Artigo Sobre Ergonomia No Trabalho?
Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor • • EDITORIAL Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor “Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor” foi o tema ABERGO 2008 – 15º Congresso Brasileiro de Ergonomia – ocorrido na cidade de Porto Seguro – Bahia, no período de 2 a 6 de novembro de 2008.
- O conteúdo desta edição especial da revista Produção está composto de 11 artigos selecionados a partir de comunicações apresentadas no congresso, acrescido de dois artigos submetidos regularmente a revista.
- O evento incluiu sete palestrantes internacionais, 300 artigos apresentados em 65 sessões técnicas e 44 posters.
A seleção para esta publicação ocorreu em duas etapas: seleção dos artigos que alcançaram os maiores escores na revisão dos avaliadores do congresso e re-submissão dos artigos selecionados, a partir dos critérios editoriais da revista Produção, para serem avaliados por um corpo de avaliadores ad-hoc composto para este número especial.
- Apresentar soluções e propostas para um trabalho melhor é o objetivo maior da ergonomia.
- A ergonomia é uma disciplina que promove uma abordagem holística e centrada no ser humano para o design de sistemas de trabalho que considera relevante os fatores físicos, cognitivos, sociais, organizacionais e ambientais (GRANDJEAN, 1986; WILSON e CORLLET, 1995; SANDERS e McCORMICK, 1993; CHAPANIS, 1999; SALVENDY, 1997; VICENTE, 2004; STANTON et al.2004).
Os artigos aqui presentes abordam diversos temas e fornecem uma boa referência da amplitude da aplicação da ergonomia buscando propostas e soluções para um trabalho melhor. Visualiza-se aqui a aplicação da ergonomia contemporânea como entendida por Karwowski (2005): uma disciplina que se foca na natureza das interações do ser humano com os artefatos, a partir de uma perspectiva unificada da ciência, engenharia, design, tecnologia e gerenciamento da compatibilidade humano-sistema, incluindo uma variedade de produtos, processos e ambientes naturais e artificiais.
Com o avanço da tecnologia o trabalho humano muitas vezes se dá em ambientes complexos. A utilização da ergonomia para a análise de sistemas complexos, particularmente na área de aviação, vem ocorrendo desde a relação da ocorrência de acidentes associados ao uso de dispositivos de controle por parte do piloto (CHAPANIS, 1972).
A tomada de decisão e os modos de controle cognitivos em sistemas complexos utilizados por pilotos de aeronaves devem ser analisados em função dos fatores de complexidade da atividade do piloto (veja HENRIQSON, CARIM JÚNIOR, SAURIN e AMARAL, nesta edição).
- Os acidentes, muitos dos quais em função de disfunções entre o ser humano e os sistemas complexos, apontam a área da ergonomia na aviação como sendo um dos temas a gerarem mais pesquisas num futuro próximo.
- Ensinar é uma tarefa que acompanha o ser humano desde os primeiros registros pré-históricos.
- A aplicação da ergonomia na área do ensino é bastante vasta: envolve desde a análise da saúde e qualidade de vida que afeta o desempenho do professor (vide LEVY, NUNES SOBRINHO e SOUZA, nesta edição) até a análise dos materiais didáticos, especificamente, materiais digitais utilizando o conceito de usabilidade (GODOI e PADOVANI, nesta edição).
Os aspectos físicos, relacionados a influência do ruído e da temperatura no desempenho ensino-aprendizagem também são estudos recorrentes na área da ergonomia. Gonçalves, Silva e Coutinho (nesta edição) concluem que o nível de ruído em sala de aula está acima dos padrões aceitáveis pela NBR 10.157, implicando em aumento da intensidade vocal e conseqüente fadiga do professor.
- Já Batiz, Morsch, Kasmirski Junior e Venske (nesta edição) apontam que as condições térmicas na sala de aula, afetam a atenção e a memória, com consequencias sobre o aprendizado do(a) aluno(a).
- Outro aspecto da ergonomia evidenciado para a melhoria do trabalho humano é o estudo do ambiente no qual o trabalho é realizado, esta é a área da ergonomia do ambiente construído.
