Limpeza De Pele Artigo Cientifico? - CLT Livre

Limpeza De Pele Artigo Cientifico?

Limpeza De Pele Artigo Cientifico

Quais são os benefícios da limpeza de pele?

Estudos demonstraram que a limpeza de pele é capaz de reduzir a sujidade e oleosidade cutânea, eliminar células mortas, equilibrar o pH da pele e diminuir a contaminação por microrganismos capazes de provocar infecção nos folículos pilosos.
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Quais são as condições essenciais para aplicar cosméticos para a pele infantil?

Prevenção e cuidados com a pele da criança e do recém-nascido Revisão • • A pele do neonato é submetida a um progressivo processo de adaptação ao ambiente extrauterino, para o qual cuidados especiais se tornam necessários. A sua pele caracteriza-se por ser sensível, fina e frágil.

A imaturidade da sua barreira epidérmica diminui significativamente a defesa contra a excessiva proliferação microbiana, torna a pele mais susceptível ao trauma e à toxicidade por absorção percutânea de drogas. Devido às características próprias da pele do recém-nascido (RN), de lactentes e de crianças, o uso dos produtos cosméticos destinados à sua higiene e proteção requer um cuidado especial.

Com o intuito de preservar a integridade da pele neonatal e infantil, este artigo revisou os cuidados preventivos básicos que se devem ter com a pele dos bebês quanto à higiene, ao banho, ao uso de agentes de limpeza, a produtos tópicos e a sua toxicidade percutânea.

  • Cosméticos; Emolientes; Recém-nascido Neonatal skin suffers a progressive adaptation to the extrauterine environment and special care is needed during this period.
  • This skin is very sensitive, thin and fragile.
  • Immaturity of the epidermal barrier reduces the defense against the excessive proliferation of microbes and makes the skin more vulnerable to trauma and percutaneous drug toxicity.

Because of the peculiar characteristics of newborn, infant and children’s skin, the use of cosmetic products designed for hygiene and protection requires caution. In order to preserve the integrity of neonatal and child’s skin, this article reviewed basic preventive care practices in relation to hygiene, bathing, cleansing agents, topical products and their percutaneous toxicity.

  • REVISÃO
  • Prevenção e cuidados com a pele da criança e do recém-nascido
  • Juliana Dumêt Fernandes I ; Maria Cecília Rivitti Machado II ; Zilda Najjar Prado de Oliveira III
  • I Médica colaboradora do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil
  • II Médica supervisora do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil
  • III Médica diretora do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil
  • Endereço para correspondência
  • RESUMO

A pele do neonato é submetida a um progressivo processo de adaptação ao ambiente extrauterino, para o qual cuidados especiais se tornam necessários. A sua pele caracteriza-se por ser sensível, fina e frágil. A imaturidade da sua barreira epidérmica diminui significativamente a defesa contra a excessiva proliferação microbiana, torna a pele mais susceptível ao trauma e à toxicidade por absorção percutânea de drogas.

  1. Palavras-chave: Cosméticos; Emolientes; Recém-nascido
  2. INTRODUÇÃO
  3. A pele é um órgão de grande importância, multifuncional, que promove, mediante a função de barreira cutânea, proteção mecânica, termorregulação, vigilância imunológica, e previne a perda insensível de fluidos corporais.1-3 Devido a uma série de termos utilizados na literatura para se referir à pele da população pediátrica, adotaram-se, nesta revisão, as seguintes definições de faixa etária, de acordo com o Ministério da Saúde, para facilitar a compreensão do leitor:
  4. Recém-nascido (RN) ou neonato: do nascimento até 28 dias de idade;
  5. RN de baixo peso: recém-nascido com peso inferior a 2.500 gramas;
  6. RN prematuro ou pré-termo: recém-nascido com menos de 37 semanas de idade gestacional;

RN a termo: recém-nascido cuja idade gestacional está entre 37 semanas e 41 semanas e seis dias. Além disso, utilizaram-se os seguintes termos: lactentes ou bebês ou infantil para fazer referência à faixa etária de um mês a 12 meses de idade; criança para a faixa etária de 12 meses a 12 anos de idade; adolescente para a faixa dos 12 aos 18 anos de idade e adulto para a faixa dos 18 aos 65 anos de idade. Acreditava-se, até algum tempo atrás, que a função de barreira cutânea atingia sua maturidade por volta da 34ª semana de gestação. Porém, dados recentes mostram que ela continua a se desenvolver até 12 meses após o nascimento.4 A pele do neonato é submetida a um progressivo processo de adaptação ao ambiente extrauterino, para o qual cuidados especiais se tornam necessários.3 Ela se caracteriza por ser sensível, fina e frágil. Além disso, quando comparada com a pele do RN a termo, a pele do RN prematuro é ainda mais fina, com estrato córneo mais delgado, coesão entre a epiderme e derme diminuída e função de barreira cutânea menos efetiva, tendo como consequências mais relevantes perda de água transepidérmica, maior absorção percutânea de químicos e trauma cutâneo facilmente induzido, até mesmo com a remoção de qualquer curativo adesivo.1,5 Isso causa propensão a infecções, toxicidade e dificuldades na homeostasia dos fluidos.5 O pH ácido da superfície cutânea observado em adultos e adolescentes (pH<5) tem efeito protetor contra micro-organismos.1 Nos RN, e principalmente nos prematuros, a superfície cutânea possui pH com tendência a neutro, o que diminui significativamente a defesa contra a excessiva proliferação microbiana e pode promover maior perda de água transepidérmica, demonstrando alteração da função de barreira epidérmica.1 Os lipídios epidérmicos exercem importante função na manutenção da barreira epidérmica e na integridade da pele.6 Porém, o conteúdo lipídico da pele dos RN é menor devido à baixa atividade das glândulas sebáceas. Por outro lado, apresenta elevado teor de água.7 No lactente, o filme hidrolipídico cutâneo é gradualmente substituído por lipídios epidérmicos não glandulares, menos eficazes na proteção cutânea. Além disso, barreira lipídica protetora não pode ser reproduzida por meios artificiais; por essa razão, é necessário o máximo cuidado para não haver destruição dessa barreira, que ocorre, principalmente, pelo uso inadequado de produtos químicos.6 A derme dos RNs e lactentes apresenta menor quantidade de colágeno maduro do que a do adulto e, por conter elevada concentração de proteoglicanos, atinge maior teor de água. Outras diferenças entre as peles dos RNs, dos lactentes e das crianças em relação à dos adultos são: menor espessura da camada córnea, maior número de folículos pilosos velos, menor poder tampão e maior relação superfície/volume corporal. Elas são mais marcantes quanto menor é a idade da criança e mais acentuadas nos prematuros, o que implica maior susceptibilidade a agentes externos, potencialmente prejudiciais, maior perda transepidérmica de líquidos, menor capacidade de manutenção da homeostasia e maior absorção percutânea, o que leva a maior toxicidade sistêmica.8,9 Assim, as peles dos RNs, dos lactentes e das crianças são particularmente sensíveis ao excesso de secreções glandulares (suor e sebo), aos ácaros do pó da casa, às bactérias presentes no ambiente exterior, às impurezas acumuladas na área da fralda (fezes e urina), à oclusão pelo material das fraldas e a condições atmosféricas extremas. Como a barreira epidérmica é imatura nos RNs e lactentes, a permeabilidade cutânea é muito elevada, sobretudo, durante a primeira quinzena de vida.1 Isso promove um importante risco de toxicidade por absorção percutânea de drogas.10 Por outro lado, essa pele também é mais facilmente agredida mecanicamente, como ocorre na zona de contato com as fraldas ou pela utilização de lenços de limpeza, que causa remoção repetida e localizada de células do estrato córneo e aumenta, por sua vez, a permeabilidade cutânea.1,10 Com o tempo, a pele da criança vai adquirindo cada vez mais impermeabilidade, embora sempre se mantenha inferior à do adulto. Os cuidados com a pele dos RNs, dos lactentes e das crianças devem buscar preservar a integridade cutânea, prevenir toxicidade e evitar exposições químicas prejudiciais à pele.11 Como a função de barreira cutânea efetiva é vital para o RN e seu funcionamento é reduzido pela imaturidade desse período, cuidados otimizados com a pele são muito importantes e podem minimizar a morbi-mortalidade associada a esse problema no período neonatal. Além disso, é necessário ter em mente os aspectos particulares da pele dos bebês e da criança, para prevenir e evitar os riscos ligados aos produtos aplicados topicamente nessa faixa etária. CONSIDERAÇÕES SOBRE PREPARAÇÕES TÓPICAS Devido às características próprias da pele neonatal e infantil, os produtos cosméticos destinados à sua higiene e proteção requerem cuidado especial na sua formulação. Uma das condições essenciais é que sejam excluídos todos os ingredientes que possam constituir potencial agressão cutânea.12 Essa premissa é, obviamente, extensível a todos os cosméticos, mas, sem dúvida, mais difícil de executar nos produtos para aplicação sobre a frágil pele infantil. A absorção percutânea de drogas e agentes tópicos é influenciada tanto pelas características físicas e químicas da droga quanto pelas propriedades da barreira cutânea. Quanto maior a relação entre superfície corporal e peso, maior o risco de toxicidade percutânea. Outros fatores implicados são imaturidade dos sistemas de metabolização da droga e, em RNs, principalmente os prematuros, a imaturidade da barreira epidérmica.13 Muitos produtos direcionados ao uso infantil têm substâncias potencialmente tóxicas e prejudiciais à pele dos RNs. Nem mesmo rótulos contendo frases como "dermatologicamente testado" ou "pH balanceado" ou "ingredientes naturais ou orgânicos" garantem a segurança dos ingredientes do produto.6 Embora a pele do RN, sendo imatura, seja relativamente impermeável ao álcool, este pode causar necrose hemorrágica nos RNs prematuros, quando usado como tópico antisséptico na pele ocluída.14 Além disso, o álcool presente nas soluções de limpeza da pele pode causar queimadura, principalmente, nos RNs de baixo peso e, por isso, essas soluções devem ser evitadas em unidades neonatais.3,15 Há relatos de que clorexedine puro a 0,5% é um agente tópico antisséptico eficaz e é considerado uma alternativa mais segura, quando não associado ao álcool, para uso em neonatos a termo, sem toxicidade percutânea conhecida.15 O emprego de soluções iodadas na pele do neonato pode resultar em sobrecarga significativa de iodo e um grave e transitório hipotireoidismo.3 A exposição do RN a essas soluções deve ser evitada sempre que possível e, caso ocorra, devem-se mensurar os níveis de hormônios tireoidianos, principalmente, nos RNs prematuros, cuja permeabilidade cutânea é ainda mais alta e em quem a tireoide é imatura.3,16 A prilocaína, componente de anestésico tópico, pode causar meta-hemoglobinemia, quando aplicada em superdosagem. Podem-se aplicar até 25mg numa área máxima de 10cm 2.17 Já a tetracaína em gel, outro anestésico tópico, não provoca meta-hemoglobinemia, porém pode causar dermatite de contato nos RNs prematuros.18 O propilenoglicol, ingrediente de muitos emolientes, pode causar ardência e irritação cutânea, especialmente, se utilizado em uma concentração maior do que 5%.6 Usado também como veículo de algumas vitaminas administradas oralmente, o propilenoglicol tem sido associado à toxicidade do sistema nervoso central em bebês prematuros.19,20 Além disso, seu uso excessivo enteral e parenteral oferece risco de hiperosmolaridade e convulsões.21

