Artigo Sobre Consumismo Dos Jovens?
O consumismo é, cada vez mais, comum na comunidade jovem. Conheça 5 dicas para ensinar o seu filho a evitar este excesso. Rita Serra, 1 Setembro 2021 Nos dias de hoje, o consumismo é um conceito incontornável na vida dos jovens, fruto do peso do mundo digital.
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Este artigo apresenta uma análise de como o Consumismo Adolescente influencia avida dos jovens e como isso se reflete na comunidade escolar. Recorrendo a algumas fontes bibliográficas que dialogam com essa questão na atualidade e experiências de adolescentes pretendia-se verificar essa questão, e o papel dosprofessores, dos pais, da mídia e do grupo de amigos perante tal problemática.
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Contents
Qual a diferença entre consumismo e consumismo?
Consumismo Os jovens e suas relações com o consumo e o consumismo* Por Cristiano das Neves Bodart Todos nós temos necessidades de consumo estimuladas por fatores biológicos e sociais. O consumo nada mais é do que o uso de coisas que carecemos para sobreviver, enquanto aquilo que denominamos de consumismo trata-se de uma ação de consumo estimulada por um discurso midiático que cria em nós uma pseudonecessidade de consumo, cujo objetivo é tirar proveito comercial e reforçar uma ideia de valorização da coisa a ser consumida.
- A corrida pela distinção social A ideia de juventude é uma construção social que existe mais como representação social do que como realidade.
- As ideias atribuídas a eles, de revoltados, descolados, viris são construções sociais nas quais alguns se reconhecem como parte delas e outros não.
- Com o desenvolvimento do capitalismo o lucro passou a ser o objetivo final, e para isso alguns meios foram sendo criados para alcança-lo.
Com o desenvolvimento das tecnologias de produção tornou-se necessário ampliar o consumo na mesma proporção. Inicialmente isso se deu com o fim da escravidão; depois com a inclusão das mulheres no mercado de trabalho e, quase que concomitantemente, à descoberta do mercado infanto-juvenil.
O sistema econômico baseado no lucro criou e desenvolveu estratégias poderosas de marketing que capturam praticamente todos os possíveis consumidores. Nossas crianças e jovens são vítimas de campanhas publicitárias milionárias que produzem um consumismo que maximiza o lucro empresarial. Outro elemento que leva os jovens à busca do consumo cada vez mais cedo é a busca pela distinção social,
Pertencer a um dado grupo, por exemplo, significa quase que o mesmo que consumir o que o grupo consome. A indústria e o marketing são responsáveis diretos por tal jogo de pertencimento, usando isso ao seu favor e promovendo a venda de seus produtos marcados por significados simbólicos,
- Além disso, os jovens sofrem influência da grande mídia e das redes sociais, onde se configuram e fortalecem estilos de vida.
- Há uma corrida pela posse de determinados bens que dão distinção aos indivíduos em uma espécie de concurso promovido pela própria concorrência que ele produz.
- O valor do produto, uma roupa de marca, por exemplo, não está baseado apenas no custo de produção, distribuição e de marketing, mas também pela própria corrida para obtê-lo e o valor simbólico distintivo que ele possui, como bem abordou o sociólogo francês Pierre Bourdieu,
Questionar sua utilidade entre os amigos seria uma barbárie e um risco de ser excluído do grupo social, Entrando no jogo Cristiano Bodart, doutor em Sociologia (USP) Professor do Programa de de Pós-Graduação em Sociologia (Ufal) Recentemente a mídia tem dado atenção ao que se denominou rolezinhos, O jovem de classe C quer alcançar o que a sociedade de consumo sempre esfregou em sua cara.
Criou-se, por muito tempo, o desejo de consumo, mas não foi dado a uma parcela significativa da sociedade as condições para suprir esse desejo. Nesse sentindo, o shopping center tornou-se um espaço de distinção social bastante emblemático, local que agora os jovens da classe C querem ocupar. O estar nesse espaço usando roupas de marcas famosas é uma forma de se mostrar como alguém, sobretudo, onde o distanciamento entre ricos e pobres é tão abismal.
O fenômeno dos rolezinhos evidencia a exclusão socioespacial latente dos centros urbanos; o desejo dos jovens de incluir-se plenamente na sociedade do consumo e a luta pelos elementos distintivos no interior do grupo. É a existência da concorrência pela posse de um dado produto que o torna distintivo e, consequentemente, desejável.
- Por esse motivo, marcas usadas pelos jovens nos rolezinhos são são cada vez menos usadas por jovens de classe social mais elevada.