As situações de risco e segurança nos espaços arquitetônicos e nas cidades têm possibilitado aos ergonomistas uma reflexão sobre o que pode ser melhorado e uma busca de soluções (SOARES, 2007). A ergonomia do ambiente construído estuda a utilização e a acessibilidade das edificações e dos ambientes públicos considerando a relação do ser humano com o ambiente, levando em conta as suas características e limitações físicas, culturais, cognitivas e emocionais.
- Nesta edição, Bins Ely e Silveira explicitam o estudo da acessibilidade espacial em unidades habitacionais em hotéis residenciais da cidade de Florianópolis e Fonseca e Rheingantz dão continuidade a análise de uma nova metodologia que avalia o processo de concepção de ambientes construídos.
- Considerando estes dois artigos, acrescido dos dois artigos citados no parágrafo anterior, que também enquadram-se no mesmo tema, temos quatro artigos na área de ambiente construído nesta edição especial.
Assim, cumpre chamar a atenção para esta área de conhecimento, dentro da ergonomia, que encontra-se em franca ascenção, merecendo, inclusive um encontro específico, realizado anualmente. A informação é uma característica essencial que encontra-se intrínsecamente relacionada a melhoria do trabalho humano.
Para o ergonomista a aquisição e o processamento da informação são essenciais para o design e a análise da informação utilizada pelo usuário ou trabalhador, respeitando as suas diversidades em termos de habilidades e limitações. A informação digital encontra-se presente no nosso dia a dia. A ergonomia informacional e interação humano-computador são áreas consolidadas na ergonomia.
Novas técnicas e novos modelos de análise são propostos para se analisar a comunicação do ser humano com os sistemas digitais (vide PADOVANI, SPINILLO e GOMES, nesta edição). Os processos participativos são abordagens comuns na ergonomia contemporânea e objetivam o envolvimento dos trabalhadores nas condições de trabalho.
- Lima, Resende e Vasconcelos, nesta edição, discutem a importância das interações sócio-cognitivas no projeto de instrumentos de trabalho no nível de relações físicas.
- Os autores apresentam um estudo de caso de concepção de postos de trabalho centrado na atividade dos usuários a partir de um processo participativo.
A análise e concepção de postos de trabalho pode ser considerada uma área tradicional na ergonomia, mas o enfoque participativo é relativamente recente. A macroergonomia é uma área em ascenção e possui um número bastante significativo de contribuições nos congressos da ABERGO.
Um dos aspectos nos quais a ergonomia atua visando a melhoria do trabalho humano é na prevenção de riscos e custos humanos do trabalho. Para a ergonomia o risco compreende uma percepção multi-dimensional envolvendo fatores psicológicos, sociais e culturais (WILLIAM, 2006). A análise dos critérios de prevenção de riscos nas atividades dos trabalhadores diante das exigências de produtividade, qualidade e flexibilidade na indústria algumas vezes vão de encontro aos aspectos de saúde e segurança dos trabalhadores (vide LIMA e ECHTERNACHT, nesta edição).
Já os custos humanos do trabalho se expressam através mortes, mutilações, lesões permanentes e temporárias, doenças e fadiga, decorrentes dos acidentes e incidentes, e da carga de trabalho (MORAES e MONT´ALVÃO, 2003). Assim, para a ergonomia, a melhoria do trabalho humano envolve a redução dos custos humanos do trabalho.
Neste sentido, neste número especial, Teixeira, Torres, Moro e Merino investigam queixas músculo-esqueléticas associadas às inadequações ergonômicas de postos de trabalho a partir do descumprimento da NR-17; Regis Filho, Michels e Sell analisam os aspectos biomecânicos dos distúrbios ósteo-musculares relacionados ao trabalho (DORTs) nas atividades do cirurgião-dentista e Ballardin e Guimarães avaliam a carga de trabalho dos operadores de uma empresa distribuidora de derivados de petróleo.
Cumpre observar que, assim como a análise e concepção de postos de trabalho, a área de riscos e custos humanos no trabalho é uma área de estudo bastante consolidada na ergonomia industrial, sendo esta a terceira área de maior incidência de trabalhos científicos nos congressos da ABERGO (SOARES, 2006).
