 100 mg/m 2 /dia para estresses graves, por um período de 24-48 horas, a não ser que a condição geradora do estresse se prolongue 14, Key et al. relataram um esquema de suplementação de corticóide para procedimentos cirúrgicos da cavidade oral, no qual pacientes usando doses maiores que 10 mg/dia de prednisona receberão as seguintes doses de hidrocortisona: 25 mg, endovenosa, antes de pequenas cirurgias (por exemplo, extração simples); 25 mg na indução + 100 mg em infusão venosa contínua, por 24 horas, nas cirurgias moderadas (por exemplo, cirurgia em mandíbula); e prolongando esse tratamento, por 48-72 horas, nas grandes cirurgias (por exemplo, cirurgias de cabeça e pescoço) 51, Entretanto, nem todos concordam que a reposição de doses elevadas de corticóide em situações de estresse seja sempre necessária, uma vez que não existe consenso sobre a definição de estresse, nem como quantificar sua gravidade. Alguns autores postulam que, em pacientes com insuficiência adrenal comprovada, não há indicação de doses suplementares de corticóides, além da dose usual, quando da ocorrência de estresses leves (por exemplo, temperatura < 38 ºC, infecção de vias aéreas superiores, otite média e imunização), desde que o paciente esteja clinicamente bem 14, Apoiando esses dados, outros estudos indicam que a reposição de corticóides durante estresses cirúrgicos tem sido superestimada e que a manutenção das doses habituais de corticóides pode ser suficiente para pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos de menor gravidade 52, Enquanto não se documenta a recuperação do eixo HHA em pacientes que fizeram uso de corticóides por tempo prolongado, recomenda-se sua reposição em situações de estresse, como, por exemplo, fraturas, cirurgia, trauma, parto, procedimentos dentários invasivos, infecções sistêmicas graves, queimaduras importantes e temperatura axilar > 38,5 ºC 12, Estes pacientes devem ser orientados a portar uma identificação (colar, pulseira, cartão) informando sobre sua situação clínica e corticodependência e ter um relatório médico instruindo que medidas devem ser tomadas para tratá-la, incluindo quanto ao uso de hidrocortisona intramuscular. As doses de estresse devem ser revistas periodicamente para ajustes secundários ao aumento do peso. A Tabela 4 ilustra as recomendações de nosso serviço quanto à suplementação de corticóides em diferentes situações de estresse. Considerações finais A corticoterapia tem importância fundamental na prática clínica. Entretanto, a retirada ou suspensão inadequada dos corticóides após tratamento prolongado e/ou com altas doses pode se associar a vários problemas, como insuficiência adrenal, síndrome da retirada dos corticóides e reativação da doença de base. Ao proceder à retirada da corticoterapia, o médico deve saber: 1) como identificar quais pacientes estão sob risco de desenvolver as síndromes associadas a sua retirada; 2) como avaliar e prescrever a retirada da terapia, reduzindo gradativamente e de forma individualizada a dose do corticóide nos pacientes que fizeram uso do mesmo por tempo prolongado; e 3) ter em mente que, na impossibilidade de avaliar a integridade do eixo HHA, todo paciente que recebeu terapia prolongada e/ou com doses elevadas deverá ser considerado sob risco até 1 ano após a suspensão da corticoterapia. A adequada educação e orientação dos pacientes e seus responsáveis, por escrito, quanto aos possíveis sinais e sintomas durante a retirada, a suplementação de corticóide em situações de estresse, bem como sua cooperação e entendimento, são de extrema importância. Seguindo essas orientações, na maioria dos casos, a retirada da terapia crônica com corticóides pode ser realizada pelo médico assistente e, em raras situações, é necessária a supervisão do endocrinologista. Artigo submetido em 13.11.07, aceito em 08.01.08. Alves C, Robazzi TC, Mendonça M. Withdrawal from glucocorticosteroid therapy: clinical practice recommendations.
Faz mal tomar Corticorten?
O uso prolongado de Corticorten ® pode causar: –
Catarata subcapsular posterior (especialmente em crianças); glaucoma com risco de lesão do nervo óptico e aumento do risco de infecções secundárias nos olhos por fungos ou vírus. Entre em contato com o seu médico caso desenvolva uma visão turva ou outros distúrbios visuais.