  • Outros ingredientes também devem ser evitados em RNs, lactentes e crianças, como:
  • Sódio lauril sulfato (SLS): é um potente irritante da pele que danifica a barreira lipídica e causa inflamação e descolamento das camadas da pele. Quando associado a outros produtos, como triclosan, tende a ficar aderido à pele por horas ou dias; 6
  • Sódio laureth sulfato (SLES) e amônio laureth sulfato: são agentes que formam a espuma de produtos como pastas de dente, gel de banho, espuma para banheiras. São irritantes, podem danificar proteínas e provocar úlceras orais; 6
  • Metilisotiazolina: encontrado em xampus e condicionadores, tem sido associado a defeitos neurológicos; 22

Parabenos (metilparabeno, propilparabeno, etilparabeno e butilparabeno): encontrados em loções e xampus para bebês e também em lencinhos de limpeza. Podem causar dermatite de contato e rash cutâneo.6 Na higiene do bebê e da criança, também devem ser cuidadosamente evitados produtos que contenham perfumes e corantes (pelo risco de dermatite de contato), além de aditivos que simulem cores e aromas apetitosos de fruta e doces, uma vez que estimulam a ingestão dos cosméticos.

O mostra alguns efeitos prejudiciais provocados pela absorção transcutânea de produtos aplicados topicamente nos recém-nascidos e nos lactentes.3,12,14-18,21 Outras preparações tópicas também devem ser usadas com cuidado, pelo risco de causar danos aos recém-nascidos, lactentes e crianças ().3,6,18-22 CONSIDERAÇÕES SOBRE VEÍCULOS Como qualquer produto ativo precisa de um veículo ou excipiente que o mantenha em bom estado, é necessário fazer algumas considerações sobre determinados tipos de veículos, uma vez que alguns deles também podem acarretar riscos ou danos ao RN.

Além disso, determinados tipos de veículo devem ser usados somente em situações apropriadas: Pós: têm propriedades absorventes, protetoras, secantes e minimizam a fricção. Os mais frequentemente utilizados são talco (silicato de magnésio), óxidos de zinco e titânio, argila, caolino e amido.

A utilização de pós não é recomendada nos bebês, em especial, talco e pó de amido, pelo risco de inalação acidental, que pode causar irritação, pneumonite, com formação de granuloma e fibrose pulmonar; 23 Gorduras ou excipientes lipofílicos: têm propriedades oclusivas e podem ser fluidas ou óleos (óleo de amêndoas doces, parafina líquida), semi-sólidas (lanolina, vaselina) ou sólidas (parafina sólida, ceras).

Não devem ser usadas em dermatoses inflamatórias e/ou exsudativas, nem em pregas cutâneas, pelo seu poder oclusivo; 24 Suspensões: consistem na associação de líquidos e pós. São indicadas no tratamento de dermatoses exsudativas e intertriginosas; 9,25 Emulsões: são associações de dois componentes não miscíveis – água e óleo.

De acordo com a fase dispersa, existem dois tipos de sistemas: emulsões água em óleo (A/O) ou óleo em água (O/A), às quais é associada uma multiplicidade de agentes cuja composição nem sempre é conhecida e que podem ser irritantes para a pele dos RNs. Quando a fase aquosa é maior que 45%, obtêm-se emulsões O/A (como os cremes e loções ), que são mais fluidas.

Quando é inferior a 45%, a fase contínua passa a ser oleosa e têm-se emulsões A/O (como as pomadas ou unguentos ), que são mais gordurosas e oclusivas.26 Em caso de necessidade do uso terapêutico das emulsões O/A nos bebês e crianças, deve-se procurar utilizá-las em dermatoses agudas, exsudativas e nas pregas, local onde a oclusão por emulsões mais gordurosas não é aconselhada.27 Já as emulsões A/O, pelo seu poder predominantemente oclusivo, devem ser usadas nos bebês e nas crianças quando algum tratamento se faz necessário, nos casos com pele seca, xerose e eczema crônico, por permitirem melhor absorção do produto ativo.26,27 EMOLIENTES Os emolientes são emulsões que contêm lipídios, amaciam e restauram a elasticidade e homeostase da pele e evitam a perda transepidérmica de água.

Deixam um filme lipídico que preenche os espaços entre os corneócitos, o que facilita a sua adesão ao nível do estrato córneo. Têm, portanto, propriedades umectantes (atraem água para a pele) e oclusivas (impedem que a água evapore).28 Os emolientes lubrificam e hidratam a pele, protegem a integridade do estrato córneo e da barreira cutânea, além de tratarem a pele seca.1,29-31 A pele do RN prematuro tem uma barreira epidérmica pouco eficiente.

A aplicação diária profilática de emoliente nesse tipo de pele ainda é motivo de controvérsias. Sabe-se que o emoliente diminui a frequência de dermatite, previne ressecamentos e fissuras, diminui a perda de água transepidérmica e melhora a integridade da pele.1,32-37 Alguns acreditam, inclusive, que o uso tópico de determinado tipo de emoliente (por exemplo, Aquaphor™ ) é benéfico para o equilíbrio hidroeletrolítico de bebês muito prematuros.38 Entretanto, outros autores demonstraram que a aplicação profilática de emoliente no RN prematuro pode aumentar o risco de infecções nosocomiais e por estafilococos coagulase-negativos e, por isso, não recomendam o uso rotineiro profilático de emolientes em RNs prematuros.3,32 Outros estudos mostraram que determinados tipos de emolientes (como o óleo de girassol) podem proteger a pele dessas infecções, ao invés de aumentar o seu risco.39-41 Outro trabalho não encontrou diferença na taxa de infecção nosocomial entre RNs prematuros que utilizaram ou não emoliente profilático durante quatro semanas.33 Recentemente, um estudo em Bangladesh mostrou melhora na taxa de sobrevida dos RNs prematuros de alto risco que fizeram uso de emolientes que melhoravam a barreira epidérmica.42 A discrepância entre todos esses estudos talvez possa ser explicada pelas diferenças dessemelhanças regionais, pelos diversos tratamentos tópicos utilizados e por diferentes tipos de cuidados entre um local e outro.

O que se sabe, enfim, é que, se o uso de emolientes for necessário para o tratamento da pele seca nesses RNs, dever-seão utilizar emolientes que não a irritem e que contenham balanço fisiológico de lipídios epidérmicos, os quais melhoram a função de barreira epidérmica (colesterol, ceramida, linolato, palmitato), 43 ou os que contenham óleo de girassol.44,45 Alguns estudos demonstraram que o óleo de girassol é superior aos óleos de oliva, mostarda e soja tanto em relação à velocidade de recuperação da barreira cutânea quanto em relação à toxicidade e potencial para desenvolver dermatite de contato.39,45-50 Os emolientes são indicados para o cuidado diário da pele seca, em dermatoses descamativas e nos atópicos.9,51 A eficácia de qualquer emoliente aumenta quando aplicado imediatamente após o banho ou em pele ainda úmida.

Emolientes perfumados devem ser usados com muito cuidado, pelo risco de irritação e sensibilização.1,6,9,12 Quando os emolientes estão sob a forma de pomada, são oclusivos e promovem um efeito lubrificante. Entretanto, deve-se ter em mente que eles podem provocar acne, foliculite, miliária e piora do prurido (principalmente, em atópicos) quando são utilizados em locais muito quentes e úmidos.9 Quando estão sob a forma de creme e loção, são mais fáceis de espalhar, levando a uma melhor aderência ao tratamento, e também promovem efeito umectante.9 Por outro lado, não se pode esquecer que a maioria dos emolientes também contém ingredientes inativos, como conservantes, corantes e perfumes que, muitas vezes, podem provocar irritação cutânea e dermatite de contato alérgica, especialmente, em RNs, lactentes e crianças susceptíveis.1,9 Em bebês e crianças com xerose cutânea ou atópicos, os mais eficazes, seguros e, frequentemente, mais baratos emolientes em pomada ou creme, dependendo da intensidade do ressecamento da pele, são os isentos de perfumes, corantes e conservantes.1,6,9,12,51 BANHO Imediatamente após o nascimento, normalmente, o vernix caseoso é limpo com uma toalha.

Entretanto, o momento certo para o primeiro banho do RN ainda é controverso na literatura. Geralmente, o banho de rotina não é considerado prejudicial ao RN, porém recomenda-se, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que o primeiro banho seja dado apenas seis horas após o parto, devido ao risco de hipotermia durante e após o banho.29,52-57 Por outro lado, um estudo feito por Behring 58 et al.