- Por outro lado, há empresas apostando na classe C e desenvolvendo campanhas publicitárias focadas nesse grupo.
- Na luta pelo consumo e na ampliação do consumismo quem têm vencido são as empresas.
Os indivíduos acabam nem percebendo que estão em um jogo que eles mesmos fomentam e pagam cada vez mais caro para participar dele. Nota: * Originalmente publicado no Jornal Mundo Jovem.
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Por que o jovem é suscetível aos apelos do consumismo?
“O jovem é especialmente suscetível aos apelos do consumismo” – CartaCapital Prazer, sucesso, felicidade, alívio. Todas essas sensações costumam surgir como consequência da realização de um objetivo ou meta. No entanto, são também esses sentimentos que costumam respaldar o ato de comprar compulsivamente e, portanto, explorados pelo consumismo, modo de vida orientado para uma crescente propensão ao consumo de bens e serviços, em geral, supérfluos.
- Autora do livro O prazer das compras – o consumismo no mundo contemporâneo (Ed.
- Moderna), Maria Helena Pires Martins fala sobre a importância de debater esse tema com os jovens em fase escolar, se valendo de diferentes elementos do cotidiano deles, tais como o acesso a smartphones, moda e funk ostentação.
Na entrevista abaixo, a especialista falou sobre a diferença entre necessidades reais e supérfluas, os reflexos do consumo desenfreado e a relevância de formar cidadãos que sejam, Carta Educação: Em que contexto histórico a sociedade começou a ganhar ares consumistas? Maria Helena Martins: O consumo sempre existiu: consumimos alimentos, oxigênio, água, etc.
- Isso é essencial para a manutenção da vida.
- O consumismo é um fenômeno econômico e social que apareceu com maior ênfase após os anos 1960.
- É definido como sendo uma ideologia que encoraja a compra de produtos e serviços em quantidade sempre maior.
- Para manter esse nível de consumo, a indústria instituiu o que chamamos de “obsolescência programada”, ou seja, a introdução planejada de aperfeiçoamentos nos produtos para que sejam substituídos pelos modelos mais novos.
Com isso, o consumidor descarta o produto que já tem, e que ainda funciona para os fins para os quais foi criado, e deseja o produto mais aperfeiçoado. O ciclo do desejo e a vontade de comprar são mantidos ativos dessa forma. CE: Como a juventude se relaciona com esse contexto? Quais são os principais fatores que levam o jovem a querer comprar cada vez mais? MHM: O jovem é especialmente suscetível aos,
- As mídias, tanto as mais antigas, como revistas, jornais, televisão, quanto as novas, difundidas pela internet, incluindo as mídias sociais, mostram propagandas de todos os tipos de produtos.
- Além disso, os blogs apresentam modos de vida considerados “desejáveis” pelos seus desenvolvedores, que ganham para mostrar certos produtos.
O aval desses formadores de opinião tornou-se extremamente importante para os jovens que querem projetar uma determinada imagem. Por isso, tanto a moda adotada pelo grupo ao qual deseja pertencer, quanto o grupo em si, são importantes na formação desses valores consumistas.
CE: Também podemos dizer que, hoje, os pais – mais ausentes – tentam recompensar essa falta de tempo compartilhado com itens de consumo? MHM: Sim, a deveria ser o primeiro lugar de aprendizado do consumo consciente. É evidente que crianças e mesmo os adolescentes mais jovens não têm o autocontrole suficiente para frustrar seus desejos de consumo.
Caberia aos adultos responsáveis da família discutir o que são as necessidades de sobrevivência e o que é supérfluo; propor o reaproveitamento de vários itens e a reciclagem de outros; apontar as consequências do consumismo para a sobrevivência humana no planeta; conversar sobre outros modos de se ter satisfação que não seja o consumo desenfreado.
- Mas os pais teriam, também, de ser educados dentro dessa perspectiva.
- CE: Muitas manifestações culturais como o funk fazem ode à ostentação.
- Isso é reflexo de uma sociedade que valoriza a posse? MHM: Não podemos nos esquecer das origens do carioca: as favelas do Rio de Janeiro.
- O funk ostentação, criado em São Paulo por volta de 2008, enfatiza, em suas letras, o consumismo, a conquista de bens materiais e a ambição de sair das favelas e conquistar seus objetivos de riqueza.
Para essa parcela da população, em geral invisível, a única maneira de ser é por meio dos bens materiais. As ideias difundidas pelo funk ostentação foram abraçadas pela “nova classe média”, que ascendeu economicamente a partir de 2005 e mudou significativamente seu padrão de consumo.