EDITOR CONVIDADO: Marcelo Soares Ex-Presidente da ABERGO Universidade Federal de Pernambuco E-mail:
CHAPANIS, A. A engenharia e o relacionamento ser humano-máquina São Paulo: Atlas, 1972. CHAPANIS, A. The chapanis chronicles : 50 years of human factors research, education, and designer. Santa Barbara: Aegean, 1999. GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man London: Taylor & Francis, 1986. KARWOWSKI, W. Ergonomics and human factors: the paradigms for science, engineering, design, technology, and management of human. Compatible systems. Ergonomics, v.48, n.5, p.436-463, 2005. MORAES, A.; MONT’ALVÃO, C. Ergonomia : conceitos e aplicações.3 ed. Rio de Janeiro: Editora 2AB, 2003. SALVENDY, G. Handbook of human factors and ergonomics,2 ed. New York: Wiley, 1997. SANDERS, M.M.; MCCORMICK, E.J. Human factors in engineering and design.7 ed. New York: Mcgraw-Hill, 1993. SOARES, M.M. Ergonomics in Latin America: background, trends and challenges. Applied Ergonomics, n.37, p.555-561, 2006. SOARES, M.M. Atualidades da ergonomia no Brasil e no mundo: uma visão geral. In: ENCONTRO NACIONAL DE ERGONOMIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO – ENEAC, 1., 2007, Recife. Anais, Recife: ABERGO, 2007. STANTON, N. et al. Handbook of human factors and ergonomics methods Boca Raton: CRC Press, 2004. VICENTE, K.J. The human factors New York: Routledge, 2004. WILLIAM, D.J. Conceptualization of risk. In: KARWOWSKY, W. (Org.). International encyclopedia of ergonomics and human factors 2 ed. New York: Taylor & Francis, 2006. (CD-ROM) WILSON, J.R.; CORLLET, E.N. Evaluation of human work : a practical ergonomics methodology.2 ed. London: Taylor & Francis, 1995.
Publicação nesta coleção 12 Jan 2010 Data do Fascículo 2009
: Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor
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Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor • • EDITORIAL Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor “Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor” foi o tema ABERGO 2008 – 15º Congresso Brasileiro de Ergonomia – ocorrido na cidade de Porto Seguro – Bahia, no período de 2 a 6 de novembro de 2008.
O conteúdo desta edição especial da revista Produção está composto de 11 artigos selecionados a partir de comunicações apresentadas no congresso, acrescido de dois artigos submetidos regularmente a revista. O evento incluiu sete palestrantes internacionais, 300 artigos apresentados em 65 sessões técnicas e 44 posters.
A seleção para esta publicação ocorreu em duas etapas: seleção dos artigos que alcançaram os maiores escores na revisão dos avaliadores do congresso e re-submissão dos artigos selecionados, a partir dos critérios editoriais da revista Produção, para serem avaliados por um corpo de avaliadores ad-hoc composto para este número especial.
Apresentar soluções e propostas para um trabalho melhor é o objetivo maior da ergonomia. A ergonomia é uma disciplina que promove uma abordagem holística e centrada no ser humano para o design de sistemas de trabalho que considera relevante os fatores físicos, cognitivos, sociais, organizacionais e ambientais (GRANDJEAN, 1986; WILSON e CORLLET, 1995; SANDERS e McCORMICK, 1993; CHAPANIS, 1999; SALVENDY, 1997; VICENTE, 2004; STANTON et al.2004).
Os artigos aqui presentes abordam diversos temas e fornecem uma boa referência da amplitude da aplicação da ergonomia buscando propostas e soluções para um trabalho melhor. Visualiza-se aqui a aplicação da ergonomia contemporânea como entendida por Karwowski (2005): uma disciplina que se foca na natureza das interações do ser humano com os artefatos, a partir de uma perspectiva unificada da ciência, engenharia, design, tecnologia e gerenciamento da compatibilidade humano-sistema, incluindo uma variedade de produtos, processos e ambientes naturais e artificiais.
Com o avanço da tecnologia o trabalho humano muitas vezes se dá em ambientes complexos. A utilização da ergonomia para a análise de sistemas complexos, particularmente na área de aviação, vem ocorrendo desde a relação da ocorrência de acidentes associados ao uso de dispositivos de controle por parte do piloto (CHAPANIS, 1972).
