Artigo De Opinião Sobre Preconceito?
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Quais são as principais características do preconceito no mundo do trabalho?
Mulher: desigualdade, preconceito, violência Ainda carecemos muito de debate aprofundado sobre os preconceitos, as discriminações e a violência contra a mulher. A realidade é bem maior e dolorida do que imaginamos. Ela se esconde, de forma sorrateira, nos cinismos, hipocrisias e dissimulações com que vamos talhando a existência do País.
Só as vítimas é que sabem o seu real significado. Quando a sociedade se refere à mulher, é em relação ao corpo e à sexualidade, à natureza feminina, à maternidade, à procriação. E preconceituosamente esquece de todo o seu potencial. Diz um enunciado acadêmico que as mulheres não são “desqualificadas”, jamais são “qualificadas”.
“Ser mulher no Brasil equivale a viver num estado de guerra civil permanente”. Essa frase da professora da UNB e doutora em Antropologia e ex-secretária-executiva da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, Lourdes Bandeira, expõe as mazelas, os horrores e o descaso de uma sociedade que, historicamente, não aceita conviver com as diversidades e as diferenças do seu povo.
Essa mesma sociedade, desumana e desigual, ainda continua absorvendo os ensinamentos da casa grande e da senzala, reagindo de forma brutal a todo questionamento e contraponto social e de gênero. Reage com o assédio sexual, o estupro, o feminicídio, a violência física, psicológica e moral, com salários menores, dupla jornada de trabalho, rebaixamentos, piadas.
O Atlas da Violência 2019 aponta que os homicídios femininos, entre 2007 e 2017, aumentaram 20,7%. Cerca de 40% ocorreram dentro de casa. A mulher negra foi a mais atingida: aumento de 60%. Das quase cinco mil mulheres assassinadas no ano de 2017, 53,8% foram mortas com armas de fogo e 26,8% com objetos cortantes.
A violência contra a mulher é questão de política pública. O mercado de trabalho é extremamente injusto e desigual. De acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), referente ao quarto trimestre do ano 2018, o desemprego foi de 11,6%, mas com diferenças entre homens (10,1%) e mulheres (13,5%).
Segundo a organização civil Oxfam Brasil, em 2018, as mulheres receberam 70% dos rendimentos dos homens. O País precisa ir além das homenagens do dia 8 de março e assegurar a efetiva paridade de gêneros com medidas concretas contra a discriminação. O direito à igualdade salarial já está na Constituição e ainda aguarda regulamentação.
Nesse sentido quero lembrar que já foi aprovado na Câmara e está pronto para ser votado no plenário do Senado o PLC 130/11, de autoria do ex-deputado Marçal Filho. Sou o relator e o meu parecer é favorável. A proposta sendo aprovada vai à sanção da Presidência da República. Há toda uma estrutura cultural enraizada e um forte preconceito nutrido no mundo do trabalho que atravanca qualquer possibilidade de avanços, ocupações de espaços profissionais e de empoderamento feminino.
Há muito medo daqueles que se opõem a essa situação. Para esses, a mulher ainda tem que ficar em casa, cuidar da família e das atividades do lar. A pandemia da covid-19 está trazendo à tona e mostrando com mais nitidez e clareza todo esse cenário de preconceito, discriminação, exclusão, omissão e, por que não dizer, de escravidão moderna “concebida” pelo Estado e pela sociedade.
Elas fazem dupla ou tripla jornada. Trabalham fora, cuidam dos filhos, limpam a casa, acordam o sol. E como estão mais expostas aos altos e baixos psicológicos dos maridos ou companheiros, devido ao isolamento social, à tensão diária, são alvos de violência. Segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, somente no mês de abril, o aumento ficou em torno de 28%.
Muitas também vivem sozinhas com seus filhos e têm a responsabilidade de toda a renda familiar. O desemprego também atinge bem mais as mulheres neste período de pandemia. Segundo a PNAD, a taxa de desemprego entre as mulheres foi de 14,5%, enquanto 10,2% dos homens estão sem ocupação.
Há 38 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza; dessas, pelo menos 27,2 milhões são mulheres. Como se observa, a situação é bem mais grave entre as mulheres. Precisamos de politicas específicas. As mulheres são fundamentais no combate à covid-19. Elas estão na linha de frente, atuando dia e noite, são médicas, fisioterapeutas, enfermeiras, auxiliares de enfermagem, socorristas, voluntárias da comunidade e prestadoras de cuidados.
São mães, filhas, esposas, conselheiras. Elas estão mais expostas a serem contagiadas pelo vírus, com agravante de, em muitos casos, não terem sequer equipamento de proteção individual, os chamados EPIs. Até o momento, conforme o Observatório da Enfermagem, foram 22.510 casos de profissionais contaminados, sendo 84% mulheres e 227 foram a óbito, sendo 66,08% mulheres.