Corticorten ® pode causar aumento da pressão arterial, retenção de sal e água e aumento da perda de potássio. Por isso, seu médico poderá recomendar uma dieta com pouco sal e a suplementação de potássio, durante o tratamento com Corticorten ®, Todos os corticosteroides aumentam a perda de cálcio.
- Se você está em tratamento com Corticorten ®, não deverá ser vacinado contra varíola e nem receber outras formas de imunização.
- Entretanto, caso esteja em tratamento com Corticorten ® como terapia substitutiva, por exemplo, na doença de Addison (doença em que existe incapacidade da glândula suprarrenal de produzir corticosteroide) pode realizar os processos de imunização normalmente.
Caso você esteja utilizando doses elevadas de Corticorten ®, deverá evitar o contato com pessoas com varicela (catapora) ou sarampo, Caso entre em contato com essas pessoas, procure atendimento médico, especialmente no caso de crianças. O tratamento com Corticorten ® na tuberculose ativa deve ser restrito aos casos de tuberculose fulminante ou disseminada, nos quais Corticorten ® é usado em associação com medicamentos para tuberculose.
- Caso haja indicação de Corticorten ® em tuberculose que ainda não tenha se manifestado em casos positivos no teste à tuberculina, torna-se necessária a avaliação contínua.
- Durante o tratamento prolongado, esses pacientes devem receber tratamento preventivo contra a tuberculose.
- Se a rifampicina for utilizada em um programa de prevenção da tuberculose, poderá ser necessário um ajuste na dose do corticosteroide.
Seu médico irá lhe indicar a menor dose possível de Corticorten ® para controlar a doença sob tratamento. Quando for possível diminuir a dose, seu médico fará uma redução gradual. Pode ocorrer insuficiência suprarrenal secundária quando houver a retirada rápida de Corticorten ®,
- Essa insuficiência pode ser evitada mediante a redução gradativa da dose.
- A insuficiência suprarrenal poderá persistir por meses após a interrupção do tratamento.
- Entretanto, se durante esse período ocorrer uma situação de sobrecarga de estresse, seu médico deverá restabelecer o tratamento com corticosteroide.
Se você já estiver sob tratamento com corticosteroide, seu médico poderá indicar um aumento da dose. Como a produção de mineralocorticoides pode estar comprometida, recomenda-se o uso conjunto de sódio e/ou agentes mineralocorticoides. O efeito de Corticorten ® ocorre de forma mais intensa nos pacientes com hipotireoidismo ou cirrose (doença avançada do fígado ).
- O uso de Corticorten ® pode causar transtornos psíquicos e agravar condições preexistentes de instabilidade emocional ou tendências psicóticas.
- O tratamento com Corticorten ® pode alterar a motilidade e o número de espermatozoides em alguns pacientes.
- Crise de feocromocitoma, que pode ser fatal, foi relatada após administração de corticosteroides sistêmicos.
Os corticosteróides só devem ser administrados a pacientes com suspeita ou identificação de feocromocitoma após uma avaliação apropriada de risco/benefício.
Qual é o melhor corticoide para inflamação?
Prednisona: o que é, para que serve e como funciona esse corticoide A prednisona é um remédio com ação anti-inflamatória da classe dos glicocorticoides. Ou seja, é uma versão sintética de alguns dos nossos hormônios. A prednisona é utilizada no tratamento de diversos problemas:, distúrbios endócrinos e osteomusculares e doenças dermatológicas, reumatológicas, oftalmológicas e respiratórias, entre outras.
- Além disso, integra a terapia de certos cânceres e é indicada para pessoas que passaram por um transplante, a fim de que o novo órgão não seja rejeitado.
- Veja: nosso organismo gera um processo inflamatório quando percebe que está sendo atacado por algum agente estranho.
- Ele libera um monte de mediadores químicos para enfrentar o inimigo.