A tomada de decisão e os modos de controle cognitivos em sistemas complexos utilizados por pilotos de aeronaves devem ser analisados em função dos fatores de complexidade da atividade do piloto (veja HENRIQSON, CARIM JÚNIOR, SAURIN e AMARAL, nesta edição).
Os acidentes, muitos dos quais em função de disfunções entre o ser humano e os sistemas complexos, apontam a área da ergonomia na aviação como sendo um dos temas a gerarem mais pesquisas num futuro próximo. Ensinar é uma tarefa que acompanha o ser humano desde os primeiros registros pré-históricos. A aplicação da ergonomia na área do ensino é bastante vasta: envolve desde a análise da saúde e qualidade de vida que afeta o desempenho do professor (vide LEVY, NUNES SOBRINHO e SOUZA, nesta edição) até a análise dos materiais didáticos, especificamente, materiais digitais utilizando o conceito de usabilidade (GODOI e PADOVANI, nesta edição).
Os aspectos físicos, relacionados a influência do ruído e da temperatura no desempenho ensino-aprendizagem também são estudos recorrentes na área da ergonomia. Gonçalves, Silva e Coutinho (nesta edição) concluem que o nível de ruído em sala de aula está acima dos padrões aceitáveis pela NBR 10.157, implicando em aumento da intensidade vocal e conseqüente fadiga do professor.
- Já Batiz, Morsch, Kasmirski Junior e Venske (nesta edição) apontam que as condições térmicas na sala de aula, afetam a atenção e a memória, com consequencias sobre o aprendizado do(a) aluno(a).
- Outro aspecto da ergonomia evidenciado para a melhoria do trabalho humano é o estudo do ambiente no qual o trabalho é realizado, esta é a área da ergonomia do ambiente construído.
As situações de risco e segurança nos espaços arquitetônicos e nas cidades têm possibilitado aos ergonomistas uma reflexão sobre o que pode ser melhorado e uma busca de soluções (SOARES, 2007). A ergonomia do ambiente construído estuda a utilização e a acessibilidade das edificações e dos ambientes públicos considerando a relação do ser humano com o ambiente, levando em conta as suas características e limitações físicas, culturais, cognitivas e emocionais.
- Nesta edição, Bins Ely e Silveira explicitam o estudo da acessibilidade espacial em unidades habitacionais em hotéis residenciais da cidade de Florianópolis e Fonseca e Rheingantz dão continuidade a análise de uma nova metodologia que avalia o processo de concepção de ambientes construídos.
- Considerando estes dois artigos, acrescido dos dois artigos citados no parágrafo anterior, que também enquadram-se no mesmo tema, temos quatro artigos na área de ambiente construído nesta edição especial.
Assim, cumpre chamar a atenção para esta área de conhecimento, dentro da ergonomia, que encontra-se em franca ascenção, merecendo, inclusive um encontro específico, realizado anualmente. A informação é uma característica essencial que encontra-se intrínsecamente relacionada a melhoria do trabalho humano.
- Para o ergonomista a aquisição e o processamento da informação são essenciais para o design e a análise da informação utilizada pelo usuário ou trabalhador, respeitando as suas diversidades em termos de habilidades e limitações.
- A informação digital encontra-se presente no nosso dia a dia.
- A ergonomia informacional e interação humano-computador são áreas consolidadas na ergonomia.
Novas técnicas e novos modelos de análise são propostos para se analisar a comunicação do ser humano com os sistemas digitais (vide PADOVANI, SPINILLO e GOMES, nesta edição). Os processos participativos são abordagens comuns na ergonomia contemporânea e objetivam o envolvimento dos trabalhadores nas condições de trabalho.
- Lima, Resende e Vasconcelos, nesta edição, discutem a importância das interações sócio-cognitivas no projeto de instrumentos de trabalho no nível de relações físicas.
- Os autores apresentam um estudo de caso de concepção de postos de trabalho centrado na atividade dos usuários a partir de um processo participativo.
A análise e concepção de postos de trabalho pode ser considerada uma área tradicional na ergonomia, mas o enfoque participativo é relativamente recente. A macroergonomia é uma área em ascenção e possui um número bastante significativo de contribuições nos congressos da ABERGO.