A ONU Mulheres aponta algumas medidas a serem adotadas pelos países nestes tempos de crise. Entre elas está a compensação direta para trabalhadoras informais, incluindo trabalhadoras da saúde, trabalhadoras domésticas, migrantes e dos setores mais afetados pela pandemia, para que seja possível manter a geração de emprego e de renda e os meios de subsistência das mulheres mais afetadas.
Para alcançarmos a plenitude de uma nação solidária, fraterna e igualitária, com respeito às diversidades e às diferenças e nos transformarmos em um país com desenvolvimento sustentável, que tenha por objetivo o progresso humano e afetivo, é preciso que a mulher tenha destaque não somente na formação e concepção, mas também na atuação do Estado.
- Despeço-me com as palavras de reflexão e de resistência da escritora mineira Conceição Evaristo.
- Eles combinaram de nos matar.
- E nós combinamos de não morrer”.
- Creio que o caminho a seguir é por aí: do diálogo, do equilíbrio e da perseverança, sendo “libertárias”, pois o tempo não é mais tão somente de dizer basta, chega, mas de cuidar uns dos outros e estender as mãos ao presente e ao futuro.
Senador Paulo Paim (PT/RS). Presidente da Comissão de Direitos Humanos do Senado. : Mulher: desigualdade, preconceito, violência
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Como as palavras podem ser utilizadas nos enfrentamentos gerados pelo preconceito?
QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO (gabarito no final) 1. Releia o primeiro parágrafo do texto e responda às questões. O tema é espinhoso. Todos somos por ele atingidos de uma forma ou de outra, como autores ou como objetos dele. O preconceito nasce do medo, sua raiz cultural, psíquica, antropológica está nos tempos mais primitivos – por isso é uma postura primitiva -, em que todo diferente era um provável inimigo.
Precisávamos atacar antes que ele nos destruísse. Assim, se de um lado aniquilava, de outro esse medo nos protegia – a perpetuação da espécie era o impulso primeiro. a) Como a autora justifica a importância de tratar o tema do preconceito? b) No trecho, a quem se refere o pronome sua, em destaque? c) Nesse trecho, a palavra raiz não está no sentido literal.
Explique o seu significado nesse contexto. d) Explique por que, segundo a autora, é possível afirmar que o preconceito é uma postura primitiva.2. O título insinua que há uma relação entre o sentimento de medo e o preconceito. Quais relações a autora estabelece entre esses elementos? 3.
- O último parágrafo apresenta uma conclusão sobre o tema.
- Identifique a frase que sintetiza a principal sugestão da autora para resolver o problema do preconceito.
- Explique essa sugestão.4.
- Neste mesmo parágrafo, a autora chama a atenção do leitor para o risco de recairmos em atos que lembrem o que ela chama de “velha selvageria”.
Considerando as ideias apresentadas no primeiro parágrafo, explique o sentido dessa expressão. Em um artigo de opinião, o primeiro parágrafo contextualiza o tema que será tratado no texto e antecipa a posição do autor sobre esse tema. Já o parágrafo de conclusão retoma as ideias apresentadas anteriormente e/ou aponta soluções para os problemas levantados no texto.
Tipos de argumentos: exemplos e contra-argumentos Releia os parágrafos a seguir. Paradoxais são as palavras, que podem ser carícias ou punhais. Minha profissão lida com elas, que desde sempre me encantam e me assombram: houve um tempo, recente, em que não podíamos usar a palavra “negro”. Tinha de ser “afrodescendente”, ou cometíamos um crime.
Ora, ao mesmo tempo havia uma banda Raça Negra, congressos de Negritude. e afinal descobrimos que, em lugar de evitar a palavra, podíamos honrá-la. Lembremos que termos usados para agredir também podem ser expressões de afeto. “Meu nego”, “minha neguinha”, podem chamar uma pessoa amada, ainda que loura.
- Gordo”, tanto usado para bullying, frequentemente é o apelido carinhoso de um amigo, que assim vai assinar bilhetes a pessoas queridas.
- Ao mesmo tempo, palavras como “judeu, turco, alemão” carregam, mais do que ignorância, um odioso preconceito.5.
- Segundo a autora, as palavras podem ser uma das armas utilizadas nos enfrentamentos gerados pelo preconceito.
Ela afirma que as palavras podem ser, ao mesmo tempo, “carícias ou punhais”.
- a) Explique o significado dessa afirmação.
- b) Como a autora comprova que as palavras podem ser carícias?
- c) Como ela comprova que as palavras podem ser punhais?
- d) Releia a seguinte afirmação: Paradoxais são as palavras, que podem ser carícias ou punhais.