- CE: Em contrapartida, temos uma série de serviços que já apostam em um consumo colaborativo, desde aluguel de roupas até serviços de caronas.
- Estamos começando a repensar nossa relação com o consumo e o desperdício? MHM: Sim, estamos começando a pensar nossa relação com o consumo e desperdício, por isso a educação é tão importante: antes de satisfazer todas as nossas vontades, precisamos pensar nas consequências de nossas ações para o futuro do planeta e para as gerações futuras.
Hoje, já temos o de bicicletas. Não tardará a chegar o uso compartilhado de carros, principalmente os elétricos. Precisamos de políticas públicas que enfatizem a necessidade do consumo consciente, do reuso, da transformação de objetos em matéria-prima para outros objetos, do descarte apropriado de pilhas, baterias, aparelhos eletrônicos, lâmpadas fluorescentes, tintas, pneus, óleo, além de políticas que incentivassem o uso de energia solar e eólica não só em indústrias, mas também nas residências, com um desconto do IPTU, por exemplo.
- CE: Como o professor pode trabalhar o tema do consumismo em sala de aula? Como educar para termos consumidores responsáveis? MHM: O trabalho da escola é extremamente importante para a conscientização dos alunos e de suas famílias.
- Devemos lembrar que as questões éticas envolvem sempre a ação.
- Por isso, é necessário que toda a escola esteja envolvida no programa de consumo consciente: a economia da água com torneiras que fecham automaticamente; o reuso de água de chuva para a limpeza da escola; o uso de luz de presença que acendem e apagam a partir do movimento; o uso e reuso adequado de papel, de livros e de cadernos; a conservação das salas de aula; o descarte adequado do lixo orgânico e do lixo reciclável; sistema de devolução de uniformes que não servem mais e podem ser reaproveitados por outros alunos menores.
Cada escola e professor precisa agir dentro da realidade de sua comunidade e sala de aula. A discussão com os alunos pode levantar muitas maneiras de reaproveitamento de materiais que sejam significativos para eles. A mudança de hábitos exige a prática cotidiana das ações para que elas se transformem em novos hábitos mais adequados à sociedade contemporânea.
Só o conhecimento teórico do que deve ser feito não é eficiente para que a ação se torne realidade. No caso do consumo, principalmente, em que precisamos dizer não para a satisfação de algumas de nossas vontades, temos de estar inspirados por princípios mais altos, como a nossa responsabilidade pelas gerações futuras.
Temos de nos perguntar continuamente de que realmente precisamos para ter uma vida boa e digna, e lembrar que nenhum objeto exterior a nós vai nos trazer felicidade e um sentido de autorrealização. : “O jovem é especialmente suscetível aos apelos do consumismo” – CartaCapital
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Qual a importância do consumo para a manutenção da vida?
“O jovem é especialmente suscetível aos apelos do consumismo” – CartaCapital Prazer, sucesso, felicidade, alívio. Todas essas sensações costumam surgir como consequência da realização de um objetivo ou meta. No entanto, são também esses sentimentos que costumam respaldar o ato de comprar compulsivamente e, portanto, explorados pelo consumismo, modo de vida orientado para uma crescente propensão ao consumo de bens e serviços, em geral, supérfluos.
- Autora do livro O prazer das compras – o consumismo no mundo contemporâneo (Ed.
- Moderna), Maria Helena Pires Martins fala sobre a importância de debater esse tema com os jovens em fase escolar, se valendo de diferentes elementos do cotidiano deles, tais como o acesso a smartphones, moda e funk ostentação.
Na entrevista abaixo, a especialista falou sobre a diferença entre necessidades reais e supérfluas, os reflexos do consumo desenfreado e a relevância de formar cidadãos que sejam, Carta Educação: Em que contexto histórico a sociedade começou a ganhar ares consumistas? Maria Helena Martins: O consumo sempre existiu: consumimos alimentos, oxigênio, água, etc.
Isso é essencial para a manutenção da vida. O consumismo é um fenômeno econômico e social que apareceu com maior ênfase após os anos 1960. É definido como sendo uma ideologia que encoraja a compra de produtos e serviços em quantidade sempre maior. Para manter esse nível de consumo, a indústria instituiu o que chamamos de “obsolescência programada”, ou seja, a introdução planejada de aperfeiçoamentos nos produtos para que sejam substituídos pelos modelos mais novos.