(2003) demonstrou que não houve diferença significativa de temperatura entre os RNs que tomaram banho uma hora após o parto e os que tomaram banho entre quatro e seis horas após o parto, corroborando os achados de trabalhos anteriores feitos por Penny-MacGillivray (1996) e Varda e Behnke (2000), que também não encontraram diferença de temperatura relacionada ao momento do primeiro banho.59,60 Outros autores 61-63 estabelecem que o primeiro banho seja dado somente quando a temperatura do neonato estiver estabilizada, em vez de considerar apenas o número de horas após o parto como o momento ideal para isso.

O banho dos recém nascidos visa, especialmente, as zonas que necessitam maior atenção, como face, pescoço, pregas e área das fraldas.2,27,64 Quanto ao banho de rotina, foi demonstrado que ele, em si, é superior à esfregação com esponja ou algum outro tecido. O ato de esfregar com esponja ou tecido promove maior perda de temperatura, maior perda de água transepidérmica e menor hidratação do estrato córneo.65-67 A duração do banho deve ser curta, de no máximo cinco minutos, principalmente, se for usado algum sabonete.3,68 Isso ajuda, também, a evitar a maceração da pele.27,69 A frequência do banho varia muito entre determinadas regiões e países, dependendo da cultura de cada local.62 De fato, em muitos locais, especialmente, os que apresentam clima mais quente, as mães preferem dar banho diariamente nos seus bebês, mesmo não sendo realmente necessário.62 Entretanto, orienta-se que a banho não seja dado diariamente.11,70 É recomendável que a sua frequência seja de aproximadamente duas vezes por semana, até o bebê começar a engatinhar.11,70 Já nos RNs prematuros, orienta-se que o banho seja dado a cada quatro dias.71 A temperatura da água deve estar próxima à temperatura corporal (37ºC-37,5ºC).11,62,72 Entretanto, alguns autores recomendam temperaturas ligeiramente mais baixas, correspondendo à temperatura da pele (34ºC-36ºC).67 Após o banho, caso a pele do RN e do bebê apresente qualquer sinal de ressecamento ou fissura, deve-se aplicar um emoliente adequado que, além de tratar a pele seca, proteja a integridade do estrato córneo e da barreira cutânea.11,29-31,73 Os emolientes são mais benéficos ainda nos bebês com maior risco de desenvolver atopia (com história familiar positiva) e, nesses casos, devem ser usados durante e após o banho.62,74-79 Alguns autores relatam benefícios, também nesses casos, do uso de óleos emulsificantes.80,81 Os óleos reduzem a perda de água do estrato córneo e mantêm a pele limpa de escamas e de crostas.9 Porém, deve-se evitar adicionar ao banho óleos vegetais de oliva e de mostarda, pelo risco de dermatite de contato, embora os estudos existentes tenham sido realizados apenas em adultos.62,46-49 Além disso, é preciso cuidado com óleos de banho, pois podem transformar as banheiras em superfícies escorregadias e perigosas.51 Mais estudos das implicações do uso desses óleos em RN são ainda necessários.

AGENTES DE LIMPEZA Os sabões são obtidos pela ação de uma base em uma mistura de ésteres de ácidos graxos. Sabonetes tradicionais, em barra, têm boa detergência, bom poder emulsionante e produzem bastante espuma; entretanto, além de serem irritantes, seu pH alcalino pode destruir a camada superficial lipídica da pele do bebê, levando ao ressecamento cutâneo excessivo, 2,82-84 por isso, devem ser evitados.

Os sabonetes de glicerina, por seu excessivo conteúdo em glicerina, que é um umectante potente, podem absorver água em excesso para fora da pele, causando, potencialmente, mais secura e irritação cutâneas.68,85 Os s yndets, também chamados detergentes sintéticos ou “sabões sem sabão”, não têm as desvantagens do sabão e podem ser uma boa escolha.

São compostos por agentes tensoativos com bom efeito detergente, têm pH neutro ou ligeiramente ácido, fazem pouca espuma e provocam pouca irritação. Podem se apresentar em formas sólidas ou líquidas e, embora seu uso seja agradável, não deve ser excessivo.68,85 Os agentes de limpeza ideais devem ser líquidos, suaves, sem sabão, sem fragrância, com pH neutro ou ligeiramente ácido, que não irrite a pele nem os olhos do bebê, nem altere o manto ácido protetor da superfície cutânea.2,11,28,62,67,68,82-84,86 Alguns estudos demonstram que o uso desses agentes de limpeza líquidos é superior ao de apenas água no banho, tanto em relação à higiene (resíduos fecais e urinários) quanto em relação ao ressecamento da pele.82,87-98 Um efeito protetor adicional para a pele do bebê e da criança pode ser alcançado utilizando-se um agente de limpeza líquido que contenha algum emoliente.29,30,82,92,95 Embora essa seja a recomendação rotineira, os estudos a respeito do emprego de agentes de limpeza ainda são limitados.

Em um deles, realizado recentemente, comparou-se o efeito no desenvolvimento da barreira cutânea, entre os RNs, de banhos com água, gel de limpeza e loção tópica e banhos apenas com água.98 Em nenhum dos dois grupos se observou efeito adverso na barreira epidérmica. No que diz respeito ao momento apropriado para a introdução dos agentes de limpeza no banho dos RNs, alguns estudos recomendam que seja logo após a queda do cordão umbilical, 67 enquanto outros especificam um tempo que varia de duas a quatro semanas 2 até seis semanas após o nascimento.82 Entretanto, esse momento varia de acordo com a preferência pessoal de cada mãe.62 Quanto aos xampus, não existe uma fórmula pediátrica padronizada.

Eles se baseiam, normalmente, em agentes anfotéricos, não iônicos. Enquanto o cabelo é curto, fino e frágil, não é necessário usar xampus, e o mesmo produto pode ser utilizado para o corpo e o cabelo.62 Isso, porém, é uma questão de escolha. No entanto, se a opção for pelos xampus, será preciso levar em consideração os mesmos aspectos dos agentes de limpeza do banho: eles deverão ser suaves, apenas levemente detergentes, com pH próximo ao da lágrima, para não provocar ardência nem irritação nos olhos nem na pele, e não devem alterar as raízes do cabelo ou agredir o couro cabeludo, que são frágeis, na infância.7,51,62,83,99 Apesar de os lenços umedecidos de limpeza serem práticos e apresentarem um cheiro agradável, não são recomendados pela maioria dos autores pelo risco de remover o filme lipídico da pele e causar sensibilização.

  1. OUTROS CUIDADOS COM A PELE DO RN, DO LACTENTE E DA CRIANÇA
  2. Outros cuidados que se devem ter com a pele do bebê, no intuito de preservar a sua integridade cutânea, são:
  3. Nos RNs, a limpeza regular do cordão umbilical com clorexedine, nos primeiros dez dias de vida, até o cordão cair, pode reduzir bastante o risco de infecção do mesmo e também o risco de morte neonatal; 57,102,103
  4. As unhas dos bebês devem ser mantidas limpas e curtas, para evitar que machuquem a pele; 3

As fraldas – preferencialmente, as descartáveis superabsorventes, que são as que têm maior capacidade de manter seca a área correspondente -, devem ser trocadas com frequência.104 A higiene da área da fralda com água morna e algodão, sem sabonetes, é suficiente na limpeza diária da urina. Para as fezes, sabonetes brandos são recomendados. O uso rotineiro de preparações tópicas para prevenir dermatite da área das fraldas não é necessário para crianças com a pele normal.100 Os aditivos dessas preparações têm o potencial de causar sensibilização de contato, irritação e/ou toxicidade percutânea; Deve-se evitar ao máximo o uso de curativos adesivos na pele dos bebês, principalmente, dos prematuros, pelo risco de lacerar a pele, que é muito fina. Se seu uso for realmente necessário, convém utilizar pedacinhos bem pequenos e ter muito cuidado na hora de removê-lo.1 Para facilitar a remoção, podese empregar um emoliente.1 CONCLUSÕES A pele do neonato sofre um progressivo processo de adaptação ao ambiente extrauterino, o que exige cuidados especiais.3 Ela se caracteriza por ser sensível, fina e frágil, com pH neutro na sua superfície, o que diminui, significativamente, a defesa contra a excessiva proliferação microbiana. Seu conteúdo lipídico é menor, mas o de água é elevado. É uma pele macia, uma vez que a camada córnea tem menor espessura, e a epiderme e a derme são mais delgadas do que as dos adultos. A imaturidade da sua barreira epidérmica provoca maior facilidade de ressecamento, diminui sensivelmente a defesa contra a excessiva proliferação microbiana e a torna mais susceptível ao trauma e à toxicidade, por absorção percutânea de drogas. Devido às características próprias da pele neonatal e infantil, os produtos cosméticos destinados à sua higiene e proteção requerem um cuidado especial na formulação. Muitos produtos direcionados ao uso infantil têm substâncias potencialmente tóxicas e prejudiciais à pele dos RNs e lactentes. Uma das condições essenciais é que sejam excluídos todos os ingredientes que possam constituir potencial agressão cutânea. Essa premissa, obviamente, se estende a todos os cosméticos, mas, sem dúvida, é mais imperiosa quando se trata de produtos para a frágil pele dos bebês e das crianças. Como a função de barreira cutânea efetiva é vital para o RN e é reduzida pela imaturidade desse período, cuidados redobrados com a pele são muito importantes e podem minimizar a morbi-mortalidade associada a esse problema no período neonatal. Com o intuito de preservar a integridade cutânea e diminuir os riscos provocados pelo cuidado indevido da pele neonatal, infantil e da criança, este artigo revisou as recomendações básicas em relação à higiene, ao banho, ao emprego de agentes de limpeza e produtos tópicos e à toxicidade percutânea destes. Sabendo-se que o mercado da cosmética e dos produtos para a pele neonatal e infantil tem evoluído nos últimos anos, tornando-se bastante apelativo ao consumo exagerado, é preciso assumir a responsabilidade de rejeitar hábitos consumistas e mostrar prudência na prescrição.

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  • Endereço para correspondência: Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255, 3º andar, sala 3.070 – Cerqueira César 05403-000 São Paulo – SP, Brasil Tel.: 11 3069-6000 E-mail:
  • Aprovado pelo Conselho Editorial e aceito para publicação em 29.01.2010.