Só que esse ataque às vezes não é muito organizado, causando danos no próprio corpo. É aí que a prednisona entra. Ela inibe a fabricação dos mediadores, barrando a inflamação. Por isso que é comumente associada a outros medicamentos que visam neutralizar a causa desse processo em si.
A prednisona é receitada para diversas condições clínicas mais intensas por sua alta eficácia no controle de inflamações. O farmacêutico José Eduardo Gonçalves, da, explica que um processo inflamatório geralmente atua em várias vias. Anti-inflamatórios não-esteroides, como, e diclofenaco, agem apenas em uma dessas ramificações, e nas etapas finais.
“Já os corticoides inibem o início dessa cascata de eventos. Por isso são extremamente potentes”, complementa. Mas atenção: apesar de ser efetiva, a prednisona tem muitos efeitos colaterais e exige cuidados específicos. Se essas recomendações não forem seguidas ao longo do tratamento, o fármaco pode inclusive levar à morte — tanto que só dá para comprá-lo com receita médica.
Quanto tempo uma pessoa pode tomar corticoide?
Acompanhamento médico necessário – Utilizar medicação à base de corticosteroides sem acompanhamento médico pode trazer uma série de preocupações e problemas extras ao paciente que trata de inflamações, alergias e sintomas autoimunes. Presente em pomadas para irritações na pele, bombinhas para asma, comprimidos para tratamento de urticárias e doenças crônicas relacionadas ao sistema imunológico, os corticoides são considerados fármacos de rápida resposta, essenciais em tratamentos de imunossupressão (diminuição da resposta imunológica do organismo).
- No entanto, especialistas alertam sobre a necessidade do acompanhamento médico para quem toma esse tipo de medicação, responsável por diversos efeitos colaterais.
- Quando usado pelo tempo certo, em dose e potência corretas, o corticoide é eficiente e preciso.
- Não é preciso ter medo”, afirma Marly da Rocha Otero, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia no Distrito Federal.
No entanto, devido à facilidade de compra, sem necessidade de receita médica, várias pessoas fazem uso prolongado da medicação. “Qualquer coceira vira motivo para comprar uma pomada, comprimidos são usados para alergia respiratória sem critérios, entre outros casos, mas isso é um erro”, explica a médica.
Segundo Priscila Parente, farmacêutica clínica, a administração de corticoides para casos de inflamação e alergias não deve ser prolongada. Tomar remédios além do tempo estipulado pode ser perigoso. “É importante seguir à risca o que foi prescrito. Tratamentos desse tipo não costumam ultrapassar os 10 dias de medicação.
Em emergências, alguns médicos receitam o corticoide para aliviar sintomas rapidamente. Mas é essencial que a paciente procure um profissional após isso, com o objetivo de identificar o porquê da irritação na pele”. Para Priscila, prolongar a medicação pode ser grave, já que provavelmente ela não está tratando o motivo da alergia ou da inflamação, apenas diminuindo os sintomas.
Como tomar corticoide 20 mg?
Para tomar o prednisona 20 mg, basta administrar o comprimido com um pouco de líquido logo pela manhã. A dosagem indicada será prescrita pelo seu médico.
Quando não devo tomar Corticorten?
CONTRA-INDICAÇÕES – CORTICORTEN É CONTRA-INDICADO PARA PACIENTES COM INFECÇÕES SISTÊMICAS POR FUNGOS, HIPERSENSIBILIDADE À PREDNISONA, A OUTROS CORTICOSTERÓIDES, OU A QUAISQUER COMPONENTES DA FÓRMULA. NA OCORRÊNCIA DE GRAVIDEZ OU LACTAÇÃO.
Quantas vezes por dia posso tomar Corticorten?
Dosagem –
Seu médico irá lhe prescrever uma dosagem individualizada, com base na sua doença específica, gravidade e sua resposta ao medicamento.A dose inicial de Corticorten ® para adultos pode variar de 5mg a 60mg diários, dependendo da doença em tratamento.Caso a doença não melhore após certo tempo, procure seu médico.A dose pediátrica, inicialmente, pode variar de 0,14mg a 2mg/kg de peso por dia, ou de 4mg a 60mg por metro quadrado de superfície corporal por dia, dependendo da doença em tratamento.