> Levando em conta as respostas dadas às questões anteriores, explique o que a autora quis dizer ao afirmar que as palavras são paradoxais. Para convencer o leitor ou o ouvinte de uma dada opinião, é preciso apresentar motivos que sejam capazes de justificá-la. Os motivos usados em um texto com a intenção de convencer recebem o nome de argumentos, Um dos tipos de argumentos que podem ser usados são os exemplos, que oferecem aos leitores fatos concretos para comprovar que a opinião defendida não é baseada apenas em impressões pessoais.6. Releia o parágrafo a seguir. É possível conviver de forma honrada com o diferente: minha família, de imigrantes alemães aqui chegados há quase 200 anos, hoje inclui italianos, negros, libaneses, portugueses. Não nos ocorreria amar ou respeitar a uns menos do que a outros: somos todos da velha raça humana. Isso ocorre em incontáveis famílias, grupos, povos. Porque são especiais? Não. Simplesmente entenderam que as diferenças podem enriquecer. a) Identifique no parágrafo duas orações que sintetizam os argumentos apresentados para defender o conto de vista da autora. b) Qual a função de citar o exemplo de sua família nesse trecho do texto? c) Nesse mesmo parágrafo, a autora apresenta outra justificativa que pode ser utilizada para confirmar seu ponto de vista. Que justificativa é essa? Em um artigo de opinião e em textos argumentativos em geral, o autor precisa refutar os argumentos contrários aos seus para que sua opinião prevaleça. O argumento usado para combater outro é chamado de contra-argumento, Para elaborar contra-argumentos, é necessário saber quais ideias contrárias às que defenderá são mais correntes entre seus leitores. : Artigo de opinião sobre PRECONCEITO – Lya Luft (com gabarito)
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Qual é a idade ideal para as mocinhas preconceituosas?
postado em 19/03/2023 06:00 (crédito: Reprodução/Twitter/@sociologal) Quem me acompanha por aqui já leu alguns artigos sobre o envelhecimento. Lido com a passagem do tempo com bom humor. Afinal, começamos a envelhecer tão logo nascemos. A contagem progressiva dos anos costuma trazer sabedoria e paz de espírito, mas, para muitos, traz revolta, medo da morte e tentativas infrutíferas de permanecer eternamente jovem — e isso é um sofrimento extremo, porque é simplesmente inalcançável.
- Assim como o machismo e o racismo, embora em proporções diferentes, o etarismo, como hoje é batizado o preconceito contra pessoas mais velhas, é também estrutural.
- Modelo de um comportamento enraizado que valoriza apenas o jovem e traz distorções sociais, morais, éticas, estéticas, financeiras.
- Episódios recentes deixaram clara a prevalência do etarismo aqui e lá fora.
A atriz Michelle Yeoh, vencedora da estatueta de Melhor Atriz do Oscar, aos 60 anos, pelo seu papel no filme Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, direcionou seu discurso às mulheres na sua faixa de idade: “Senhoras, não deixem ninguém dizer que vocês já passaram do seu auge”.
- Ou seja, se ela sentiu necessidade de encorajar outras mulheres na sua faixa etária é porque, certamente, sentiu e sente os efeitos do etarismo.
- O outro episódio, este muito triste, foi o ataque preconceituoso das três universitárias contra Patrícia Linares, 44, aprovada para o curso de biomedicina, em uma faculdade particular em Bauru (SP).
Debocharam, rotularam a colega de “velha” para cursar nível superior e ainda postaram na internet, como se fosse algo aceitável, normal, desejável até. Uma naturalidade que choca. Diante da repercussão, pediram desculpas e se desligaram do curso. Não há idade para aprender.
- As mocinhas preconceituosas devem ter envelhecido mais de uma década em dois ou três dias.
- Estão aprendendo pela dor, o que é lamentável, mas educativo.
- Outros decidem aprender pelos livros, com os professores, e não importa quantos anos tenham.
- No caderno Trabalho & Formação Profissional, editado pela experiente e premiada jornalista Ana Sá, publicado hoje, trazemos histórias de alunos de medicina, que entraram mais velhos na universidade.
Perla passou pelo Enem aos 44 anos e cursa hoje sétimo semestre; Williamar tem 35 anos e cursa o quarto ano de medicina; Paula também começou aos 34 anos, após uma carreira consolidada como bióloga; a diarista Jane passou 12 anos estudando até passar no vestibular aos 49 anos.
Não são histórias tão raras como se pode imaginar. No Brasil, um em cada três universitários passou dos 30 anos. O etarismo, além de tudo, é impregnado de uma burrice generalizada, uma ignorância ante as estatísticas do Brasil e do mundo em relação à idade da população. Em muito pouco tempo, jovens serão minoria entre nós.
Há um mundo inteiro inexplorado de potencialidades da população que passou dos 60 anos e segue com força para atuar de forma produtiva na sociedade. A flagrante falta de oportunidade para essa população é também uma falta de visão estratégica imensa do chamado setor produtivo.
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Qual a origem do preconceito judeu?
Preconceito contra Judeus – 3911 palavras | 16 páginas Existe Preconceito contra os judeus atualmente no Brasil? E há alguma maneira de impedir as Guerras no mundo ? 3 anos atrás Denuncie Maria Aparecida Melhor resposta – Escolhida pelo autor da pergunta Caro Nikolas, Muito boa a sua pergunta.
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