    • Conflito de interesse: Nenhum
    • Suporte financeiro: Nenhum
  • * Trabalho realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil.
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    Endereço para correspondência: Juliana Dumêt Fernandes Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255, 3º andar, sala 3.070 – Cerqueira César 05403-000 São Paulo – SP, Brasil Tel.: 11 3069-6000 E-mail: [email protected] * Trabalho realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil.

    • Publicação nesta coleção 21 Mar 2011
    • Data do Fascículo Fev 2011

    : Prevenção e cuidados com a pele da criança e do recém-nascido
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    O que é envelhecimento da pele?

    ARTIGO DE REVISÃO Rejuvenescimento da pele por peeling químico: enfoque no peeling de fenol * * Trabalho realizado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas, USP. Maria Valéria Robles Velasco I ; Fernanda Rumi Okubo II ; Maria Elizette Ribeiro III ; Denise Steiner IV ; Valcenir Bedin V I Prof a,

    1. Dra. da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo II Acadêmica, Faculdade de Ciências Farmacêuticas e Bioquímica Oswaldo Cruz, São Paulo III Prof a, Dra.
    2. Da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo IV Prof a,
    3. Adjunta da Faculdade de Medicina de Jundiaí; diretora da Clínica Stöckli, São Paulo V Diretor da Sociedade Brasileira de Medicina Estética; diretor da Clínica Stöckli, São Paulo Endereço para correspondência RESUMO O envelhecimento da pele é um processo que preocupa muitos indivíduos, que buscam a ajuda especializada do médico para minimizar seus sinais.

    Um dos recursos para melhorar a qualidade da pele são os peelings químicos, utilizando várias substâncias ativas, como ácido glicólico, retinóico, tricloroacético e o fenol, entre outros, que proporcionam a esfoliação cutânea e posterior renovação celular.

    • Dependendo da concentração e do valor de pH em que são empregados nas formulações, desencadeiam o peeling superficial, médio e profundo.
    • O fenol tem sido utilizado como peeling profundo tanto isoladamente como em associação com outros componentes da fórmula que atuam como promotores de penetração e permeação.

    A utilização desses produtos resulta no processo de renovação celular intenso, normalizando a pigmentação da pele, atenuando marcas e minimizando as rugas. Devido a sua toxicidade e contra-indicações, o fenol deve ser aplicado cuidadosamente segundo a técnica recomendada, e o paciente deve ser monitorado para se obter a máxima eficácia do peeling e também minimizar os efeitos sistêmicos.

    • Palavras-chave: abrasão química; envelhecimento da pele; fenol.
    • INTRODUÇÃO As técnicas de rejuvenescimento vêm-se aperfeiçoando não apenas pelos avanços tecnológicos, mas também pela preocupação da população com a saúde e a aparência física, bem como em decorrência da maior longevidade.
    • O processo de envelhecimento ocorre tanto por causas genéticas, mudanças hormonais associadas à menopausa (envelhecimento intrínseco), quanto por influências ambientais, como luz solar, vento, umidade, doenças dermatológicas, fumo, álcool, alimentação.1 As modificações da pele que ocorrem pelo envelhecimento intrínseco levam a ressecamento, flacidez, alterações vasculares, rugas e diminuição da espessura da pele.2 O envelhecimento cutâneo devido à exposição ao sol é conhecido como “fotoenvelhecimento” e conduz à degeneração das fibras elásticas e colágenas, ao aparecimento de manchas pigmentadas e à ocorrência de lesões pré-malignas ou malignas.

    A radiação UV propicia a formação dos radicais livres produzidos e, com isso, eleva o número de lesões oxidativas não reparadas, que alteram o metabolismo e são responsáveis pelo envelhecimento precoce, e elevam o risco de aparecimento de câncer cutâneo.2,3,4 A pele não agredida pelo sol caracteriza-se por seu aspecto sem manchas, pigmentação homogenêa e textura macia.

    1. Com o passar dos anos, a velocidade de renovação celular diminui, e o peeling é um procedimento que visa acelerar o processo de esfoliação cutânea, promovendo a renovação celular, pelo uso de substâncias químicas.
    2. Dessa forma, a pele adquire aspecto mais jovial e renovado.5 O peeling químico é também chamado de resurfacing químico, quimioesfoliação ou quimiocirurgia e consiste na aplicação de um ou mais agentes cáusticos à pele, produzindo uma destruição controlada da epiderme e sua reepitelialização.

    Sua popularidade ocorre por propiciar melhoramento da aparência da pele danificada por fatores extrínsecos, intrínsecos e também por cicatrizes remanescentes.6,7 O peeling químico é classificado em três tipos: superficial, médio e profundo, assim descritos.2,8 O peeling superficial tem ação na epiderme e utilizam-se como substâncias ativas os alfa-hidroxiácidos (AHAs), beta-hidroxiácidos (ácido salicílico), ácido tricloroacético (TCA), resorcinol, ácido azelaico, solução de Jessner, dióxido de carbono (CO 2 ) sólido e tretinoína.

    É indicado para casos de acne, fotoenvelhecimento leve, eczema hiperquerostático, queratose actínica, rugas finas e melasma.2 O peeling médio tem ação na derme papilar e utiliza como substâncias ativas combinações de TCA com CO 2, TCA com solução de Jessner, TCA com ácido glicólico ou somente o TCA e resorcina.

    Possui a mesma indicação que o peeling superficial, além de ser indicado em lesões epidérmicas.2 O peeling profundo tem ação na derme reticular. São utilizados como componentes ativos o TCA a 50% e o fenol (solução de Baker-Gordon), entre outros. É indicado para os casos de lesões epidérmicas, manchas, cicatrizes, discromias actínicas, rugas moderadas, queratoses, melasmas e lentigos.2 DISCUSSÃO Peeling superficial e médio O peeling superficial é geralmente epidérmico e não apresenta riscos de complicações ao paciente.

    Pode ser utilizado em todos os tipos de pele e em qualquer área do corpo. Utiliza-se também a solução de Jessner, combinação de resorcina, ácido salicílico, ácido lático e etanol. O CO 2 sólido, denominado gelo seco, é geralmente utilizado em casos de acne. O TCA, entre as numerosas substâncias ativas, pode ser empregado nas formulações, em concentrações de 10 a 35%, desencadeando peelings de média profundidade.2 Os AHAs fazem parte de um grupo de substâncias utilizadas nessas categorias de peeling,

    São compostos derivados do leite (ácido lático), frutas cítricas (ácido maléico e cítrico), uva (ácido tartárico) e cana-de-açúcar (ácido glicólico), mas também podem ser de origem sintética. Diferenciam-se pelo tamanho da molécula, sendo o ácido glicólico menor e, portanto, com maior poder de penetração na pele.

    • São eficientes no tratamento de rugas, desidratação, espessamento e pigmentação irregular da pele.2,9 O ácido glicólico é o mais utilizado em formulações cosméticas e, pelo fato de sua molécula ser de tamanho pequeno, tem maior poder de penetração em relação aos outros AHAs.
    • Além da concentração utilizada, é importante considerar o valor de pH da preparação, podendo variar de dois a quatro, e quanto menor seu valor (mais ácido) maior a ação esfoliante do peeling e seu poder irritante na pele (o valor de pH 3,5 é o ideal para uma boa esfoliação).

    Ao longo do tratamento é importante o uso de filtro solar durante o dia, para maior proteção da pele.9 O peeling médio é utilizado para remover queratoses actínicas, rugas, discromias pigmentares ou para melhorar a aparência das cicatrizes. O agente químico clássico utilizado para esse tipo de peeling era o TCA, na concentração de 50%, mas apresentava o incoveniente de causar problemas na pele, como o aparecimento de cicatrizes e hipopigmentação cutânea.

    1. Por causa desse fato, passou-se a utilizar o TCA em combinação com outras substâncias ativas, como o ácido glicólico, CO 2 ou a solução de Jessner (resorcinol, ácido salicílico e ácido lático).
    2. Atua na epiderme e derme, e o mecanismo de ação do TCA envolve a esfoliação e a destruição do estrato córneo, ocorrendo posteriormente a renovação celular.2,9 Peeling Profundo 1.

    Peeling de fenol 1.1. Características do fenol O fenol ou ácido carbólico (C 6 H 5 OH) é derivado do coaltar. Com peso molecular de 94,11, caracteriza-se como cristais em forma de agulhas, variando de incolor a rosado, com odor característico. Torna-se líquido ao aquecimento, liberando um vapor inflamável, e sua coloração escurece quando é exposto ao ar e à luz.

    • Seu ponto de fusão é de aproximadamente 39º C, e seu ponto de ebulição, 182º C.
    • O fenol produz a coagulação das proteínas da pele.
    • É considerado um agente químico que produz rejuvenescimento facial intenso, quando utilizado corretamente.10,11,12 Clinicamente o fenol produz efeitos bacteriostáticos em concentrações mínimas de até 1% e, acima dessa concentração, possui ação bactericida.

    Nas terminações nervosas da pele, age como anestésico local.12 Como composto químico, o fenol é solúvel em óleos e gorduras, e pode ser removido rapidamente da pele com glicerina, óleos vegetais ou álcool etílico a 50%, no caso de entrar em contato acidentalmente.12 A formulação para peeling mais conhecida que utiliza o fenol é a de Baker-Gordon (1962), em que o fenol é diluido à concentração que varia de 45 a 55%.6,13,14 O óleo de cróton é um óleo fixo proveniente da semente da planta Croton tiglium, Na fórmula, é componente que eleva a capacidade do fenol de coagular a queratina da pele, pois atua como promotor de penetração cutânea por elevar a vascularização do local.

    É considerado uma resina, e sua bioatividade deve-se aos grupos hidroxilas livres (OH). É altamente tóxico à pele, causando edema e eritema. É insolúvel em água e altamente solúvel em álcool e benzeno (o fenol é um monoidroxibenzeno).10 O sabão líquido, devido à presença do tensoativo (detergente) como veículo na formulação, reduz a tensão superficial da gordura presente na pele, removendo-a em função de sua emulsificação, facilitando a penetração do fenol na pele e promovendo um peeling mais homogêneo.