Após a obtenção de resposta favorável, seu médico irá reduzir a dosagem pouco a pouco até atingir a dose de manutenção, que é a menor dose com resposta clínica adequada. Seu médico poderá lhe indicar o uso de Corticorten ® em dias alternados. Caso você passe por situações de não relacionadas à doença sob tratamento, seu médico poderá aumentar a dose de Corticorten ®,
Pode tomar corticoide para dor de garganta?
Autor: Lucas Santos Zambon Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
- Última revisão: 20/11/2017 Comentários de assinantes: 0 Contexto Clínico A dor de garganta é uma das queixas mais comuns em departamentos de emergência e de atendimento ambulatorial.
- É a causa de 5% das visitas médicas em crianças e de 2% de todas as visitas ambulatoriais em adultos.
- A causa mais comum de dor de garganta é a faringite aguda causada por infecções virais autolimitadas.
O manejo da dor com paracetamol, dipirona ou anti-inflamatórios não esteroides (AINHs), portanto, representa o principal suporte. Essas medicações oferecem alívio da dor limitado, mas, às vezes, causam sérios danos. O tratamento da dor de garganta com antibióticos também proporciona um benefício modesto na redução de sintomas e febre quando a infecção é bacteriana, e seu uso inadequado pode contribuir para a resistência aos antibióticos.
- Os corticosteroides representam uma opção terapêutica adicional para o alívio dos sintomas.
- O Estudo Foram realizadas uma revisão sistemática e uma metanálise de ensaios clínicos randomizados, considerando adição de corticosteroides ao atendimento clínico padrão para pacientes com idade igual ou superior a 5 anos em atendimento de emergência e cuidados primários com sinais clínicos de amigdalite aguda, faringite ou síndrome clínica de dor de garganta.
Os ensaios foram incluídos independentemente do idioma ou status de publicação. Foram selecionados 10 estudos somando 1.426 indivíduos. Os pacientes que receberam corticosteroides de baixa dose (a intervenção mais comum foi a dexametasona oral com uma dose máxima de 10mg) tiveram duas vezes mais chance de sofrer alívio da dor após 24 horas (risco relativo 2,2; IC 95%, 1,2 a 4,3; diferença de risco 12,4%; evidência de qualidade moderada) e 1,5 vezes mais probabilidades de não ter dor com 48 horas (RR 1,5; IC 95%, 1,3 a 1,8; diferença de risco 18,3%; evidência de alta qualidade).
- O tempo médio para o início do alívio da dor em pacientes tratados com corticosteroides foi de 4,8 horas antes (IC 95%, -1,9 a -7,8, qualidade moderada) e o tempo médio para completar a resolução da dor foi 11,1 horas antes (-0,4 a -21,8, baixa qualidade) do que aqueles tratados com placebo.
- A redução absoluta da dor com 24 horas (escala analógica visual 0-10) foi maior em pacientes tratados com corticosteroides (diferença média 1,3; IC 95%, 0,7 a 1,9, qualidade moderada).
Nove dos 10 ensaios buscaram informações sobre eventos adversos. Seis estudos não relataram efeitos adversos, e três relataram poucos eventos adversos, que foram, principalmente, complicações relacionadas à doença, com incidência semelhante em ambos os grupos.
Aplicação Prática Com base nessa revisão sistemática com metanálise, há evidências de alta qualidade que sugerem que a adição de uma dose de corticosteroides reduz a intensidade e a duração da dor em pacientes com dor de garganta sem aumento de efeitos adversos graves. O tempo médio para completar a resolução da dor foi cerca de 11 horas menor com corticosteroides e 18% mais pacientes experimentaram alívio da dor completo com 48 horas.
Pode-se considerar fortemente a adoção dessa prática. Bibliografia Sadeghirad B et al. Corticosteroids for treatment of sore throat: systematic review and meta-analysis of randomised trials. BMJ 2017;358:j3887.
Como tomar corticoide 20 mg?
Para tomar o prednisona 20 mg, basta administrar o comprimido com um pouco de líquido logo pela manhã. A dosagem indicada será prescrita pelo seu médico.