- Um dos aspectos nos quais a ergonomia atua visando a melhoria do trabalho humano é na prevenção de riscos e custos humanos do trabalho.
- Para a ergonomia o risco compreende uma percepção multi-dimensional envolvendo fatores psicológicos, sociais e culturais (WILLIAM, 2006).
- A análise dos critérios de prevenção de riscos nas atividades dos trabalhadores diante das exigências de produtividade, qualidade e flexibilidade na indústria algumas vezes vão de encontro aos aspectos de saúde e segurança dos trabalhadores (vide LIMA e ECHTERNACHT, nesta edição).
Já os custos humanos do trabalho se expressam através mortes, mutilações, lesões permanentes e temporárias, doenças e fadiga, decorrentes dos acidentes e incidentes, e da carga de trabalho (MORAES e MONT´ALVÃO, 2003). Assim, para a ergonomia, a melhoria do trabalho humano envolve a redução dos custos humanos do trabalho.
Neste sentido, neste número especial, Teixeira, Torres, Moro e Merino investigam queixas músculo-esqueléticas associadas às inadequações ergonômicas de postos de trabalho a partir do descumprimento da NR-17; Regis Filho, Michels e Sell analisam os aspectos biomecânicos dos distúrbios ósteo-musculares relacionados ao trabalho (DORTs) nas atividades do cirurgião-dentista e Ballardin e Guimarães avaliam a carga de trabalho dos operadores de uma empresa distribuidora de derivados de petróleo.
Cumpre observar que, assim como a análise e concepção de postos de trabalho, a área de riscos e custos humanos no trabalho é uma área de estudo bastante consolidada na ergonomia industrial, sendo esta a terceira área de maior incidência de trabalhos científicos nos congressos da ABERGO (SOARES, 2006).
EDITOR CONVIDADO: Marcelo Soares Ex-Presidente da ABERGO Universidade Federal de Pernambuco E-mail:
CHAPANIS, A. A engenharia e o relacionamento ser humano-máquina São Paulo: Atlas, 1972. CHAPANIS, A. The chapanis chronicles : 50 years of human factors research, education, and designer. Santa Barbara: Aegean, 1999. GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man London: Taylor & Francis, 1986. KARWOWSKI, W. Ergonomics and human factors: the paradigms for science, engineering, design, technology, and management of human. Compatible systems. Ergonomics, v.48, n.5, p.436-463, 2005. MORAES, A.; MONT’ALVÃO, C. Ergonomia : conceitos e aplicações.3 ed. Rio de Janeiro: Editora 2AB, 2003. SALVENDY, G. Handbook of human factors and ergonomics,2 ed. New York: Wiley, 1997. SANDERS, M.M.; MCCORMICK, E.J. Human factors in engineering and design.7 ed. New York: Mcgraw-Hill, 1993. SOARES, M.M. Ergonomics in Latin America: background, trends and challenges. Applied Ergonomics, n.37, p.555-561, 2006. SOARES, M.M. Atualidades da ergonomia no Brasil e no mundo: uma visão geral. In: ENCONTRO NACIONAL DE ERGONOMIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO – ENEAC, 1., 2007, Recife. Anais, Recife: ABERGO, 2007. STANTON, N. et al. Handbook of human factors and ergonomics methods Boca Raton: CRC Press, 2004. VICENTE, K.J. The human factors New York: Routledge, 2004. WILLIAM, D.J. Conceptualization of risk. In: KARWOWSKY, W. (Org.). International encyclopedia of ergonomics and human factors 2 ed. New York: Taylor & Francis, 2006. (CD-ROM) WILSON, J.R.; CORLLET, E.N. Evaluation of human work : a practical ergonomics methodology.2 ed. London: Taylor & Francis, 1995.
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Contents
Qual a importância da ergonomia no trabalho?
Importância da ergonomia no trabalho – A ergonomia no trabalho impacta na saúde e eficiência dos funcionários. Daí a sua importância, tanto para os empregados quanto para os empregadores. De um lado, o colaborador ganha um ambiente ou posto de trabalho mais seguro e adaptado às suas necessidades, diminuindo o risco de agravos à saúde. Voltada ao estudo científico da relação homem/trabalho, essa disciplina avalia os sistemas em que as pessoas estão inseridas, identificando e mitigando riscos ocupacionais. Quando cito “sistemas”, falo sobre as atividades desempenhadas por indivíduos junto a máquinas e equipamentos, que são a maioria atualmente.