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    Dessa forma, também atua como um promotor de penetração.10,12 Originalmente a Fórmula de Baker-Gordon utilizava o Septisol â (hexaclorofeno em álcool etílico). McCollough e Langsdon acreditavam que as soluções aquosas de hexaclorofeno poderiam depositar um resíduo oleoso na pele, retardando a penetração do fenol e diminuindo a aderência da máscara de esparadrapo que é colocada posteriormente ao peeling,

    Utilizava-se, portanto, o hexaclorofeno em álcool etílico (Septisol â ), pela provável ação queratolítica e por facilitar a penetração do fenol.10,12 A água é o veículo utilizado para alcançar a concentração desejada do fenol na formulação.15 Moy et al,16 mencionaram que a reação intensa e profunda do peeling de Baker ocorria pela combinação dos componentes da fórmula, que causariam elevação da penetração e irritabilidade do fenol.

    Na ausência desses componentes na formulação ocorreriam reações proporcionais à concentração do fenol e resultados menos intensos na pele, quanto ao poder de esfoliação, em relação ao peeling de Baker.16 Quanto à forma farmacêutica, a fórmula de Baker é uma suspensão, ou seja, é formada por partículas finas de um componente sólido em dispersão num meio líquido, devendo, portanto, ser agitada antes do uso, a fim de garantir homogeneidade na aplicação e eficácia no tratamento.17 O fenol na concentração de 88% penetra a derme reticular superior e é queratocoagulante, impedindo sua permeação em níveis mais profundos.

    1. O fenol diluído na formulação atua como agente queratolítico, rompendo as pontes de enxofre da queratina e penetrando mais profundamente, sendo biotransformado pelo fígado e excretado pelos rins.
    2. Quanto mais concentrado o fenol estiver na formulação, maior a coagulação da queratina, menor sua penetração e menor sua toxicidade.6,10 Quando aplicado à pele, o fenol induz a uma queimadura química, que ao longo do tempo resulta no rejuvenescimento da pele.

    A aplicação por período de tempo maior ocasiona sua penetração na derme superior, resultando na formação de uma nova camada de colágeno estratificado. A regeneração epidérmica inicia-se 48 horas após a aplicação da formulação e se completa no intervalo de sete a 10 dias.18 1.2.

    • Usos O peeling de fenol é recomendado nos seguintes casos: • clareamento da pele • rugas • hiperpigmentação ou pigmentação heterogênea • tratamento da acne • cicatrizes • lentigos actínicos • queratoses solares e seborréicas 1.3.
    • Técnica de aplicação a) Sedação: o fenol da solução Baker-Gordon tem efeito anestésico, porém sua ação na derme reticular intermediária é muito dolorosa aos pacientes.

    Portanto, pode-se utilizar sedação e posteriormente analgésicos, sempre monitorando o paciente. b) Preparo prévio da pele: utiliza-se o éter, mas pode-se optar por uma solução menos volátil, como o álcool etílico, mistura álcool-cetona ou outros solventes orgânicos.

    O desengorduramento é importante para haver penetração uniforme do fenol. O pêlo facial deve ser removido para evitar o desconforto do paciente.18 c) Preparação da suspensão de fenol. Conforme descrito no decorrer do texto. d) Aplicação da solução de fenol com algodão, gaze ou cotonete. A face é subdividida em seis áreas.

    A primeira região a ser aplicada é a testa, seguindo-se pela bochecha direita, bochecha esquerda, região perioral, região periorbital e nariz, ou nariz e queixo, dependendo da opção do médico, mas sempre deve-se iniciar a aplicação pela área maior. Deixa-se em repouso por um intervalo de 10 a 15 minutos antes da aplicação na próxima área.

    O fenol não afeta o crescimento de pêlos e pode ser aplicado nas áreas com barba, supercílios e couro cabeludo.15,18 A fricção muito vigorosa deve ser evitada, pois pode produzir penetração muito rápida do fenol e, conseqüentemente, maior risco de intoxicação.19 e) Colocação da máscara de esparadrapo ou pomada de vaselina que será removida após 48 horas.

    Outra opção seria deixar a face em repouso sem uso de máscara. A oclusão com pomada de vaselina não produz a mesma profundidade de penetração que com o uso da máscara adesiva de esparadrapo, e, em certos pontos, o bloco de adesivo sai quase espontaneamente entre 48 e 72 horas depois do peeling, e não há necessidade de anestesia, mas apenas da utilização de um analgésico para remover os adesivos da pele.

    • Bolsas de gelo sobre a máscara ajudam a aliviar a dor existente.
    • O edema, a exsudação e as crostas são intensas, mas a pele pode permanecer sem curativo, podendo-se utilizar apenas uma pomada vaselinada.12 O uso da máscara de esparadrapo impermeável com óxido de zinco é o sistema mais oclusivo, elevando a penetração do fenol, pois diminui a evaporação da água da formulação.18 Após a remoção da máscara do paciente a pele é tratada com iodeto de timol (ou outro antisséptico) para ajudar a cicatrização das feridas.

    Aos pacientes com dor após o peeling, podem ser recomendados analgésicos; antibióticos para evitar infecções e um creme ou pomada vaselinada para hidratar a pele. O ideal é aplicar uma pomada vaselinada associada a algum antibiótico, como as várias opções específicas disponíveis no mercado.12,15 De acordo com cada paciente, depois da segunda semana do pós- peeling, pode-se usar maquilagem hipoalergênica e, no final da sexta semana, um bloqueador solar.15 ( Figuras 1 à 6 ). 1.4. Toxicidade e Precauções A formulação de Baker-Gordon utilizada no peeling pode causar hipopigmentação cutânea permanente em alguns indivíduos, bem como levar à absorção do fenol, resultando em arritmias cardíacas e danos renais.7 O fenol é tóxico para todas as células, penetra e permeia a pele, sendo absorvido e excretado pela urina.

    De 20 a 25% da quantidade absorvida é conjugada pelo fígado a ácido glucurônico e ácido sulfúrico, e depois excretada. Concentrações elevadas no sangue podem ter efeito tóxico no miocárdio, provocando taquicardia, contrações ventriculares prematuras, fibrilação atrial, fibrilação ventricular e dissociação eletromecânica.

    De 70 a 80% do fenol absorvido é excretado na urina no intervalo de 15 a 20 minutos após sua aplicação. Por isso, ao utilizar o peeling de fenol, a face é dividida em pelo menos cinco regiões. Assim, aplica-se o produto em cada região com intervalo de tempo de 15 minutos, de modo que a concentração absorvida seja eliminada pela urina, sem causar problemas cardíacos.15,20 Para elevar a excreção do fenol e minimizar complicações sistêmicas, os pacientes são hidratados com fluídos endovenosos e acompanhados com monitorização cardíaca.20 Como precauções para o emprego do peeling de fenol, devem ser evitados pacientes que registrem: existência de doença cardíaca, renal e hepática; aparecimento de herpes; exposição contínua aos raios UV; uso recente de isotretinoína; instabilidade psicológica; predisposição a quelóides e peles de tipo IV a VI, de acordo com a classificação de Fitzpatrick ou a de Glogau (inclui o tipo de rugas).2,13 O paciente ideal para esse tipo de peeling deve ter pele clara, fina e ressecada, ou seja, segundo Fitzpatrick, indivíduos com peles do tipo I ou II e com rugas finas.

    O homem tem a pele mais grossa, o que reduz a ação do fenol, resultando em menor eficácia do tratamento, em comparacão com a mulher.13,18 1.5. Complicações a) Aparecimento de alterações da pigmentação que podem ocorrer devido ao processo inflamatório. A hipopigmentação pode ocorrer pela toxicidade do fenol ao melanócito, mas é rara.

    A perda de pigmentação da pele varia de acordo com o paciente e seu tipo de pele.12 b) Aparecimento de ectrópio, podendo ocorrer contração da pálpebra inferior. c) Aparecimento de infecção, principalmente por microorganismos, como Staphylococcus sp, Streptococcus sp e Pseudomonas aeruginosa.21 d) Aparecimento de eritema prolongado que pode persistir durante período que varia de dois a quatro meses após a realização do peeling profundo.

    Pode ser tratado com creme à base de hidrocortisona a 2,5%.21 e) Aparecimento de cicatriz mais profunda no pós- peeling, podendo ser permanente, sendo mais comum em regiões como lábios, pálpebras e mandíbula.21 f) Aparecimento de pequenos cistos brancos, ou milia, devido à rápida reepitelização da pele.21 CONCLUSÃO O peeling de fenol resulta em rejuvenescimento facial intenso, devido à ação do fármaco veiculado na fórmula que penetra e permeia profundamente a pele, promovendo um dano mais profundo seguido de um processo de regeneração com características peculiares e de longa duração.

    A fórmula de Baker-Gordon possui componentes que intensificam a atividade do fenol na pele atuando como promotores de permeação. Na ausência desses componentes, o peeling diminui sua eficácia em promover uma intensa regeneração celular. Apesar das vantagens do peeling de fenol, ele deve ser utilizado de maneira segura, criteriosa e com acompanhamento médico devido à toxicidade do componente ativo e às possíveis complicações no pós- peeling, Endereço para correspondência Maria Valéria Robles Velasco de Paola R. Estela, 287 apto 133 – Paraíso São Paulo SP 04011-001 Tel/Fax: (11) 3091-3623 / 3815-4418 E-mail: Recebido em 06.09.2001 Aprovado pelo Conselho Consultivo e aceito para publicação em 24.01.2003 * Trabalho realizado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas, USP.
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    Quais são as diferenças entre as peles dos lactentes e dos adultos?

    Prevenção e cuidados com a pele da criança e do recém-nascido Revisão • • A pele do neonato é submetida a um progressivo processo de adaptação ao ambiente extrauterino, para o qual cuidados especiais se tornam necessários. A sua pele caracteriza-se por ser sensível, fina e frágil.