Com isso, o consumidor descarta o produto que já tem, e que ainda funciona para os fins para os quais foi criado, e deseja o produto mais aperfeiçoado. O ciclo do desejo e a vontade de comprar são mantidos ativos dessa forma. CE: Como a juventude se relaciona com esse contexto? Quais são os principais fatores que levam o jovem a querer comprar cada vez mais? MHM: O jovem é especialmente suscetível aos,
As mídias, tanto as mais antigas, como revistas, jornais, televisão, quanto as novas, difundidas pela internet, incluindo as mídias sociais, mostram propagandas de todos os tipos de produtos. Além disso, os blogs apresentam modos de vida considerados “desejáveis” pelos seus desenvolvedores, que ganham para mostrar certos produtos.
O aval desses formadores de opinião tornou-se extremamente importante para os jovens que querem projetar uma determinada imagem. Por isso, tanto a moda adotada pelo grupo ao qual deseja pertencer, quanto o grupo em si, são importantes na formação desses valores consumistas.
CE: Também podemos dizer que, hoje, os pais – mais ausentes – tentam recompensar essa falta de tempo compartilhado com itens de consumo? MHM: Sim, a deveria ser o primeiro lugar de aprendizado do consumo consciente. É evidente que crianças e mesmo os adolescentes mais jovens não têm o autocontrole suficiente para frustrar seus desejos de consumo.
Caberia aos adultos responsáveis da família discutir o que são as necessidades de sobrevivência e o que é supérfluo; propor o reaproveitamento de vários itens e a reciclagem de outros; apontar as consequências do consumismo para a sobrevivência humana no planeta; conversar sobre outros modos de se ter satisfação que não seja o consumo desenfreado.
- Mas os pais teriam, também, de ser educados dentro dessa perspectiva.
- CE: Muitas manifestações culturais como o funk fazem ode à ostentação.
- Isso é reflexo de uma sociedade que valoriza a posse? MHM: Não podemos nos esquecer das origens do carioca: as favelas do Rio de Janeiro.
- O funk ostentação, criado em São Paulo por volta de 2008, enfatiza, em suas letras, o consumismo, a conquista de bens materiais e a ambição de sair das favelas e conquistar seus objetivos de riqueza.
Para essa parcela da população, em geral invisível, a única maneira de ser é por meio dos bens materiais. As ideias difundidas pelo funk ostentação foram abraçadas pela “nova classe média”, que ascendeu economicamente a partir de 2005 e mudou significativamente seu padrão de consumo.
- CE: Em contrapartida, temos uma série de serviços que já apostam em um consumo colaborativo, desde aluguel de roupas até serviços de caronas.
- Estamos começando a repensar nossa relação com o consumo e o desperdício? MHM: Sim, estamos começando a pensar nossa relação com o consumo e desperdício, por isso a educação é tão importante: antes de satisfazer todas as nossas vontades, precisamos pensar nas consequências de nossas ações para o futuro do planeta e para as gerações futuras.
Hoje, já temos o de bicicletas. Não tardará a chegar o uso compartilhado de carros, principalmente os elétricos. Precisamos de políticas públicas que enfatizem a necessidade do consumo consciente, do reuso, da transformação de objetos em matéria-prima para outros objetos, do descarte apropriado de pilhas, baterias, aparelhos eletrônicos, lâmpadas fluorescentes, tintas, pneus, óleo, além de políticas que incentivassem o uso de energia solar e eólica não só em indústrias, mas também nas residências, com um desconto do IPTU, por exemplo.
CE: Como o professor pode trabalhar o tema do consumismo em sala de aula? Como educar para termos consumidores responsáveis? MHM: O trabalho da escola é extremamente importante para a conscientização dos alunos e de suas famílias. Devemos lembrar que as questões éticas envolvem sempre a ação. Por isso, é necessário que toda a escola esteja envolvida no programa de consumo consciente: a economia da água com torneiras que fecham automaticamente; o reuso de água de chuva para a limpeza da escola; o uso de luz de presença que acendem e apagam a partir do movimento; o uso e reuso adequado de papel, de livros e de cadernos; a conservação das salas de aula; o descarte adequado do lixo orgânico e do lixo reciclável; sistema de devolução de uniformes que não servem mais e podem ser reaproveitados por outros alunos menores.
Cada escola e professor precisa agir dentro da realidade de sua comunidade e sala de aula. A discussão com os alunos pode levantar muitas maneiras de reaproveitamento de materiais que sejam significativos para eles. A mudança de hábitos exige a prática cotidiana das ações para que elas se transformem em novos hábitos mais adequados à sociedade contemporânea.
Só o conhecimento teórico do que deve ser feito não é eficiente para que a ação se torne realidade. No caso do consumo, principalmente, em que precisamos dizer não para a satisfação de algumas de nossas vontades, temos de estar inspirados por princípios mais altos, como a nossa responsabilidade pelas gerações futuras.