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Quais são os tipos de ergonomia?
Doenças relacionadas à ergonomia no trabalho – A lista de agravos à saúde relacionados à ergonomia é extensa. Ela inclui acidentes de trabalho, patologias psicológicas, fisiológicas e desconfortos passageiros. Geralmente, as doenças começam com incômodos leves que tendem a evoluir para quadros mais graves caso nada seja feito no curto prazo.
Dor nas costas Formigamento nos pés e pernas Fadiga Dor de cabeça Torcicolo Estresse Queda de cabelo Tensão Dor muscular Insônia Enjoo Azia Desarranjos intestinais,
Veja agora algumas patologias que surgem por condições de trabalho prejudiciais :
LER/DORT : são as Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Inflamações em tendões no ombro, cotovelo, punho ( tendinites), dores na região lombar (lombalgias) e dores musculares em várias partes do corpo (mialgias ) são as mais comuns Gastrite : inflamação do tecido interno do estômago, que pode ser aguda ou crônica Úlcera : reação ao suco gástrico que provoca feridas no estômago, esôfago e partes do intestino Hipertensão : doença crônica que mantêm os níveis de pressão arterial acima de 14/9 mmHg, sobrecarregando o sistema cardiovascular Lordose : desvio na coluna que, quando excessivo, causa dor nas costas ( lombalgia ), especialmente depois de longos períodos de pé ou sentado Varizes : veias dilatadas que desencadeiam inchaço e dor Burnout : distúrbio relacionado ao excesso de trabalho e pressão constante, que leva a quadros de esgotamento mental e físico e depressão Ansiedade : males como o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) causam uma preocupação excessiva e desproporcional em relação ao futuro, com efeitos negativos para a mente e o corpo Depressão : patologia psíquica crônica caracterizada por humor deprimido, desesperança, falta de energia e pensamentos suicidas.
Quais são as contribuições da ergonomia ao contexto organizacional?
O presente estudo tem como objetivo principal verificar as contribuições da ergonomia ao contexto organizacional, observando os benefícios físicos Com as mudanças nos métodos de produção nos ultimos anos surgiram os desafios para o entendimento dos fenômenos que afetam
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Qual a aplicação da ergonomia na área do ensino?
Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor • • EDITORIAL Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor “Ergonomia: soluções e propostas para um trabalho melhor” foi o tema ABERGO 2008 – 15º Congresso Brasileiro de Ergonomia – ocorrido na cidade de Porto Seguro – Bahia, no período de 2 a 6 de novembro de 2008.
- O conteúdo desta edição especial da revista Produção está composto de 11 artigos selecionados a partir de comunicações apresentadas no congresso, acrescido de dois artigos submetidos regularmente a revista.
- O evento incluiu sete palestrantes internacionais, 300 artigos apresentados em 65 sessões técnicas e 44 posters.
A seleção para esta publicação ocorreu em duas etapas: seleção dos artigos que alcançaram os maiores escores na revisão dos avaliadores do congresso e re-submissão dos artigos selecionados, a partir dos critérios editoriais da revista Produção, para serem avaliados por um corpo de avaliadores ad-hoc composto para este número especial.
Apresentar soluções e propostas para um trabalho melhor é o objetivo maior da ergonomia. A ergonomia é uma disciplina que promove uma abordagem holística e centrada no ser humano para o design de sistemas de trabalho que considera relevante os fatores físicos, cognitivos, sociais, organizacionais e ambientais (GRANDJEAN, 1986; WILSON e CORLLET, 1995; SANDERS e McCORMICK, 1993; CHAPANIS, 1999; SALVENDY, 1997; VICENTE, 2004; STANTON et al.2004).
Os artigos aqui presentes abordam diversos temas e fornecem uma boa referência da amplitude da aplicação da ergonomia buscando propostas e soluções para um trabalho melhor. Visualiza-se aqui a aplicação da ergonomia contemporânea como entendida por Karwowski (2005): uma disciplina que se foca na natureza das interações do ser humano com os artefatos, a partir de uma perspectiva unificada da ciência, engenharia, design, tecnologia e gerenciamento da compatibilidade humano-sistema, incluindo uma variedade de produtos, processos e ambientes naturais e artificiais.