    1. A imaturidade da sua barreira epidérmica diminui significativamente a defesa contra a excessiva proliferação microbiana, torna a pele mais susceptível ao trauma e à toxicidade por absorção percutânea de drogas.
    2. Devido às características próprias da pele do recém-nascido (RN), de lactentes e de crianças, o uso dos produtos cosméticos destinados à sua higiene e proteção requer um cuidado especial.

    Com o intuito de preservar a integridade da pele neonatal e infantil, este artigo revisou os cuidados preventivos básicos que se devem ter com a pele dos bebês quanto à higiene, ao banho, ao uso de agentes de limpeza, a produtos tópicos e a sua toxicidade percutânea.

    • Cosméticos; Emolientes; Recém-nascido Neonatal skin suffers a progressive adaptation to the extrauterine environment and special care is needed during this period.
    • This skin is very sensitive, thin and fragile.
    • Immaturity of the epidermal barrier reduces the defense against the excessive proliferation of microbes and makes the skin more vulnerable to trauma and percutaneous drug toxicity.

    Because of the peculiar characteristics of newborn, infant and children’s skin, the use of cosmetic products designed for hygiene and protection requires caution. In order to preserve the integrity of neonatal and child’s skin, this article reviewed basic preventive care practices in relation to hygiene, bathing, cleansing agents, topical products and their percutaneous toxicity.

    • REVISÃO
    • Prevenção e cuidados com a pele da criança e do recém-nascido
    • Juliana Dumêt Fernandes I ; Maria Cecília Rivitti Machado II ; Zilda Najjar Prado de Oliveira III
    • I Médica colaboradora do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil
    • II Médica supervisora do Departamento de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil
    • III Médica diretora do Departamento de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil
    • Endereço para correspondência
    • RESUMO

    A pele do neonato é submetida a um progressivo processo de adaptação ao ambiente extrauterino, para o qual cuidados especiais se tornam necessários. A sua pele caracteriza-se por ser sensível, fina e frágil. A imaturidade da sua barreira epidérmica diminui significativamente a defesa contra a excessiva proliferação microbiana, torna a pele mais susceptível ao trauma e à toxicidade por absorção percutânea de drogas.

    1. Palavras-chave: Cosméticos; Emolientes; Recém-nascido
    2. INTRODUÇÃO
    3. A pele é um órgão de grande importância, multifuncional, que promove, mediante a função de barreira cutânea, proteção mecânica, termorregulação, vigilância imunológica, e previne a perda insensível de fluidos corporais.1-3 Devido a uma série de termos utilizados na literatura para se referir à pele da população pediátrica, adotaram-se, nesta revisão, as seguintes definições de faixa etária, de acordo com o Ministério da Saúde, para facilitar a compreensão do leitor:
    4. Recém-nascido (RN) ou neonato: do nascimento até 28 dias de idade;
    5. RN de baixo peso: recém-nascido com peso inferior a 2.500 gramas;
    6. RN prematuro ou pré-termo: recém-nascido com menos de 37 semanas de idade gestacional;

    RN a termo: recém-nascido cuja idade gestacional está entre 37 semanas e 41 semanas e seis dias. Além disso, utilizaram-se os seguintes termos: lactentes ou bebês ou infantil para fazer referência à faixa etária de um mês a 12 meses de idade; criança para a faixa etária de 12 meses a 12 anos de idade; adolescente para a faixa dos 12 aos 18 anos de idade e adulto para a faixa dos 18 aos 65 anos de idade. Acreditava-se, até algum tempo atrás, que a função de barreira cutânea atingia sua maturidade por volta da 34ª semana de gestação. Porém, dados recentes mostram que ela continua a se desenvolver até 12 meses após o nascimento.4 A pele do neonato é submetida a um progressivo processo de adaptação ao ambiente extrauterino, para o qual cuidados especiais se tornam necessários.3 Ela se caracteriza por ser sensível, fina e frágil. Além disso, quando comparada com a pele do RN a termo, a pele do RN prematuro é ainda mais fina, com estrato córneo mais delgado, coesão entre a epiderme e derme diminuída e função de barreira cutânea menos efetiva, tendo como consequências mais relevantes perda de água transepidérmica, maior absorção percutânea de químicos e trauma cutâneo facilmente induzido, até mesmo com a remoção de qualquer curativo adesivo.1,5 Isso causa propensão a infecções, toxicidade e dificuldades na homeostasia dos fluidos.5 O pH ácido da superfície cutânea observado em adultos e adolescentes (pH<5) tem efeito protetor contra micro-organismos.1 Nos RN, e principalmente nos prematuros, a superfície cutânea possui pH com tendência a neutro, o que diminui significativamente a defesa contra a excessiva proliferação microbiana e pode promover maior perda de água transepidérmica, demonstrando alteração da função de barreira epidérmica.1 Os lipídios epidérmicos exercem importante função na manutenção da barreira epidérmica e na integridade da pele.6 Porém, o conteúdo lipídico da pele dos RN é menor devido à baixa atividade das glândulas sebáceas. Por outro lado, apresenta elevado teor de água.7 No lactente, o filme hidrolipídico cutâneo é gradualmente substituído por lipídios epidérmicos não glandulares, menos eficazes na proteção cutânea. Além disso, barreira lipídica protetora não pode ser reproduzida por meios artificiais; por essa razão, é necessário o máximo cuidado para não haver destruição dessa barreira, que ocorre, principalmente, pelo uso inadequado de produtos químicos.6 A derme dos RNs e lactentes apresenta menor quantidade de colágeno maduro do que a do adulto e, por conter elevada concentração de proteoglicanos, atinge maior teor de água. Outras diferenças entre as peles dos RNs, dos lactentes e das crianças em relação à dos adultos são: menor espessura da camada córnea, maior número de folículos pilosos velos, menor poder tampão e maior relação superfície/volume corporal. Elas são mais marcantes quanto menor é a idade da criança e mais acentuadas nos prematuros, o que implica maior susceptibilidade a agentes externos, potencialmente prejudiciais, maior perda transepidérmica de líquidos, menor capacidade de manutenção da homeostasia e maior absorção percutânea, o que leva a maior toxicidade sistêmica.8,9 Assim, as peles dos RNs, dos lactentes e das crianças são particularmente sensíveis ao excesso de secreções glandulares (suor e sebo), aos ácaros do pó da casa, às bactérias presentes no ambiente exterior, às impurezas acumuladas na área da fralda (fezes e urina), à oclusão pelo material das fraldas e a condições atmosféricas extremas. Como a barreira epidérmica é imatura nos RNs e lactentes, a permeabilidade cutânea é muito elevada, sobretudo, durante a primeira quinzena de vida.1 Isso promove um importante risco de toxicidade por absorção percutânea de drogas.10 Por outro lado, essa pele também é mais facilmente agredida mecanicamente, como ocorre na zona de contato com as fraldas ou pela utilização de lenços de limpeza, que causa remoção repetida e localizada de células do estrato córneo e aumenta, por sua vez, a permeabilidade cutânea.1,10 Com o tempo, a pele da criança vai adquirindo cada vez mais impermeabilidade, embora sempre se mantenha inferior à do adulto. Os cuidados com a pele dos RNs, dos lactentes e das crianças devem buscar preservar a integridade cutânea, prevenir toxicidade e evitar exposições químicas prejudiciais à pele.11 Como a função de barreira cutânea efetiva é vital para o RN e seu funcionamento é reduzido pela imaturidade desse período, cuidados otimizados com a pele são muito importantes e podem minimizar a morbi-mortalidade associada a esse problema no período neonatal. Além disso, é necessário ter em mente os aspectos particulares da pele dos bebês e da criança, para prevenir e evitar os riscos ligados aos produtos aplicados topicamente nessa faixa etária. CONSIDERAÇÕES SOBRE PREPARAÇÕES TÓPICAS Devido às características próprias da pele neonatal e infantil, os produtos cosméticos destinados à sua higiene e proteção requerem cuidado especial na sua formulação. Uma das condições essenciais é que sejam excluídos todos os ingredientes que possam constituir potencial agressão cutânea.12 Essa premissa é, obviamente, extensível a todos os cosméticos, mas, sem dúvida, mais difícil de executar nos produtos para aplicação sobre a frágil pele infantil. A absorção percutânea de drogas e agentes tópicos é influenciada tanto pelas características físicas e químicas da droga quanto pelas propriedades da barreira cutânea. Quanto maior a relação entre superfície corporal e peso, maior o risco de toxicidade percutânea. Outros fatores implicados são imaturidade dos sistemas de metabolização da droga e, em RNs, principalmente os prematuros, a imaturidade da barreira epidérmica.13 Muitos produtos direcionados ao uso infantil têm substâncias potencialmente tóxicas e prejudiciais à pele dos RNs. Nem mesmo rótulos contendo frases como "dermatologicamente testado" ou "pH balanceado" ou "ingredientes naturais ou orgânicos" garantem a segurança dos ingredientes do produto.6 Embora a pele do RN, sendo imatura, seja relativamente impermeável ao álcool, este pode causar necrose hemorrágica nos RNs prematuros, quando usado como tópico antisséptico na pele ocluída.14 Além disso, o álcool presente nas soluções de limpeza da pele pode causar queimadura, principalmente, nos RNs de baixo peso e, por isso, essas soluções devem ser evitadas em unidades neonatais.3,15 Há relatos de que clorexedine puro a 0,5% é um agente tópico antisséptico eficaz e é considerado uma alternativa mais segura, quando não associado ao álcool, para uso em neonatos a termo, sem toxicidade percutânea conhecida.15 O emprego de soluções iodadas na pele do neonato pode resultar em sobrecarga significativa de iodo e um grave e transitório hipotireoidismo.3 A exposição do RN a essas soluções deve ser evitada sempre que possível e, caso ocorra, devem-se mensurar os níveis de hormônios tireoidianos, principalmente, nos RNs prematuros, cuja permeabilidade cutânea é ainda mais alta e em quem a tireoide é imatura.3,16 A prilocaína, componente de anestésico tópico, pode causar meta-hemoglobinemia, quando aplicada em superdosagem. Podem-se aplicar até 25mg numa área máxima de 10cm 2.17 Já a tetracaína em gel, outro anestésico tópico, não provoca meta-hemoglobinemia, porém pode causar dermatite de contato nos RNs prematuros.18 O propilenoglicol, ingrediente de muitos emolientes, pode causar ardência e irritação cutânea, especialmente, se utilizado em uma concentração maior do que 5%.6 Usado também como veículo de algumas vitaminas administradas oralmente, o propilenoglicol tem sido associado à toxicidade do sistema nervoso central em bebês prematuros.19,20 Além disso, seu uso excessivo enteral e parenteral oferece risco de hiperosmolaridade e convulsões.21