Temos de nos perguntar continuamente de que realmente precisamos para ter uma vida boa e digna, e lembrar que nenhum objeto exterior a nós vai nos trazer felicidade e um sentido de autorrealização. : “O jovem é especialmente suscetível aos apelos do consumismo” – CartaCapital
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Por que os jovens sofrem influência da grande mídia e das redes sociais?
Consumismo Os jovens e suas relações com o consumo e o consumismo* Por Cristiano das Neves Bodart Todos nós temos necessidades de consumo estimuladas por fatores biológicos e sociais. O consumo nada mais é do que o uso de coisas que carecemos para sobreviver, enquanto aquilo que denominamos de consumismo trata-se de uma ação de consumo estimulada por um discurso midiático que cria em nós uma pseudonecessidade de consumo, cujo objetivo é tirar proveito comercial e reforçar uma ideia de valorização da coisa a ser consumida.
A corrida pela distinção social A ideia de juventude é uma construção social que existe mais como representação social do que como realidade. As ideias atribuídas a eles, de revoltados, descolados, viris são construções sociais nas quais alguns se reconhecem como parte delas e outros não. Com o desenvolvimento do capitalismo o lucro passou a ser o objetivo final, e para isso alguns meios foram sendo criados para alcança-lo.
Com o desenvolvimento das tecnologias de produção tornou-se necessário ampliar o consumo na mesma proporção. Inicialmente isso se deu com o fim da escravidão; depois com a inclusão das mulheres no mercado de trabalho e, quase que concomitantemente, à descoberta do mercado infanto-juvenil.
- O sistema econômico baseado no lucro criou e desenvolveu estratégias poderosas de marketing que capturam praticamente todos os possíveis consumidores.
- Nossas crianças e jovens são vítimas de campanhas publicitárias milionárias que produzem um consumismo que maximiza o lucro empresarial.
- Outro elemento que leva os jovens à busca do consumo cada vez mais cedo é a busca pela distinção social,
Pertencer a um dado grupo, por exemplo, significa quase que o mesmo que consumir o que o grupo consome. A indústria e o marketing são responsáveis diretos por tal jogo de pertencimento, usando isso ao seu favor e promovendo a venda de seus produtos marcados por significados simbólicos,
Além disso, os jovens sofrem influência da grande mídia e das redes sociais, onde se configuram e fortalecem estilos de vida. Há uma corrida pela posse de determinados bens que dão distinção aos indivíduos em uma espécie de concurso promovido pela própria concorrência que ele produz. O valor do produto, uma roupa de marca, por exemplo, não está baseado apenas no custo de produção, distribuição e de marketing, mas também pela própria corrida para obtê-lo e o valor simbólico distintivo que ele possui, como bem abordou o sociólogo francês Pierre Bourdieu,
Questionar sua utilidade entre os amigos seria uma barbárie e um risco de ser excluído do grupo social, Entrando no jogo Cristiano Bodart, doutor em Sociologia (USP) Professor do Programa de de Pós-Graduação em Sociologia (Ufal) Recentemente a mídia tem dado atenção ao que se denominou rolezinhos, O jovem de classe C quer alcançar o que a sociedade de consumo sempre esfregou em sua cara.
Criou-se, por muito tempo, o desejo de consumo, mas não foi dado a uma parcela significativa da sociedade as condições para suprir esse desejo. Nesse sentindo, o shopping center tornou-se um espaço de distinção social bastante emblemático, local que agora os jovens da classe C querem ocupar. O estar nesse espaço usando roupas de marcas famosas é uma forma de se mostrar como alguém, sobretudo, onde o distanciamento entre ricos e pobres é tão abismal.
O fenômeno dos rolezinhos evidencia a exclusão socioespacial latente dos centros urbanos; o desejo dos jovens de incluir-se plenamente na sociedade do consumo e a luta pelos elementos distintivos no interior do grupo. É a existência da concorrência pela posse de um dado produto que o torna distintivo e, consequentemente, desejável.
Por esse motivo, marcas usadas pelos jovens nos rolezinhos são são cada vez menos usadas por jovens de classe social mais elevada. Por outro lado, há empresas apostando na classe C e desenvolvendo campanhas publicitárias focadas nesse grupo. Na luta pelo consumo e na ampliação do consumismo quem têm vencido são as empresas.
Os indivíduos acabam nem percebendo que estão em um jogo que eles mesmos fomentam e pagam cada vez mais caro para participar dele. Nota: * Originalmente publicado no Jornal Mundo Jovem.
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