- Com o avanço da tecnologia o trabalho humano muitas vezes se dá em ambientes complexos.
- A utilização da ergonomia para a análise de sistemas complexos, particularmente na área de aviação, vem ocorrendo desde a relação da ocorrência de acidentes associados ao uso de dispositivos de controle por parte do piloto (CHAPANIS, 1972).
A tomada de decisão e os modos de controle cognitivos em sistemas complexos utilizados por pilotos de aeronaves devem ser analisados em função dos fatores de complexidade da atividade do piloto (veja HENRIQSON, CARIM JÚNIOR, SAURIN e AMARAL, nesta edição).
- Os acidentes, muitos dos quais em função de disfunções entre o ser humano e os sistemas complexos, apontam a área da ergonomia na aviação como sendo um dos temas a gerarem mais pesquisas num futuro próximo.
- Ensinar é uma tarefa que acompanha o ser humano desde os primeiros registros pré-históricos.
- A aplicação da ergonomia na área do ensino é bastante vasta: envolve desde a análise da saúde e qualidade de vida que afeta o desempenho do professor (vide LEVY, NUNES SOBRINHO e SOUZA, nesta edição) até a análise dos materiais didáticos, especificamente, materiais digitais utilizando o conceito de usabilidade (GODOI e PADOVANI, nesta edição).
Os aspectos físicos, relacionados a influência do ruído e da temperatura no desempenho ensino-aprendizagem também são estudos recorrentes na área da ergonomia. Gonçalves, Silva e Coutinho (nesta edição) concluem que o nível de ruído em sala de aula está acima dos padrões aceitáveis pela NBR 10.157, implicando em aumento da intensidade vocal e conseqüente fadiga do professor.
- Já Batiz, Morsch, Kasmirski Junior e Venske (nesta edição) apontam que as condições térmicas na sala de aula, afetam a atenção e a memória, com consequencias sobre o aprendizado do(a) aluno(a).
- Outro aspecto da ergonomia evidenciado para a melhoria do trabalho humano é o estudo do ambiente no qual o trabalho é realizado, esta é a área da ergonomia do ambiente construído.
As situações de risco e segurança nos espaços arquitetônicos e nas cidades têm possibilitado aos ergonomistas uma reflexão sobre o que pode ser melhorado e uma busca de soluções (SOARES, 2007). A ergonomia do ambiente construído estuda a utilização e a acessibilidade das edificações e dos ambientes públicos considerando a relação do ser humano com o ambiente, levando em conta as suas características e limitações físicas, culturais, cognitivas e emocionais.
- Nesta edição, Bins Ely e Silveira explicitam o estudo da acessibilidade espacial em unidades habitacionais em hotéis residenciais da cidade de Florianópolis e Fonseca e Rheingantz dão continuidade a análise de uma nova metodologia que avalia o processo de concepção de ambientes construídos.
- Considerando estes dois artigos, acrescido dos dois artigos citados no parágrafo anterior, que também enquadram-se no mesmo tema, temos quatro artigos na área de ambiente construído nesta edição especial.
Assim, cumpre chamar a atenção para esta área de conhecimento, dentro da ergonomia, que encontra-se em franca ascenção, merecendo, inclusive um encontro específico, realizado anualmente. A informação é uma característica essencial que encontra-se intrínsecamente relacionada a melhoria do trabalho humano.
Para o ergonomista a aquisição e o processamento da informação são essenciais para o design e a análise da informação utilizada pelo usuário ou trabalhador, respeitando as suas diversidades em termos de habilidades e limitações. A informação digital encontra-se presente no nosso dia a dia. A ergonomia informacional e interação humano-computador são áreas consolidadas na ergonomia.
Novas técnicas e novos modelos de análise são propostos para se analisar a comunicação do ser humano com os sistemas digitais (vide PADOVANI, SPINILLO e GOMES, nesta edição). Os processos participativos são abordagens comuns na ergonomia contemporânea e objetivam o envolvimento dos trabalhadores nas condições de trabalho.
- Lima, Resende e Vasconcelos, nesta edição, discutem a importância das interações sócio-cognitivas no projeto de instrumentos de trabalho no nível de relações físicas.