    • Outros ingredientes também devem ser evitados em RNs, lactentes e crianças, como:
    • Sódio lauril sulfato (SLS): é um potente irritante da pele que danifica a barreira lipídica e causa inflamação e descolamento das camadas da pele. Quando associado a outros produtos, como triclosan, tende a ficar aderido à pele por horas ou dias; 6
    • Sódio laureth sulfato (SLES) e amônio laureth sulfato: são agentes que formam a espuma de produtos como pastas de dente, gel de banho, espuma para banheiras. São irritantes, podem danificar proteínas e provocar úlceras orais; 6
    • Metilisotiazolina: encontrado em xampus e condicionadores, tem sido associado a defeitos neurológicos; 22

    Parabenos (metilparabeno, propilparabeno, etilparabeno e butilparabeno): encontrados em loções e xampus para bebês e também em lencinhos de limpeza. Podem causar dermatite de contato e rash cutâneo.6 Na higiene do bebê e da criança, também devem ser cuidadosamente evitados produtos que contenham perfumes e corantes (pelo risco de dermatite de contato), além de aditivos que simulem cores e aromas apetitosos de fruta e doces, uma vez que estimulam a ingestão dos cosméticos.

    O mostra alguns efeitos prejudiciais provocados pela absorção transcutânea de produtos aplicados topicamente nos recém-nascidos e nos lactentes.3,12,14-18,21 Outras preparações tópicas também devem ser usadas com cuidado, pelo risco de causar danos aos recém-nascidos, lactentes e crianças ().3,6,18-22 CONSIDERAÇÕES SOBRE VEÍCULOS Como qualquer produto ativo precisa de um veículo ou excipiente que o mantenha em bom estado, é necessário fazer algumas considerações sobre determinados tipos de veículos, uma vez que alguns deles também podem acarretar riscos ou danos ao RN.

    Além disso, determinados tipos de veículo devem ser usados somente em situações apropriadas: Pós: têm propriedades absorventes, protetoras, secantes e minimizam a fricção. Os mais frequentemente utilizados são talco (silicato de magnésio), óxidos de zinco e titânio, argila, caolino e amido.

    A utilização de pós não é recomendada nos bebês, em especial, talco e pó de amido, pelo risco de inalação acidental, que pode causar irritação, pneumonite, com formação de granuloma e fibrose pulmonar; 23 Gorduras ou excipientes lipofílicos: têm propriedades oclusivas e podem ser fluidas ou óleos (óleo de amêndoas doces, parafina líquida), semi-sólidas (lanolina, vaselina) ou sólidas (parafina sólida, ceras).

    Não devem ser usadas em dermatoses inflamatórias e/ou exsudativas, nem em pregas cutâneas, pelo seu poder oclusivo; 24 Suspensões: consistem na associação de líquidos e pós. São indicadas no tratamento de dermatoses exsudativas e intertriginosas; 9,25 Emulsões: são associações de dois componentes não miscíveis – água e óleo.

    1. De acordo com a fase dispersa, existem dois tipos de sistemas: emulsões água em óleo (A/O) ou óleo em água (O/A), às quais é associada uma multiplicidade de agentes cuja composição nem sempre é conhecida e que podem ser irritantes para a pele dos RNs.
    2. Quando a fase aquosa é maior que 45%, obtêm-se emulsões O/A (como os cremes e loções ), que são mais fluidas.

    Quando é inferior a 45%, a fase contínua passa a ser oleosa e têm-se emulsões A/O (como as pomadas ou unguentos ), que são mais gordurosas e oclusivas.26 Em caso de necessidade do uso terapêutico das emulsões O/A nos bebês e crianças, deve-se procurar utilizá-las em dermatoses agudas, exsudativas e nas pregas, local onde a oclusão por emulsões mais gordurosas não é aconselhada.27 Já as emulsões A/O, pelo seu poder predominantemente oclusivo, devem ser usadas nos bebês e nas crianças quando algum tratamento se faz necessário, nos casos com pele seca, xerose e eczema crônico, por permitirem melhor absorção do produto ativo.26,27 EMOLIENTES Os emolientes são emulsões que contêm lipídios, amaciam e restauram a elasticidade e homeostase da pele e evitam a perda transepidérmica de água.

    • Deixam um filme lipídico que preenche os espaços entre os corneócitos, o que facilita a sua adesão ao nível do estrato córneo.
    • Têm, portanto, propriedades umectantes (atraem água para a pele) e oclusivas (impedem que a água evapore).28 Os emolientes lubrificam e hidratam a pele, protegem a integridade do estrato córneo e da barreira cutânea, além de tratarem a pele seca.1,29-31 A pele do RN prematuro tem uma barreira epidérmica pouco eficiente.

    A aplicação diária profilática de emoliente nesse tipo de pele ainda é motivo de controvérsias. Sabe-se que o emoliente diminui a frequência de dermatite, previne ressecamentos e fissuras, diminui a perda de água transepidérmica e melhora a integridade da pele.1,32-37 Alguns acreditam, inclusive, que o uso tópico de determinado tipo de emoliente (por exemplo, Aquaphor™ ) é benéfico para o equilíbrio hidroeletrolítico de bebês muito prematuros.38 Entretanto, outros autores demonstraram que a aplicação profilática de emoliente no RN prematuro pode aumentar o risco de infecções nosocomiais e por estafilococos coagulase-negativos e, por isso, não recomendam o uso rotineiro profilático de emolientes em RNs prematuros.3,32 Outros estudos mostraram que determinados tipos de emolientes (como o óleo de girassol) podem proteger a pele dessas infecções, ao invés de aumentar o seu risco.39-41 Outro trabalho não encontrou diferença na taxa de infecção nosocomial entre RNs prematuros que utilizaram ou não emoliente profilático durante quatro semanas.33 Recentemente, um estudo em Bangladesh mostrou melhora na taxa de sobrevida dos RNs prematuros de alto risco que fizeram uso de emolientes que melhoravam a barreira epidérmica.42 A discrepância entre todos esses estudos talvez possa ser explicada pelas diferenças dessemelhanças regionais, pelos diversos tratamentos tópicos utilizados e por diferentes tipos de cuidados entre um local e outro.

    O que se sabe, enfim, é que, se o uso de emolientes for necessário para o tratamento da pele seca nesses RNs, dever-seão utilizar emolientes que não a irritem e que contenham balanço fisiológico de lipídios epidérmicos, os quais melhoram a função de barreira epidérmica (colesterol, ceramida, linolato, palmitato), 43 ou os que contenham óleo de girassol.44,45 Alguns estudos demonstraram que o óleo de girassol é superior aos óleos de oliva, mostarda e soja tanto em relação à velocidade de recuperação da barreira cutânea quanto em relação à toxicidade e potencial para desenvolver dermatite de contato.39,45-50 Os emolientes são indicados para o cuidado diário da pele seca, em dermatoses descamativas e nos atópicos.9,51 A eficácia de qualquer emoliente aumenta quando aplicado imediatamente após o banho ou em pele ainda úmida.

    Emolientes perfumados devem ser usados com muito cuidado, pelo risco de irritação e sensibilização.1,6,9,12 Quando os emolientes estão sob a forma de pomada, são oclusivos e promovem um efeito lubrificante. Entretanto, deve-se ter em mente que eles podem provocar acne, foliculite, miliária e piora do prurido (principalmente, em atópicos) quando são utilizados em locais muito quentes e úmidos.9 Quando estão sob a forma de creme e loção, são mais fáceis de espalhar, levando a uma melhor aderência ao tratamento, e também promovem efeito umectante.9 Por outro lado, não se pode esquecer que a maioria dos emolientes também contém ingredientes inativos, como conservantes, corantes e perfumes que, muitas vezes, podem provocar irritação cutânea e dermatite de contato alérgica, especialmente, em RNs, lactentes e crianças susceptíveis.1,9 Em bebês e crianças com xerose cutânea ou atópicos, os mais eficazes, seguros e, frequentemente, mais baratos emolientes em pomada ou creme, dependendo da intensidade do ressecamento da pele, são os isentos de perfumes, corantes e conservantes.1,6,9,12,51 BANHO Imediatamente após o nascimento, normalmente, o vernix caseoso é limpo com uma toalha.

    • Entretanto, o momento certo para o primeiro banho do RN ainda é controverso na literatura.
    • Geralmente, o banho de rotina não é considerado prejudicial ao RN, porém recomenda-se, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que o primeiro banho seja dado apenas seis horas após o parto, devido ao risco de hipotermia durante e após o banho.29,52-57 Por outro lado, um estudo feito por Behring 58 et al.
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    (2003) demonstrou que não houve diferença significativa de temperatura entre os RNs que tomaram banho uma hora após o parto e os que tomaram banho entre quatro e seis horas após o parto, corroborando os achados de trabalhos anteriores feitos por Penny-MacGillivray (1996) e Varda e Behnke (2000), que também não encontraram diferença de temperatura relacionada ao momento do primeiro banho.59,60 Outros autores 61-63 estabelecem que o primeiro banho seja dado somente quando a temperatura do neonato estiver estabilizada, em vez de considerar apenas o número de horas após o parto como o momento ideal para isso.