- Os autores apresentam um estudo de caso de concepção de postos de trabalho centrado na atividade dos usuários a partir de um processo participativo.
A análise e concepção de postos de trabalho pode ser considerada uma área tradicional na ergonomia, mas o enfoque participativo é relativamente recente. A macroergonomia é uma área em ascenção e possui um número bastante significativo de contribuições nos congressos da ABERGO.
Um dos aspectos nos quais a ergonomia atua visando a melhoria do trabalho humano é na prevenção de riscos e custos humanos do trabalho. Para a ergonomia o risco compreende uma percepção multi-dimensional envolvendo fatores psicológicos, sociais e culturais (WILLIAM, 2006). A análise dos critérios de prevenção de riscos nas atividades dos trabalhadores diante das exigências de produtividade, qualidade e flexibilidade na indústria algumas vezes vão de encontro aos aspectos de saúde e segurança dos trabalhadores (vide LIMA e ECHTERNACHT, nesta edição).
Já os custos humanos do trabalho se expressam através mortes, mutilações, lesões permanentes e temporárias, doenças e fadiga, decorrentes dos acidentes e incidentes, e da carga de trabalho (MORAES e MONT´ALVÃO, 2003). Assim, para a ergonomia, a melhoria do trabalho humano envolve a redução dos custos humanos do trabalho.
Neste sentido, neste número especial, Teixeira, Torres, Moro e Merino investigam queixas músculo-esqueléticas associadas às inadequações ergonômicas de postos de trabalho a partir do descumprimento da NR-17; Regis Filho, Michels e Sell analisam os aspectos biomecânicos dos distúrbios ósteo-musculares relacionados ao trabalho (DORTs) nas atividades do cirurgião-dentista e Ballardin e Guimarães avaliam a carga de trabalho dos operadores de uma empresa distribuidora de derivados de petróleo.
Cumpre observar que, assim como a análise e concepção de postos de trabalho, a área de riscos e custos humanos no trabalho é uma área de estudo bastante consolidada na ergonomia industrial, sendo esta a terceira área de maior incidência de trabalhos científicos nos congressos da ABERGO (SOARES, 2006).
EDITOR CONVIDADO: Marcelo Soares Ex-Presidente da ABERGO Universidade Federal de Pernambuco E-mail:
CHAPANIS, A. A engenharia e o relacionamento ser humano-máquina São Paulo: Atlas, 1972. CHAPANIS, A. The chapanis chronicles : 50 years of human factors research, education, and designer. Santa Barbara: Aegean, 1999. GRANDJEAN, E. Fitting the task to the man London: Taylor & Francis, 1986. KARWOWSKI, W. Ergonomics and human factors: the paradigms for science, engineering, design, technology, and management of human. Compatible systems. Ergonomics, v.48, n.5, p.436-463, 2005. MORAES, A.; MONT’ALVÃO, C. Ergonomia : conceitos e aplicações.3 ed. Rio de Janeiro: Editora 2AB, 2003. SALVENDY, G. Handbook of human factors and ergonomics,2 ed. New York: Wiley, 1997. SANDERS, M.M.; MCCORMICK, E.J. Human factors in engineering and design.7 ed. New York: Mcgraw-Hill, 1993. SOARES, M.M. Ergonomics in Latin America: background, trends and challenges. Applied Ergonomics, n.37, p.555-561, 2006. SOARES, M.M. Atualidades da ergonomia no Brasil e no mundo: uma visão geral. In: ENCONTRO NACIONAL DE ERGONOMIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO – ENEAC, 1., 2007, Recife. Anais, Recife: ABERGO, 2007. STANTON, N. et al. Handbook of human factors and ergonomics methods Boca Raton: CRC Press, 2004. VICENTE, K.J. The human factors New York: Routledge, 2004. WILLIAM, D.J. Conceptualization of risk. In: KARWOWSKY, W. (Org.). International encyclopedia of ergonomics and human factors 2 ed. New York: Taylor & Francis, 2006. (CD-ROM) WILSON, J.R.; CORLLET, E.N. Evaluation of human work : a practical ergonomics methodology.2 ed. London: Taylor & Francis, 1995.
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