    O banho dos recém nascidos visa, especialmente, as zonas que necessitam maior atenção, como face, pescoço, pregas e área das fraldas.2,27,64 Quanto ao banho de rotina, foi demonstrado que ele, em si, é superior à esfregação com esponja ou algum outro tecido. O ato de esfregar com esponja ou tecido promove maior perda de temperatura, maior perda de água transepidérmica e menor hidratação do estrato córneo.65-67 A duração do banho deve ser curta, de no máximo cinco minutos, principalmente, se for usado algum sabonete.3,68 Isso ajuda, também, a evitar a maceração da pele.27,69 A frequência do banho varia muito entre determinadas regiões e países, dependendo da cultura de cada local.62 De fato, em muitos locais, especialmente, os que apresentam clima mais quente, as mães preferem dar banho diariamente nos seus bebês, mesmo não sendo realmente necessário.62 Entretanto, orienta-se que a banho não seja dado diariamente.11,70 É recomendável que a sua frequência seja de aproximadamente duas vezes por semana, até o bebê começar a engatinhar.11,70 Já nos RNs prematuros, orienta-se que o banho seja dado a cada quatro dias.71 A temperatura da água deve estar próxima à temperatura corporal (37ºC-37,5ºC).11,62,72 Entretanto, alguns autores recomendam temperaturas ligeiramente mais baixas, correspondendo à temperatura da pele (34ºC-36ºC).67 Após o banho, caso a pele do RN e do bebê apresente qualquer sinal de ressecamento ou fissura, deve-se aplicar um emoliente adequado que, além de tratar a pele seca, proteja a integridade do estrato córneo e da barreira cutânea.11,29-31,73 Os emolientes são mais benéficos ainda nos bebês com maior risco de desenvolver atopia (com história familiar positiva) e, nesses casos, devem ser usados durante e após o banho.62,74-79 Alguns autores relatam benefícios, também nesses casos, do uso de óleos emulsificantes.80,81 Os óleos reduzem a perda de água do estrato córneo e mantêm a pele limpa de escamas e de crostas.9 Porém, deve-se evitar adicionar ao banho óleos vegetais de oliva e de mostarda, pelo risco de dermatite de contato, embora os estudos existentes tenham sido realizados apenas em adultos.62,46-49 Além disso, é preciso cuidado com óleos de banho, pois podem transformar as banheiras em superfícies escorregadias e perigosas.51 Mais estudos das implicações do uso desses óleos em RN são ainda necessários.

    A Importância da Limpeza de Pele | Dra. Fernanda Figueiredo

    AGENTES DE LIMPEZA Os sabões são obtidos pela ação de uma base em uma mistura de ésteres de ácidos graxos. Sabonetes tradicionais, em barra, têm boa detergência, bom poder emulsionante e produzem bastante espuma; entretanto, além de serem irritantes, seu pH alcalino pode destruir a camada superficial lipídica da pele do bebê, levando ao ressecamento cutâneo excessivo, 2,82-84 por isso, devem ser evitados.

    Os sabonetes de glicerina, por seu excessivo conteúdo em glicerina, que é um umectante potente, podem absorver água em excesso para fora da pele, causando, potencialmente, mais secura e irritação cutâneas.68,85 Os s yndets, também chamados detergentes sintéticos ou “sabões sem sabão”, não têm as desvantagens do sabão e podem ser uma boa escolha.

    São compostos por agentes tensoativos com bom efeito detergente, têm pH neutro ou ligeiramente ácido, fazem pouca espuma e provocam pouca irritação. Podem se apresentar em formas sólidas ou líquidas e, embora seu uso seja agradável, não deve ser excessivo.68,85 Os agentes de limpeza ideais devem ser líquidos, suaves, sem sabão, sem fragrância, com pH neutro ou ligeiramente ácido, que não irrite a pele nem os olhos do bebê, nem altere o manto ácido protetor da superfície cutânea.2,11,28,62,67,68,82-84,86 Alguns estudos demonstram que o uso desses agentes de limpeza líquidos é superior ao de apenas água no banho, tanto em relação à higiene (resíduos fecais e urinários) quanto em relação ao ressecamento da pele.82,87-98 Um efeito protetor adicional para a pele do bebê e da criança pode ser alcançado utilizando-se um agente de limpeza líquido que contenha algum emoliente.29,30,82,92,95 Embora essa seja a recomendação rotineira, os estudos a respeito do emprego de agentes de limpeza ainda são limitados.

    Em um deles, realizado recentemente, comparou-se o efeito no desenvolvimento da barreira cutânea, entre os RNs, de banhos com água, gel de limpeza e loção tópica e banhos apenas com água.98 Em nenhum dos dois grupos se observou efeito adverso na barreira epidérmica. No que diz respeito ao momento apropriado para a introdução dos agentes de limpeza no banho dos RNs, alguns estudos recomendam que seja logo após a queda do cordão umbilical, 67 enquanto outros especificam um tempo que varia de duas a quatro semanas 2 até seis semanas após o nascimento.82 Entretanto, esse momento varia de acordo com a preferência pessoal de cada mãe.62 Quanto aos xampus, não existe uma fórmula pediátrica padronizada.

    Eles se baseiam, normalmente, em agentes anfotéricos, não iônicos. Enquanto o cabelo é curto, fino e frágil, não é necessário usar xampus, e o mesmo produto pode ser utilizado para o corpo e o cabelo.62 Isso, porém, é uma questão de escolha. No entanto, se a opção for pelos xampus, será preciso levar em consideração os mesmos aspectos dos agentes de limpeza do banho: eles deverão ser suaves, apenas levemente detergentes, com pH próximo ao da lágrima, para não provocar ardência nem irritação nos olhos nem na pele, e não devem alterar as raízes do cabelo ou agredir o couro cabeludo, que são frágeis, na infância.7,51,62,83,99 Apesar de os lenços umedecidos de limpeza serem práticos e apresentarem um cheiro agradável, não são recomendados pela maioria dos autores pelo risco de remover o filme lipídico da pele e causar sensibilização.

    1. OUTROS CUIDADOS COM A PELE DO RN, DO LACTENTE E DA CRIANÇA
    2. Outros cuidados que se devem ter com a pele do bebê, no intuito de preservar a sua integridade cutânea, são:
    3. Nos RNs, a limpeza regular do cordão umbilical com clorexedine, nos primeiros dez dias de vida, até o cordão cair, pode reduzir bastante o risco de infecção do mesmo e também o risco de morte neonatal; 57,102,103
    4. As unhas dos bebês devem ser mantidas limpas e curtas, para evitar que machuquem a pele; 3

    As fraldas – preferencialmente, as descartáveis superabsorventes, que são as que têm maior capacidade de manter seca a área correspondente -, devem ser trocadas com frequência.104 A higiene da área da fralda com água morna e algodão, sem sabonetes, é suficiente na limpeza diária da urina. Para as fezes, sabonetes brandos são recomendados. O uso rotineiro de preparações tópicas para prevenir dermatite da área das fraldas não é necessário para crianças com a pele normal.100 Os aditivos dessas preparações têm o potencial de causar sensibilização de contato, irritação e/ou toxicidade percutânea; Deve-se evitar ao máximo o uso de curativos adesivos na pele dos bebês, principalmente, dos prematuros, pelo risco de lacerar a pele, que é muito fina. Se seu uso for realmente necessário, convém utilizar pedacinhos bem pequenos e ter muito cuidado na hora de removê-lo.1 Para facilitar a remoção, podese empregar um emoliente.1 CONCLUSÕES A pele do neonato sofre um progressivo processo de adaptação ao ambiente extrauterino, o que exige cuidados especiais.3 Ela se caracteriza por ser sensível, fina e frágil, com pH neutro na sua superfície, o que diminui, significativamente, a defesa contra a excessiva proliferação microbiana. Seu conteúdo lipídico é menor, mas o de água é elevado. É uma pele macia, uma vez que a camada córnea tem menor espessura, e a epiderme e a derme são mais delgadas do que as dos adultos. A imaturidade da sua barreira epidérmica provoca maior facilidade de ressecamento, diminui sensivelmente a defesa contra a excessiva proliferação microbiana e a torna mais susceptível ao trauma e à toxicidade, por absorção percutânea de drogas. Devido às características próprias da pele neonatal e infantil, os produtos cosméticos destinados à sua higiene e proteção requerem um cuidado especial na formulação. Muitos produtos direcionados ao uso infantil têm substâncias potencialmente tóxicas e prejudiciais à pele dos RNs e lactentes. Uma das condições essenciais é que sejam excluídos todos os ingredientes que possam constituir potencial agressão cutânea. Essa premissa, obviamente, se estende a todos os cosméticos, mas, sem dúvida, é mais imperiosa quando se trata de produtos para a frágil pele dos bebês e das crianças. Como a função de barreira cutânea efetiva é vital para o RN e é reduzida pela imaturidade desse período, cuidados redobrados com a pele são muito importantes e podem minimizar a morbi-mortalidade associada a esse problema no período neonatal. Com o intuito de preservar a integridade cutânea e diminuir os riscos provocados pelo cuidado indevido da pele neonatal, infantil e da criança, este artigo revisou as recomendações básicas em relação à higiene, ao banho, ao emprego de agentes de limpeza e produtos tópicos e à toxicidade percutânea destes. Sabendo-se que o mercado da cosmética e dos produtos para a pele neonatal e infantil tem evoluído nos últimos anos, tornando-se bastante apelativo ao consumo exagerado, é preciso assumir a responsabilidade de rejeitar hábitos consumistas e mostrar prudência na prescrição.

  • Endereço para correspondência: Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255, 3º andar, sala 3.070 – Cerqueira César 05403-000 São Paulo – SP, Brasil Tel.: 11 3069-6000 E-mail:
  • Aprovado pelo Conselho Editorial e aceito para publicação em 29.01.2010.

    • Conflito de interesse: Nenhum
    • Suporte financeiro: Nenhum
  • * Trabalho realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil.
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    Endereço para correspondência: Juliana Dumêt Fernandes Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 255, 3º andar, sala 3.070 – Cerqueira César 05403-000 São Paulo – SP, Brasil Tel.: 11 3069-6000 E-mail: [email protected] * Trabalho realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – São Paulo (SP), Brasil.

    • Publicação nesta coleção 21 Mar 2011
    • Data do Fascículo Fev 2011

    : Prevenção e cuidados com a pele da criança e do recém-nascido
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